heartbreaker ✶ lizeth selene (g!p)

bad coincidence

| LIZETH —

Puta. que. pariu. Zoe estava bem a minha frente. Depois de anos.

— Zoe? —sussurrei.

Quando me recompus após o quase taquicardia que tive. Minhas mãos suavam mais que o normal e eu podia apostar que estava sem ar.

— Vocês já se conhecem? —Payton e sua madrasta perguntam em uníssono.

— Sim...

— A gente estudou juntas na Bellmore.

Ela me interrompe, séria. E não era por menos...

O que eu fiz foi filha da putagem, ignorar suas mensagens depois daquele término desastroso. Fica com uma das garotas que mais zombava da aparência dela — na sua frente — na festa da escola. Sumir do bairro. Porra...até eu estaria com raiva.

Na época eu estava frustrada e com raiva, frustrada por perder minha mãe. Com raiva por meu pai não se importar comigo o suficiente e me jogar num lar adotivo qualquer, sumindo no mundo. E cansada de machucar a garota que eu mais amei em toda minha vida.

Se eu tivesse a cabeça que tenho hoje, não teria forçado nosso fim de uma forma tão dolorosa. Mas acho que foi necessário. — Ou tento acreditar nisso.

— Minha filha é mesmo descolada, —a madrasta de Payton exclama, me fazendo rir— Vão se sentar, vou chamar o George.

Payton entregou para ela o buquê de girassóis que a entreguei;

— Fica à vontade, Liz! —Cris pede— É Liz, né?

— Pode chamar de Selene. —dou de ombros, sorrindo sem jeito.

— Vem amor, não precisa ficar nervosa!

Minha namorada diz, descontraída. Com certeza ela notou o susto da porra que tomei. Mas não era por conhecer meu futuro sogro ou algo do tipo. Era Zoe! Bem aqui na minha frente...

Enquanto Payton começava a tagarelar, percebi nas minhas olhadas de canto que ela tá linda pra caralho. Zoe encorpou e com certeza tirou aqueles óculos pelos quais eu era apaixonada no primeiro ano. Seu aparelho bucal também não existia mais e nossa, só de ela estar no mesmo cômodo eu ficava toda arrepiada. Como antigamente.

| ZOE —

Quando George desceu, dei graças a Deus. Nos servimos e enquanto eles conversavam animados, eu tentava acalmar o caos que estava dentro de mim.

Lizeth Selene, a filha da puta que acabou com o meu psicológico estava aqui. Bem na minha frente.

Eu nem sabia distinguir meus sentimentos! Era um turbilhão de coisas, raiva, felicidade, mágoa, saudades(?). Nem sabia que sentia saudades dessa garota! Depois de tudo que aconteceu entre nós eu me atrevo a ficar feliz de vê-la outra vez?

Não vou negar que, ver que ela estava bem e saudável me causava borboletas no estômago. Com certeza Selene estava limpa há algum tempo, ela tinha aquele seu brilho de novo.

Porém, toda aquela raiva estava aqui á tona de novo. A forma que eu tentei odia-la por meses e não consegui, como eu tentava esquecer de nós e era em vão. Não sei por quanto tempo chorei, mas sei que foi o suficiente para minha mãe me jogar numa terapia.

Por meses eu me preocupei e senti sua falta, por meses eu quis estar com ela. Por meses lembrei de como éramos felizes e como tudo foi por água baixo. As cenas dela beijando Julie, uma das garotas mais cruéis da escola repassava na minha mente. Como ela terminou comigo e como me tratou após esse término. Vê-la não só me fazia relembrar tudo, mas também sentir.

E agora Selene está tão bem, namorando e aparentando estar feliz...o jeito que ela olha pra Payton, de forma apaixonada. Como ela podia? Enquanto eu ainda estava aqui, afastando qualquer pessoa que ousasse se aproximar de mim com medo de ser machucada. Como ela me esqueceu tão rápido?

Realmente, os filhos da puta sempre se dão bem nessa vida.

Eu precisava dar o fora dali.

— Eu preciso acabar o trabalho de biologia pra essa semana. —indaguei, chamando a atenção de todos na mesa.

— Mas você nem tocou na comida, filha. —diz George.

— Não estou com muita fome. —sorri rápido— Qualquer coisa estou no quarto.

Falo, olhando para minha mãe que não entendeu bulhufas e me retirando da cozinha. Podia sentir o olhar dela sobre mim, me queimando, mas não conseguia retribuir sem que meus olhos se enchessem de lágrimas.

Subi as escadas num pulo, logo eu estava no meu quarto, soltando o choro entalado. Porra Lizeth, que péssima coincidência.