𝕮𝖍𝖆𝖕𝖙𝖊𝖗 𝖊𝖎𝖌𝖍𝖙

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Consumindo todo o ar dos meus pulmões
Arrancando toda a pele dos meus ossos
Estou preparado para sacrificar a minha vida
Eu faria isso duas vezes, com prazer.
            Mercy - Shawn Mendes

𝐋𝐢𝐚𝐦 𝐋𝐚𝐮𝐫𝐞𝐧𝐭

Depois de sair do hospital, dirijo diretamente para o galpão onde Jonathan levou o atirador. Estaciono o Aston Martin próximo à entrada, sabendo que é preciso agir com cautela. Abro a porta do carro e desço, fechando-a silenciosamente atrás de mim.

   Enquanto caminho em direção ao galpão, minha mente é invadida por terríveis flashbacks, lembrando-me da imagem chocante de Meghan no chão, coberta de sangue. A sensação de medo se dissipara ao perceber que se tratava dela.

  Adentro no galpão escuro, com apenas pouca iluminação ao redor e umas pilhas de caixas que formam uma sombra e faz com que o ambiente permaneça sem luz alguma. Sigo  a escada que Jonathan havia mencionado, subindo-a devagar.
 
   Ao chegar nos últimos degraus, me deparo com alguns dos meus homens ao redor de uma cadeira. Nela, está um homem com a cabeça encoberta, os pés amarrados e marcas de sangue em seus braços. É evidente que meus homens já cumpriram seu trabalho, mas agora é minha vez de finalizar o serviço.

  Jonathan, ainda encapuzado, assim como os outros presentes, me entrega o revólver, retirando-o de seu quadril escondido sob a camisa social. Seu olhar carrega um ar de cumplicidade sombria, reforçando o propósito sinistro que nos une.

  A sensação de poder percorre meu corpo, enquanto seguro a arma em minhas mãos, preparando-me para fazer justiça e colocar um fim nessa história de uma vez por todas.

   Jonathan me entrega um capuz que eu coloco, permitindo-me enxergar os rostos dos outros presentes através dos buracos. Faço um gesto com a mão, indicando que retirem o capuz do homem amarrado à cadeira. Eles obedecem prontamente.

Observo-o, quase desacordado, com o olho esquerdo cheio de hematomas e o rosto completamente inchado.

Poderia ter deixado esse infeliz escapar, mas já é tarde demais e não sou um fracasso no que faço. Não desisto após tomar uma decisão final.

Começo a questioná-lo com um tom ameaçador:

- Por quê disparou aquele tiro? - minha voz soa fria e implacável.
 
  Ele levanta a cabeça e me encara, um sorriso cinicamente desafiador estampado em seu rosto.

   A raiva toma conta de todo o meu corpo, minhas veias pulsam com a vontade de vingança. Levanto lentamente o dedo, sinalizando para Jonathan que é hora de agir. Um grito agonizante escapa da boca do desgraçado quando Jonathan desfere um golpe preciso em seu rosto, fazendo o sangue jorrar ainda mais. Ele tenta se explicar, mas sua voz é abafada pela dor e pelo medo.

  Interrompo-o, segurando a arma firmemente e apontando-a para sua cabeça. O silêncio se instala, a tensão é palpável. Poderia encerrar tudo com um tiro certeiro em sua boca, mas decido aproveitar o momento de outra maneira, decidindo o destino desse verme desprezível. Ele abre a boca para falar novamente, e ouço suas palavras.

- Eu estava naquela maldita festa com alguns amigos e minha ex-namorada estava dançando com um cara. Eu não aguentei, fiquei com raiva, acabei bebendo demais e fui  para o meu carro para pegar minha arma e atirar neles.

   Eu disse para aquela vagabunda que se não fosse comigo, ela não ficaria com mais ninguém. Eu voltei,  mas antes que eu chegasse perto dela, acabei atirando de longe e acertei uma jovem. Eu não queria atirar nela e...

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