James entrou no quarto, onde Aurora brigava com a mangueira do soro, jogando-a fora. O loiro a observou arrancar tudo com força e se encolher com a dor depois.— Não deveria fazer isso sozinha — ele pegou um algodão e colocou sobre o furo que sangrava. — Existem profissionais na saúde por um motivo específico. Vai ficar hematomas e eu serei o culpado.
— Eu pensei que estaria aqui por aparências — Aurora resmungou, irritada. — Não estava nos meus planos ser espetada de verdade. Muito menos, ser tratada como doente.
— Não estou entendendo nada, Aurora. Hunter mandou medicar você? Por que ele faria isso?
— Não Hunter, mas aquele... — Aurora estava prestes a soltar um palavrão quando foi interrompida.
— Onde está minha paciente preferida? — Matt adentrou o quarto, sorrindo. Olhou de Aurora para James e percebeu a tensão, mas falou, para quebrar o gelo, enquanto estendia a mão para James: — olha só quem está aqui, o outro padrinho.
— Por que ela estava com soro? — James perguntou, ignorando a mão estendida.
— Porque estava com álcool no sangue, claro, e se eu posso ajudar com um pouco de glicose, por que não? Seu patrão é médico, tenho certeza que vai agradecer a gentileza — Matt piscou para James, provocando-o.
James não respondeu, mas sentiu a indireta. Era evidente que não gostava nada de Matt, mas era grato por ele cuidar de Aurora quando ele não podia e por esse motivo, apenas o ignorou novamente.
— Hunter está te procurando — ele falou para a jovem.
Matt piscou para Aurora e fez um sinal de "me liga" para ela antes de sair. James não viu porque estava de costas para o homem.
— Vamos embora.
Aurora o seguiu, ocasionalmente resmungando pelos corredores. Encontraram Hunter na saída do hospital, suas costas estavam eretas, o cenho franzido e a mandíbula apertada. Evidentemente, estava de mal-humor.
— Onde diabos vocês estavam? Por que não responderam minhas mensagens? — A voz de Hunter estava grave e ríspida.
James olhou para Aurora, que coçou o braço, e coçou a nuca.
— Desculpa, cara. Meu telefone estava no silencioso — ele murmurou, enquanto pegava o celular.
Os olhos de Aurora reviraram com impaciência, e ela bufou:
— Eu quero sair daqui, vamos embora logo, por favor.
Hunter estendeu a mão para ela, mas seu gesto foi interrompido por um grunhido de dor vindo da jovem, que afastou o braço imediatamente.
— O que aconteceu? — ele perguntou, alarmado, as lembranças de momentos antes invadindo sua mente.
Ela hesitou por um momento, então falou a verdade.
— Encontrei um amigo no corredor. Ele me ajudou com um soro. Eu não gosto muito do ambiente hospitalar, podemos ir?
— Está tudo bem, nós vamos embora daqui. — A voz de Hunter era suave, mas firme. — Venha! — Ele levantou o braço, um convite para abraçá-la.
Aurora soltou um suspiro de alívio e, o abraçando, sentiu sua cintura ser protegida .Com um gesto calculado, ela depositou um beijo leve no rosto de Hunter, que sorriu. Então, olhou para James, que observava seus movimentos e deu uma leve pescadinha para ele, junto com um sorrisinho de vitória.
— Vamos para casa, estou meio sonolenta — Aurora encostou a cabeça no peito do marido e disse manhosa.
Hunter a apoiou em seus braços e juntos eles saíram do hospital. O crepúsculo caía sobre a cidade, tingindo o céu com tons de laranja e rosa enquanto o carro cortava o asfalto. Aurora, exausta, se recostou no banco de trás e, vencida pelo cansaço, adormeceu rapidamente.
Quando finalmente chegaram em casa, Hunter hesitou em acordá-la. Com cuidado, ele a ergueu nos braços. James abriu a porta, e para surpresa dos dois, Anthony ainda estava na sala de visitas.
