FRONTEIRA II - Gerson Santos

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GUSTAVO RIBEIRO ؄
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- Você tá bem, amor? - questionei preocupado vendo ela encolhida na cama enquanto eu analisava o processo.

Eu iria pra Júri daqui a alguns meses e pelo o que a minha advogada informou poderia ficar tranquilo já que eu possivelmente só iria cumprir alguns serviços sociais. Pedi a polícia e ao tribunal que levasse o caso em sigilo por conta do meu pai, para que não saísse na mídia, depois de muita insistência eles concordaram.

Quanto a Sofia, também deve sofrer as mesmas medidas que eu porém o advogado dela é outro e pode requisitar o que achar melhor.

- Tô sim, amor - ela respondeu com dor na voz e a olho com cuidado

- Amor o que você tem? - me levanto da cadeira largando aqueles papéis e me sento do seu lado

- Já disse que não é nada - resmungou com a voz firme colocando um travesseiro entre as pernas e solto um suspiro

- Tudo bem - digo emburrado voltando para a cadeira da escrivaninha.

Olho de canto pra ela observando que Gigi bufou e lágrimas rolarem dos seus olhos. O que tá acontecendo com ela?

Mordo o lábio nervoso e pego a garrafinha de água virando na boca, meu coração acelerou ainda mais forte quando ela se levantou da cama e foi em direção ao banheiro que tinha dentro do quarto.

Solto um suspiro fundo me sentindo preocupado com ela, porque ela não quer me contar? Será que foi algo que eu fiz?

Me levanto da cadeira agoniado e vou em direção ao banheiro me escorando na porta, posso ouvir do outro lado um choro fino da minha namorada e papel higiênico sendo rasgado.

Tento pensar no que ela pode tá sentindo mas só conseguia pensar no pior de tanto nervosismo. Só dois dias de namoro e eu já tô surtando sem saber como agir direito.

Saio do meu quarto descendo as escadas e vejo minha mãe fazendo pilates a essa hora da tarde.

- Oi filho, cadê a Gigi?

- Ela tá lá dentro do banheiro. - digo indo em direção a cozinha pegando duas maçãs, morangos e uvas - Vou fazer uma vitamina pra ela porque tá de mal humor

- Brigaram?

- Não mas quase isso, ela tá estranha - cruzo o cenho confuso

- Vai vê ela tá preocupada com alguma coisa e só não quer te falar - mudou a posição do pilates

Coloco banana, maçã, leite, granola e Nescau dentro do liquidificador que rapidamente ficou pronto.

Já com as vitaminas dentro de dois copos de vidro, coloco junto com as frutas na bandeja de madeira e levo até o quarto, vejo Giovanna deitada chorando baixinho e coloco sobre a cama o que havia trazido.

- Eu te amo - dou um selinho rápido nela

- Desculpa ter falado daquele jeito com você, você tá só preocupado e eu fui grossa - ela disse com os olhos lacrimejados.

- Não tem problema. - acaricio o seu rosto - Trouxe comida pra gente.

- Obrigada, amor. - ela disse se sentando e pegando uma uva - Eu amo uva, minha fruta favorita.

- Agora da pra você me contar porque tá chorando?- questiono preocupado e ela negou

- Deixa isso pra lá - pegou a vitamina e deu um gole.

- Eu tô tão preocupado com você.

- Não precisa, não é nada demais.

Ela me puxou para um beijo e posso sentir o seu gosto de moranguinho, aperto firme sua cintura e puxo alguns fios de cabelo deixando o beijo ainda mais quente. Essa garota me tem na mão dela.

- Eu te amo - sussurro baixinho parando o beijo

- Eu te amo - roubou um selinho demorado - Já volto - ela se levantou indo até o banheiro mais uma vez e fico pensativo.

Será que ela tá com dor de barriga?

- Amor, o que você tem? - questiono alto mais uma vez nervoso

- Não é nada - disse saindo de dentro do banheiro e forçando um sorriso

- Giovanna, eu tô muito preocupado com você. Me diz o que tá acontecendo, sou seu namorado e mereço saber.

Ela suspirou sentando do meu lado e desvio o olhar se sentindo com vergonha.

- É...que eu tô menstruada e eu não sabia que viria hoje então tô sem absorvente, tô tentando usar o papel higiênico - ela disse cabisbaixa.

- Amor, por que não me disse antes? - toco no seu rosto - tá sentindo muita dor?

- Eu fiquei com vergonha e sim tô com muita dor - ela chorou e a abraço

- Eu vou pegar absorvente ali no banheiro da mamãe, já volto.

Me levanto da cama indo em direção ao quarto dos meus pais, pego um pacote lacrado e volto pro meu cômodo.

- Obrigada - me deu um selinho agradecendo assim que entreguei para ela - Vou colocar - ela disse entrando dentro do banheiro.

Pego o meu celular baixando o aplicativo de clico menstrual e colocando a data de hoje. Sempre que isso acontecer, já terei em mente e poderei cuidar dela, da minha Gigi.