Aurora acordou lentamente, seus dedos afundando em lençóis macios como nuvens, a sensação agradável relaxando ainda mais o corpo descansado. No entanto, algo parecia fora do lugar. Ela franziu o cenho, sua mente ainda sonolenta tentando entender. Abriu os olhos, esperando encontrar qualquer situação bizarra, seu corpo já preparado para fazer movimentos bruscos, se necessário.
— Hunter? James? — sua voz ecoou pelo quarto vazio, misturando-se ao silêncio da manhã.
Aurora escutou atentamente, esperando pelo som do chuveiro ou qualquer sinal da presença de seu marido ou do segurança, mas só encontrou o eco de sua própria voz. Estava em casa, pelo menos.
Não se lembrava de quando chegaram o como foi parar naquele quarto, mas aparentemente, passou a noite sozinha, o que já era um alívio.
Jogando os cobertores para o lado, percebeu que ainda estava com a roupa do dia anterior, então, franzindo o nariz, decidiu que precisava urgentemente de um banho.Pegou uma toalha e um roupão e foi para o banheiro, onde não demorou muito, pois seu estômago estava roncando.
Ao descer as escadas, o aroma do café fresco chamou sua atenção. Ela se aproximou da sala de jantar, onde uma mesa elegantemente arrumada a esperava. Ela não esperou por ninguém, sentiu-se e serviu-se de uma xícara de café.
Enquanto passava a manteiga no pão, Aurora notou as figuras de Hunter e James adentrando a cozinha. Seus cabelos ainda estavam úmidos, uma evidência clara de que haviam acabado de tomar banho. Um leve franzir de sobrancelhas denotou sua surpresa ao notar que ambos exalavam o mesmo perfume de shampoo.
— Bom dia, Aurora! — saudou Hunter com um sorriso gentil, depositando um beijo suave em sua bochecha.
— Como está, Aurora? — disse James com um aceno descontraído, acompanhado de uma piscadela que fez a jovem sorrir.
Aurora retribuiu os cumprimentos, embora uma pontada de confusão tenha começado a se formar em sua mente. Observou Hunter mais de perto, procurando entender o que estava acontecendo ali, e foi então que notou a mão dele, cuidadosamente envolta em bandagens.
— O que aconteceu com sua mão? — ela perguntou enquanto colocava o pão na mesa.
Hunter hesitou por um momento e olhou para a mão enfaixada, dando um pequeno suspiro.
— Ah, foi só um pequeno acidente ontem à noite. Nada sério, realmente, não se preocupe.
Aurora estudou o rosto dele por um instante, ponderando suas palavras, mas decidiu não pressionar mais. No entanto, a sensação de algo estar fora do lugar persistiu, ela sabia o quanto o bem-estar daquelas mãos era importante para Hunter, principalmente devido às cirurgias que ele realizava.
Hunter, vestindo um elegante terno oxford, garantiu com um sorriso o lugar ao lado de Aurora. Diante dele, James, de olhos astutos e um leve traje violeta, se inclinou para frente na cadeira, ao lado da jovem, entre ela e o amigo,, encarando a dupla.
— E então, Aurora — disse Hunter, com uma voz suave como seda —, como passou a noite?
Os lábios de Aurora se curvaram em um pequeno sorriso, estudando-o.— Na verdade, estava bastante cansada — ela confessou —, dormi a noite toda. — Então, franziu a testa, uma expressão de curiosidade tingindo seus olhos. — O que eu estava fazendo no quarto principal?
Hunter engoliu em seco, um lampejo de surpresa em seus olhos.— Aquele é o seu quarto, Aurora, não poderia ser diferente —ele explicou, limpando a boca com um guardanapo.
Nesse ponto, James se intrometeu, arrastando todos os olhares para ele.— Anthony ainda estava aqui quando chegamos — informou, com uma nota de profissionalismo em sua voz — e ele seguiu Hunter enquanto levava você para o quarto.
Aurora virou-se para Hunter, seus olhos buscando pela confirmação das palavras de James. O médico, com uma sobrancelha arqueada, deu um meio sorriso, nervoso, enquanto levava a xícara de café à boca.
