CAPÍTULO QUARENTA E SEIS: Anos depois.

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SEIS  ANOS DEPOIS

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SEIS  ANOS DEPOIS

MARY COLLINS

Passo os dedos indicadores e médio pelos meus olhos, os esfregando delicadamente. Após alguns segundos repetindo o movimento, paro com ele e abro os os olhos, piscando algumas vezes para me acostumar com a claridade da suite.

Jogo os meus pés para fora da cama, levantando logo em seguida. Dispenso o roupão, seguindo, totalmente nua, o som do chuveiro ligado. Assim que adentro o banheiro, meus olhos admiram a silhueta que está no box. A fumaça d'água quente me impede de ver muitas coisas.

Sigo para a pia e escovo os meus dentes, fazendo minhas necessidades logo em seguida. Abro a porta de vidro, sendo agraciada com  o vapor quente que predomina. William não perde a mania de tomar banho pelando. 

Seguro na sua cintura, puxando suas costas de encontro ao meu peito, esfregando os meus seios nele. Sinto o seu corpo relaxar ainda mais, mas começa a arrepiar assim que começo a beijar suas costas, trilhando um caminho até o seu ouvido.

_Bom dia, marido.- Sussurro na pontinha do pé.

Suas mãos fortes repousam em cima da minha, apertando levemente. William gira sobre o próprio calcanhar, ficando de frente para mim e afastando um pouco a cabeça do chuveiro. Seus olhos se abrem, prendendo o meu olhar no brilho de suas íris que tanto amo.

_ Bom dia, esposa.- Sorrir.

_ Repete.

_ Esposa.- Dessa vez ele fala lentamente, apreciando a palavra.

Meus lábios se abrem em um sorriso gigantesco, tirando outro dos seus.

Quatro anos desde que nos casamos e essa palavra continua trazendo borboletas ao meu estômago. A sensação é idêntica à que senti  a quase cinco anos atrás, quando estávamos na nossa lua de mel, após uma cerimônia luxuosa e intimista, seguida por uma festa, do mesmo estilo, na nossa mansão da Itália.

Por mais que seja bobo, para nós essas palavras são muito significativas. Apenas nós dois sabemos o que tivemos que enfrentar para que o nosso amor prevalecesse, como foram dolorosas as lágrimas que regam essa flor tão linda.

Os desafios, ao longo desses anos, foram gigantescos. A sociedade não está pronta para aceitar um relacionamento entre pessoas com idades tão diferentes, ficando ainda pior se forem da mesma família. Ainda é um tabu que estamos lutando contra, por mais que nunca fique mais fácil. 

Quer dizer, ao menos não temos mais as pessoas que me criaram para tentar atrapalhar. O amigo do meu amado, que se tornou meu também, fez questão de cuidar dos meus progenitores e de Fernando Brown, pai do Liam. William, depois da cena que viu, também esteve presente nos últimos momentos de vida dos três.

No início foi bem difícil lidar com isso, afinal ainda eram os meus pais. Aquela, sem sombra de dúvidas, foi a época mais sombria do nosso relacionamento. Eu tinha que lidar com os traumas ocasionados pelo sequestro e o quase estrupo- Sim, eles chegaram bem na hora- que os meus pais seriam os telespectadores.

𝐌𝐞𝐮 𝐩𝐫𝐢𝐦𝐞𝐢𝐫𝐨 𝐚𝐦𝐨𝐫Where stories live. Discover now