Capítulo 1

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ᴊɪsᴜɴɢ

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ᴊɪsᴜɴɢ

Esta rotina é muito cansativa e detesto-a, para dizer a verdade. Encontro-me com os meus amigos na escola, pomos a conversa em dia após nos despedirmos — jogos de vídeo e interesses amorosos na maioria das vezes — e depois, no intervalo, sofro ao vê-lo fazer tudo por ela e sair minutos depois para não se magoar ainda mais.

E agora é esta situação que me dá vontade de arrancar os olhos e o coração. Evi sentada ao lado dele, nem sequer um centímetro entre eles, surpreende-me que não lhes cause claustrofobia. O seu cabelo comprido, ondulado e castanho-claro a deslizar por entre os dedos dele, enquanto os lábios dela beijam as suas bochechas pálidas. E tenho quase a certeza que ela tem as pernas por cima dele.

Odeio mesmo isto.

E quando estou a questionar a minha existência e, mais importante, a razão pela qual continuo a assistir a esta cena dolorosa, ele tira-me dos meus pensamentos. Tenho a certeza de que ele tem pena de me ver tão sozinho e a lutar silenciosamente comigo mesmo, por isso faz uma pergunta, por mais estúpida ou simples que seja, só para me ouvir dizer algumas palavras e certificar-se de que não estou morto. Ele nunca disse-me que era disso que se tratava, mas tenho a certeza que é essa a razão e odeio-me porque tenho esperanças por algo tão pequeno como isso. Sinto-me tão patético.

— Jisung, vens comigo comprar o presente da minha mãe? — perguntou-me Minho. Ele afastou-se de Evi, mas manteve um braço à volta dos ombros dela. Tenho a certeza que isso é muito quente.

Gostava de pensar que ele me convida porque gosta de passar tempo comigo e quer se divertir um pouco, mas sei que só o faz porque conheço a senhora Lee melhor do que ele. O Minho é assim, um pouco distraído, esquece-se rapidamente dos pormenores — mesmo quando se trata da mulher que lhe deu a vida — mas felizmente tem-me a mim que, depois de quase doze anos de amizade, lembro-me muito bem do que gosta a mulher bondosa que tomou conta de mim quando os meus pais saíram. Sou o oposto dele. Lembro-me muito bem. Sobretudo quando se trata de alguém importante para mim. E é por isso que sei que o Minho detesta rodelas de tomate nos hambúrgueres e está sempre a tirá-las para as substituir por batatas fritas, ou que, no inverno, as suas orelhas ficam sempre muito frias e é por isso que tem uma quantidade invulgar de gorros e camisolas guardadas no guarda-roupa.

— Sim, vem buscar-me às quatro horas — respondi antes de comer a salada que tinha tirado com o garfo.

— Gostava de me juntar a eles, mas o estúpido treino da claque vai salvar-me de chumbar a desporto, por isso não posso faltar. — acrescentou Evi. Ela sorria de orelha a orelha, como sempre.

"Ninguém te perguntou", pensei. Depois arrependi-me e repreendi-me mentalmente.

Tenho de ser sincero. Nem sequer estou perto de não gostar daquela rapariga. Ela é um amor de pessoa. Se eu não estivesse a babar pelo Minho, provavelmente estaria a babar por ela. Ela é linda, tem sempre um sorriso na cara, é simpática até com as pessoas mais desagradáveis, os seus vestidos e o seu cabelo — ambos sempre ondulados — parecem mover-se em câmara lenta sempre que há uma pequena rajada de vento, como as personagens de filmes. Não me surpreenderia se todas as pessoas desta escola tivessem uma paixoneta por ela. E gostava mesmo de a poder odiar, porque isso tornaria tudo isto um pouco mais fácil, mas não consigo e isso só me faz pensar que o Minho nunca tirará os olhos dela e eu continuarei a ser apenas o seu melhor amigo.

Ilusion - MinsungOpowieści tętniące życiem. Odkryj je teraz