— Bem — começou ele, lutando para encontrar as palavras certas. — Nós tivemos uma discussão por causa disso e, de alguma forma, ele pode ter entendido que você está grávida.
Um silêncio súbito desceu sobre a mesa, as palavras finais de Hunter ecoando nos ouvidos de todos. Os olhos de Aurora estreitaram-se como se estivesse a processar o que fora dito. Durou apenas um momento, antes de se transformar em um olhar de fúria, deixando ambos os homens se retesando.
Então, sem aviso, ela gargalhou, jogando o corpo para trás e colocando os talheres na mesa. A risada saltou pela sala, quebrando a tensão no ar.
Confusos, os dois homens se entreolharam. Ambos estavam perdidos com a mudança abrupta de humor de Aurora, mas ao mesmo tempo não poderiam deixar de se maravilhar com a risada contagiante que inundava a sala.Normalizando a respiração, Aurora parou de rir. Ela deu um gole no café, olhando com escarnio para o marido.
— Hunter, querido — disse, sorrindo com um toque de malícia —, parece que você está se afundando cada vez mais. Onde vamos conseguir um bebê com o sangue Jonshon para entregar para Anthony?
Hunter cruzou os braços, um manto de preocupação cobrindo seu rosto.— Sinceramente, tentei desfazer o mal-entendido. Não teria que ele pensasse isso...
James em um gesto de solidariedade, entrou na conversa.
— Você precisa entender, Aurora, que Anthony é uma pessoa de difícil trato. Às vezes, ele só entende o que quer.
Aurora sorriu com uma nota irônica e balançou a cabeça.— Vocês parecem esquecer que eu conheço Anthony muito bem. Agora, a pergunta que fica é: o que é que vamos fazer a respeito? — ela perguntou, suas sobrancelhas erguidas. — Não sei de que vocês dois estão brincando agora, mas sinceramente não acredito que estejam pensando em envolver um inocente que nem está perto de ser feito, na história.
A pergunta pairou no ar, reverberando na sala silenciosa. James e Hunter entreolharam-se, suas expressões graves, enquanto suas mentes permaneciam preocupadas com a questão de Aurora.
— Acho que a melhor coisa a fazer agora é confessar o mal-entendido — disse, a expressão séria como a de um diplomata antes de uma reunião importante.
James franziu a testa, discordando.— Não acho que essa seja uma boa ideia. Sabemos muito bem como Anthony pode ser temperamental quando se trata de assuntos familiares. Ele vai acusá-lo e seu histórico não ajuda muito. Então vai arrumar seus próprios meios de descobrir o que está acontecendo e os últimos dias não foram relatados.
A sala ficou em silêncio novamente. Aurora permaneceu quieta por um momento, perdida em pensamentos, antes de declarar com um sorriso astuto:— Vamos deixar Anthony especular — disse ela, exibindo um sorriso triunfante. — Deixem que ele e Leonard lutem para saber o que acontece em nossa casa.
— Seu pai pode não gostar disso — Hunter falou, sério.
— Foi ele quem me vendeu para você e ainda mandou todas as minhas coisas para sua casa enquanto ainda éramos noivos. Não pode reclamar de ser avô tão cedo.
— Vocês estão sabendo que esse bebê é fictício, não é? — James perguntou, vendo a seriedade nos dois. — E que teremos que explicar Vicent nessa equação.
— Não me importo com aqueles dois velhos — Aurora suspirou. — Meu pai assinou um contrato com Anthony e eu assinei outro. Falsos-positivos acontecem, acidentes também. Não dê atenção isso, Anthony só está sendo, mais uma vez, intrometido. Se necessário for, eu lido com ele.
Aurora então levantou da mesa e olhando novamente para o contraste que os dois faziam, sorriu.— O dia está lindo hoje, que tal uma piscina?
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Contrato duplo
RomanceAurora assina um contrato de casamento sem saber ao ganhar um carro de luxo de presente. Sem alternativa, ela foge de seu noivo para tentar viver sua vida sem barreiras e com seu verdadeiro amor. Hunter precisa se casar para gerar um herdeiro, mas q...