Capítulo 3

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ᴊɪsᴜɴɢ

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ᴊɪsᴜɴɢ

Sabia que seria incapaz de permanecer nem cinco minutos na mesma mesa onde o Minho entregava os presentes para os quais a Evi tanto se esforçou. Por isso, não me incomodei em aproximar-me deles no intervalo. Além disso, mereciam tempo a sós naquele dia tão especial. Até tive que resistir ao olhar confuso do Minho quando me viu passar direto no intervalo.

Mas só porque estava longe não significava que não conseguia ver todo o amor e felicidade que irradiavam daqueles sorrisos que compartilhavam antes de unirem os seus lábios.

Ele abraçava-a com delicadeza, olhava para ela com um brilho lindo nos olhos, sorria como se fosse a razão de tudo de bom na sua vida e a beijava com tanto amor que parecia não sentir mais nada, além disso. E eu só podia pensar que era tudo o que queria e nunca poderia ter.

Estava sentado no passeio em frente à minha casa alguns dias depois dessa experiência terrível. O sol estava forte naquele dia, mas o ar permanecia fresco e ventoso. Tínhamos combinado encontrar-nos para ver um filme pelo qual esperávamos há muito tempo no cinema. Vi-o chegar no seu carro e depois sentar-se ao meu lado.

— No que pensas? — perguntou.

— Não penso em nada.

— Estás sim.

— Como sabes? — olhou para mim por um momento. Sorri satisfeito. Sabia que ele ia gabar-se de me conhecer tão bem.

— Estás a morder a parte interna das tuas bochechas — respondeu. E só então percebi que o fazia quando ele disse. — Sempre que estás a pensar, fazes isso.

— Não é verdade.

— É sim. Fazes isso desde que nos conhecemos, há doze anos.

Queria dizer-lhe o quão atencioso isso era e o quão bem se sentia saber que ele me conhece tão bem. E sabia que estava errado, mas realmente desejava poder lançar-me nos seus braços.

— Conheço-te muito bem. Sei tudo sobre ti.

"Não sabes" pensei.

E ele não sabia como passava noites sem dormir a pensar no seu belo sorriso e em como pertencia a outra pessoa, a alguém que não era eu. Não sabia que morria por provar o doce dos seus beijos ou o calor dos seus abraços. Também não tinha ideia do quanto desejava ouvir os seus "Eu te amo". Não sabia o quanto estava apaixonado por ele desde aquele verão. E acho que nunca saberá.

— Aí está outra vez. — a sua voz tirou-me dos meus pensamentos. — Contínuas a fazê-lo. O que te preocupa tanto?

— Não é nada, a sério.

— Sabes que sempre podes falar comigo, certo?

— Eu sei. Obrigado.

Sabia que continuei a fazer aquele gesto que só hoje percebi que faço constantemente sem dar conta, e sei que ele reparou, mas decidiu não perguntar mais.

Ilusion - MinsungWhere stories live. Discover now