CAPÍTULO 4 - VERDADES E CONVITE

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Meu quarto estava bastante escuro exceto, pelo filete de luz prateada que vinha da lua pela janela com as cortinas entreabertas, abri lentamente meus olhos pois achei ter ouvido um som vindo da minha janela, notei que ela estava abrindo lentamente e por ela entrou algo que era pequeno demais para ser uma pessoa, era algo como um pequeno macaco, mas também não era um macaco, tinha orelhas pontudas e finas, pelos que me pareceram verdes e olhos vermelhos brilhantes, ele desceu da janela e foi sorrateiramente até a mesinha onde eu havia deixado o colar ao lado do computador, eu não sabia se estava sonhando ou não mas quando ele tocou o colar eu tive uma sensação ruim e me levantei assustando a pequena criatura

—PARADO

—UGUHARU?

Ele balbuciou algo e tentou correr com o colar nas mãos, mas felizmente o Fuu nesse momento apareceu no quarto e saltou na sua forma original sobre ele que se desviou e saltando pela janela pulou o muro e saiu correndo, peguei meu colar que ele havia deixado cair quando desviou e pulamos atrás dele, pensando agora era a segunda vez que eu saia pela janela em uma semana, esperava que isso não virasse um padrão

Corremos até a rua, mas ela estava deserta como se nada estivesse saído por lá

Fuu farejava o ar como se o cheiro tivesse sumido também

-Ei Fuu

-Diga, garoto. – Ele falou ao sentar-se no chão para me encarar. 

- O que era aquilo? – eu perguntei tentando fazer parecer que era a coisa mais normal do mundo. 

-Aquilo? – ele fez uma cara como se estivesse pensando sobre o assunto nem eu sabia que cães conseguiam fazer esse tipo de cara, mas logo ele recomeçou 

- Bem..., aquilo eu não faço a mínima ideia do que seja, mas pelo cheiro não era coisa boa, de toda a forma vamos voltar para dentro sua mãe vai ter um ataque se vir nos dois aqui fora.  

Ele estava certo, a mamãe era muito gentil, mas também era assustadora quando ficava brava. Entramos e eu me certifiquei de que as janelas estavam bem fechadas, dessa vez deixei meu colar em meu pescoço só por garantia

Pensei em falar com Fuu mas ele já tinha ido dormir novamente, na sala ainda parecia querer me evitar por algum motivo.

Era de manhã eu me levantei, tirei meu pijama e coloquei uma bermuda preta com camiseta azul escuro, sai do meu quarto e fui tomar café quando minha mãe saiu do quarto e me pediu para buscar o pão para o café, geralmente meu pai buscava, mas ele precisou ir para o trabalho algo sobre alguns materiais que sumiram da construção, pensei em tentar falar com o Fuu mas possivelmente ele me ignoraria ainda.

No caminho eu notei que havia algumas pessoas nas calçadas conversando

—Não acredito, Leontina a aliança que meu falecido esposo me deu quando nos casamos sumiu- Disse uma senhora de cabelos brancos varrendo a calçada

—Então Maria, os nossos utensílios de prata que herdei dos meus pais também desapareceu –Disse a outra senhora

Caminhei mais um pouco e então ouvi o choro de uma criança

— BUAAAAA MEU CARRINHO SUMIU, MAMAE EU QUERO MEU CARRINHO

—Você deve ter perdido ele, PARE DE CHORAR

Era estranho o bairro era calmo, nunca houve problemas assim por aqui, no máximo uma ou outra discussão de vizinhos, mas isso era normal considerando como as pessoas odeiam admitir quando estão erradas, então resolvi pergunta para o Fu quando chegasse em casa, afinal talvez tivesse algo a ver com aquele incidente da madrugada.

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⏰ Last updated: Apr 11 ⏰

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O espírito da AguaWhere stories live. Discover now