Ignorando a presença inesperada, Hunter levou Aurora para o quarto. No entanto, sem saber o que Anthony estava fazendo ali, ele a colocou na cama de seu quarto, mesmo sabendo que Aurora ficaria muito brava depois.
Ao sair, o homem deparou-se com o pai, parado à porta. Passado o susto, a raiva se apossou dele, por ter sua privacidade em sua própria casa, ou melhor, seu próprio quarto, invadida, então perguntou com rispidez:
— O que você ainda está fazendo aqui? Quem te deu permissão para vir atrás de mim no meu quarto?
— Não estou gostando de vê-la tão fragilizada, Hunter. Eu fiz uma promessa a Leonard e espero que você seja capaz de cumpri-la — Anthony respondeu com a voz firme, encarando os olhos do filho.
Hunter franziu o cenho, irritado com as acusações ocultas de seu pai. Uma veia em sua testa ficou saliente e ele disse, com o a voz elevada, embora o tom tenha permanecido baixo:
— Aurora é minha responsabilidade e estou fazendo o que é certo. Não se meta, não vai gostar das consequências.
— Ela ainda é uma pessoa especial para mim, não aceitarei que a trate como um objeto — Anthony se aproximou um passo, elevando o tom da voz. — Ter se casado com ela não dá a você o direito de matá-la aos poucos. O que diabos foi o que eu vi hoje de manhã? E por que ela chegou adormecida em seus braços? O que pensa que está fazendo, Hunter? Ela é sua esposa, seu idiota!
Hunter riu ironicamente, seu olhar cortando em direção ao quarto onde Aurora descansava. Ele fechou a porta com um movimento rápido e voltou-se para o pai, ainda mais irritado. Seus olhos haviam dilatado, as veias de seu braço estavam altas e seu sangue agitado em todo seu corpo.
— Então, o que você realmente quer, pai? Não acredito que considere tanto assim a sua nora, afinal foi você quem a obrigou se casar comigo, seu filho monstro, não é? Não pode me dizer o que fazer ou não com minha mulher, afinal, se estou preso apenas a ela por causa de um contrato que você adulterou, tenho que aproveitar, não?
Anthony olhou nos olhos do filho, sua expressão revelando que sentiu o impacto com as afirmações de Hunter.
— Aurora está grávida?
Hunter deu um pequeno sorriso frio e inclinou levemente a cabeça para um lado, num movimento calculado, antes de responder.
— Se ela estiver grávida, você saberá quando receber o convite para o chá revelação. Agora, por favor, vá embora e não retorne a essa casa sem ser convidado, ainda tenho coisas a fazer, e preciso aproveitar enquanto minha adorável e sensível esposa está adormecida. Aliás, Aurora, assim como eu, repudia a sua presença, pois sempre que te vê, ela se lembra de como a obrigou a casar-se com o monstro que eu sou, então sugiro que a esqueça para seu próprio bem e para o dela também.
Anthony cerrou os punhos. Sentiu pena da jovem deitada na cama, mas Hunter tinha razão, ele a entregou, e por enquanto, ela era responsabilidade do seu filho.
— Eu serei o primeiro cobrar a sua dívida, filho. Não se esqueça disso. E a cobrarei com juros.
Anthony saiu irritado. Hunter também cerrou os punhos, mas respirou fundo, então foi para o quarto de hóspedes, onde quebrou o espelho com um murro. Quando o sangue desceu em seu braço, ele sabia que precisava descontar sua raiva em qualquer coisa, pois não queria que Autora o visse perturbado ou sob pressão, principalmente porque agora seus país estariam vigiando-os ainda mais de perto.
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Contrato duplo
Roman d'amourAurora assina um contrato de casamento sem saber ao ganhar um carro de luxo de presente. Sem alternativa, ela foge de seu noivo para tentar viver sua vida sem barreiras e com seu verdadeiro amor. Hunter precisa se casar para gerar um herdeiro, mas q...