Minhas pernas já estavam bambas e fracas de tanto que eu corri, meu corpo estava todo molhado, minha roupa grudava no corpo e meu rosto parecia pimentão, isso sem tirar o fato que eu poderia morrer ali mesmo de nervosismo, ansiedade e palpitação.

Meus batimentos estavam acelerados e eu estava sem fôlego, eu corri até a creche e para minha não novidade meu pai já havia sumido, as professoras de lá estavam atendendo outras crianças enquanto uma menininha de cabelos castanhos chorava sozinha , assustada e excluída em meio a todos aqueles adultos, eu sabia que era ela.

Lágrimas começam a brotar em meu rosto sem que eu tivesse controle, era tão constrangedor...mas me aproximei da garota e logo a peguei no colo dando um abraço e pegando sua pequena mochila que mal tinha roupas para ela usar quando abri e se tinha eram todas gastas e velhas.

Mesmo cansada eu fui até uma das professoras e perguntei oque havia acontecido com o senhor que trouxe  a menina e elas me deram um olhar de pena e olharam para a menininha de olhos negros assustados com uma cara de nojo que jamais esquecerei, a professora disse então:

-Querida, ele saiu correndo após deixar essa garota e a polícia foi atrás viu...

Ah mas é claro, agora entendia os olhares de nojo, as risadas...ah essa porra toda ainda me levaria a um hospício!! mas a garotinha fedia a cigarro e ela me parecia tão indefesa... eu só queria protege-la do mundo e dos próprios pais que tínhamos...minha mãe também vivia com caras diferentes por dinheiro e tinha o mesmo histórico de meu pai, ah que humilhação.

Eu acalmei a menina que chorava silenciosamente em meus braços e logo a fiz dormir, o odor de cigarro era presente e eu não sabia oque fazer, eu era corajosa então voltei a empresa como prometido com os cabelos bagunçados e em um estado de pena\ dó.

A menininha que  eu ainda não sabia dormia profundamente e no primeiro passo que dei...TODOS os olhares da empresa se focaram em mim sim, todos, repito: TODOS.

Ignorei e fui até a minha mesa , deitando a menina em meus braços, largando a mochila pequena que mal ocupava espaço em minha mesa e começando a trabalhar normalmente em relatórios, pesquisas e gráficos da empresa porém escuto uma voz séria e firme me chamar pelo nome.

-SON CHAEYOUNG!! EM MINHA SALA A-G-O-R-A.

AI MERDA MERDA MERDA! ERA A MINHA CHEFE.

Ela parecia visivelmente irritada e todos ouviram o berro que ela deu, eu tinha certeza que esse era meu fim , em pleno segundo dia de trabalho. relutante  vou até a sala dela com minha irmã nos braços, me sento e aconchego a bebê em meus  braços, sua barriga  roncava enquanto ela dormia e seu estado não era dos melhores, eu apenas espero oque minha chefe iria dizer, ela começa.

-Son Chaeyoung, você sabe que não é permitido crianças aqui...e a sua em especial está com um forte odor de cigarro, você me parece nova demais para ser mãe e os funcionários estão o dia todo reclamando do cheiro da criança, preocupados com aparência e até queriam denunciar...por favor, gostaria que se retirasse e desse um jeito em sua filha até amanhã se não entrarei com um processo de maus tratos e será demitida imediatamente, espero que saiba também que fumar faz mal, perto de crianças piora e na empresa em hipótese alguma.

Após ouvir todas aquelas palavras duras eu começo a chorar desesperada tentando me controlar, era pior que levar uma facada no coração , me acalmo e olho para a pequena segurando mais lágrimas e o nó em minha  garganta que se formava  pouco a pouco, finalmente solto tudo de uma vez:

-senhorita me desculpe mas não posso fazer nada se meus dois pais são fumantes, se minha mãe sofreu um acidente de carro a pouco e ela me viu uma vez este ano, perdão se eu tenho cuidar de uma criança , um bebê de 3 anos que eu mal conheço,  desculpe se estou tão mal por ter corrido o dia todo hoje tentando resolver assuntos da empresa e da filha que nem fui eu que fiz, peço minhas sinceras desculpas a todos por isso, mas como tenho que cuidar dela por esta semana eu...não posso continuar na empresa eu realmente sinto muito.

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