Capítulo 2

155 22 20
                                    

ᴊɪsᴜɴɢ

Ops! Esta imagem não segue nossas diretrizes de conteúdo. Para continuar a publicação, tente removê-la ou carregar outra.

ᴊɪsᴜɴɢ

É muito difícil.

Durante alguns dias, segui os conselhos dos meus amigos; entre eles estavam coisas como: não saias tanto com ele, conhece mais pessoas, repara nos seus defeitos e, sobretudo, para de te torturares a ver como ele é feliz com outra pessoa. Acho que esta última é das mais difíceis.

É complicado de explicar. Não quero afastar-me dele, mas também não quero estar tão perto, porque quando estou, acabo magoado de alguma forma. E sei que ele nunca me magoaria conscientemente, mas é impossível não querer fugir e desaparecer da face da Terra quando o vejo ser feliz com outra pessoa à minha frente. Quero que ele seja feliz, claro, é só que eu gostaria de ser feliz ao lado dele.

Era sábado, um dia que podia estar a usar para descansar da semana pesada cheia de tarefas e responsabilidades aborrecidas que um pobre rapaz de dezassete anos tinha, mas, em vez de estar na minha cama a ver os episódios que tinha pendentes da minha série favorita, estava a caminho da estúpida escola porque há alguns meses deixei que os meus igualmente estúpidos amigos me convencessem a juntar-me ao clube estudantil com eles e agora tínhamos que estar fechados numa sala sem ar condicionado com o calor da primavera a tentar planear um evento do qual nem sequer estava tão interessado a ponto de saber do que se tratava.

Encontrei um lugar de estacionamento livre mesmo quando acabava a música que ouvia. Era uma daquelas que falavam de desamor e traições e com a qual choraria numa daquelas más noites, mas que também me anima quando não tenho nada pelo que me lamentar, como hoje.

Estava a ocupar-me dos meus próprios assuntos — isso significava que falava comigo mesmo mentalmente — quando senti um forte golpe nas minhas costas que me fez cambalear. Estava tão concentrado em tolices que não me apercebi de que a equipa de futebol estava a treinar, e a bola deles bateu-me nas costas, e eu sentia que ia morrer de vergonha quando acabei no chão. Lamentava a minha própria existência com a cabeça baixa e ainda sem me levantar do chão até que ouvi uma voz masculina a aproximar-se por trás de mim.

— Estás bem? — perguntou o rapaz. Parecia ser apenas um ano mais velho que eu e o seu rosto parecia-me muito familiar.

Ele era alto e tinha cabelo preto, e o seu corpo era claramente o de um atleta. Ele era bastante bonito, tenho que admitir, e isso só tornava esta situação mais embaraçosa.

— Sinto muito, foi culpa minha. — ele estendeu a mão para me ajudar a levantar e eu aceitei.

De repente, senti-me preso num grande cliché. Só faltava estar com uns livros nas mãos, que tivesse deixado cair com o impacto, que ele me ajudasse a apanhá-los e que os nossos olhos se encontrassem e começasse uma grande história de amor.

— Doeu muito? — perguntou. Ele segurou-me pelos ombros e com os seus olhos castanhos, percorreram-me de cima a baixo.

— Não, não dói tanto como pensas. — as suas mãos continuavam a segurar-me e ele continuava a observar-me firmemente. Começava a sentir-me desconfortável.—- Estou bem, a sério.

Ilusion - MinsungOnde histórias criam vida. Descubra agora