5 - Decisões

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Como lidar com a saudade que sinto de poder sentar e escrever?

Pelo menos ainda tenho uma fuga.

Ela desapareceu

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Ela desapareceu. 

Eijiro não tinha moradia fixa ou muita movimentação financeira no banco por não haver muito o que retirar. Para descobrir seu paradeiro, Katsuki contou com a sorte e uma rede de informações e ajuda da polícia. Levou algum tempo, mas logo ele teve informações sobre o que ela tinha feito desde então.  

Descobriu que ela vagou de lugar em lugar, em estadias provisórias, abrigos para sem teto e até dormiu ao relento em alguns momentos. O que poderia esperar? Ela não tinha família a quem recorrer e não gostava da ideia de incomodar os amigos nem mesmo para pedir favores mínimos, quem dirá pedir para morar de favor. 

Sem contar que não era a primeira vez que ela vivia sem um teto. Eijiro tinha contado das vezes que fugiu do orfanato para escapar dos abusos e viveu nas ruas. Ela contava com um sorriso bobo para encobrir a tristeza. 

— Eu não sou boa em enfrentar alguns problemas, acabo fugindo. — sorria. Mas era um sorriso vazio, triste. 

Katsuki estava a ponto de adoecer de preocupação sem saber do paradeiro dela. Mal se alimentava ou dormia e nos últimos dias pediu algum tempo de afastamento para se dedicar a encontrá-la. As vezes encontravam pistas falsas que o levavam a becos sem saída. Puro desperdício de tempo.

Três meses depois a encontrou trabalhando em uma espelunca. 

Maldito Deku receberia um prêmio por sua façanha. 

Eijiro destoava no meio daquele lugar horroroso apesar de sua beleza ter se apagado desde o último dia em que se viram. 

O dia em que ele perdeu o controle da língua e acabou a aterrorizando em um ataque de ciúmes depois de encher o maldito cu de álcool. Ele quase nunca bebia porque conhecia o maldito facínora que se tornava quando bêbado. E naquela noite foi burro e inconsequente ao crer que precisava de um pouco de bebida para criar coragem e interrogar Eijiro sobre suas suspeitas. 

Eijiro estava atrás do balcão servindo um sujeito asqueroso de roupas maltrapilhas e bafo de vodka que não parava de sorrir para ela mesmo não recebendo um sorriso de volta. Assim que ela o avistou entrando no bar não demonstrou muito interesse além de uma surpresa inicial. 

Os fios de seu lindo cabelo ruivo cabelo tinha perdido o viço e grande parte da cor, retornando ao tom negro natural. Algumas olheiras sombreavam seus olhos e ela mantinha uma postura cansada, curvada sobre si mesma. Certamente não deveria estar dormindo ou se alimentando bem. Era possível ver a curvatura de alguns de seus ossos espreitando sob a pele. 

Voltando ao serviço, ela balançou a cabeça e entregou mais um copo para o homem.

— Último do dia, Akira, ou a sua mulher vai me bater dessa vez. — o aviso veio sem pressa, porém carregado de fadiga. 

SinestesiaWhere stories live. Discover now