O jantar transcorreu tranquilamente e mesmo eu sentindo certa tensão no ar, ela era bem disfarçada. As mulheres conversavam polidamente sobre trivialidades, meu pai e o Sr. Minatozaki conversavam sobre trabalho e eu e Sana permanecismos quietas.
Como sempre, meu jantar havia sido esquematizado de acordo com as horas de um relógio e eu era a única que não me servia diretamente da mesa. Minha carne estava cortada em pedaços para que eu não precisasse usar uma faca e se encontravam às três horas, a salada se encontrava às nove e as batatas às seis. Era basicamente isso o que eu comia, nada que me desse o trabalho, mas que também não me deixasse com fome. O cardápio para os visitantes era bem mais requintado. Isso eu podia saber pelo cheiro.
Quando terminei de comer, coloquei os talheres de lado e peguei o guardanapo ao lado direito do prato.
- Você estudava no St. Angelina antes do acidente? - perguntou Sana casualmente.
Estranhei o modo banal a que ela se referia ao acidente e a forma indiferente com que fez a pergunta.
- Você não é obrigada a conversar comigo - respondi, pousando o guardanapo de pano cuidadosamente na mesa.
Ouvi seu riso baixo.
- Não sei porque ainda tento...
- Nem eu - concordei torcendo os lábios impaciente - mas só para não ser mal eduacada, eu vou responder a sua pergunta: sim, eu estudada no St. Angelina.
- Ouvi falar sobre você é sua amiga...
- Mina.
- Como?
- O nome dela era Mina.
- Ouvi falar sobre você e Mina - repetiu ela.
- Aposto que sim - retruquei irônica - Ainda somos assunto naquele colégio?
- Você é desagradável - Sana falou baixo, mas com o tom de voz divertida.
- Você é insistente.
- Tem medo, Tzuyu? - perguntou. Senti que ela se aproximou um pouco. Ninguém ouvia nossa conversa.
- Medo do que?
- Medo de alguém se aproximar de você.. Pelo jeito não tem tido muitas conversas casuais com ninguém. E como disse sua mãe, não tem amigos.
- Foi uma escolha - rebati irritada.
- Uma escolha? Quem escolhe ficar longe das pessoas?
- Eu. - respondi.
- Você tem medo - ela concluiu. Eu podia imaginar que ela sorria.
- Você não me conhece. Não fique me analisando - a repreendi, querendo sair da mesa.
- Estou tentando te conhecer.
- E para que? Não vamos ser amigas... Não quero amigas.
- Talvez eu consiga fazer você mudar de ideia - Sana parecia gozar da minha cara.
- Você é muito presunçosa - comentei virando o rosto para outro lado. Era estranho, mas eu me sentia levemente sem jeito - Por que insiste tanto? Não vê que me irrita e me deixa nervosa?
- Pelo menos há alguma reação...
- Por acaso acha engraçado ficar falando gracinhas?
- Só você não ri.. - ela gargalhou baixo - Você está vermelha.
- Oh! Sim! Senhora engraçadinha... - disse com os dentes cerrados e controlando para não falar alto.
- Queria ser sua amiga, Tzuyu...
- Por que? É pena? Obrigada, mas não preciso.
- Eu já disse que não sinto pena de você. Essa sua língua afiada não faz ninguém ter pena de você. A não ser você mesma, talvez.
- Não tenho pena de mim mesma. - retruquei quase bufando.
- Essa sua autodefesa instantânea me irrita.
- Que ótimo!
- Me irrita, mas eu gosto - completou Sana. Ela parecia mesmo estar querendo me irritar e estava conseguindo, mas eu sentia algo diferente... Vontade de rir - Eu não sei o por quê, mas... Quero ser sua amiga... Depois aquele dia no sei jardim.
- Obrigada por me lembrar disso - cortei seca.
- Depois aquele dia no jardim - continou como se eu não houvesse interrompido - Fiquei pensando no que fazer para recompensar minha tremenda ignorância com relação ao seu problema.
- Oh! Passou seus dias pensando em mim? Fico lisonjeada! - eu disse irônica
- Você pode ficar quieta um instante? - a voz soou um pouco irritada. Fiquei quieta - Quero te fazer uma proposta...
- Proposta?
- É algo que seria interessante e... Consequentemente nos tornariamos amigas... Isso seria algo bom para mim e para você.
- Para mim?
- Você pararia de ser tão chata.
- Elogios! - me peguei pensando em quando o jantar terminaria. Respirei fundo. - Qual é a proposta?
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ʙᴇ ᴍʏ ᴇʏᴇs | sᴀᴛᴢᴜ ᴠᴇʀsɪᴏɴ ×
RomantizmHá um ano, eu havia sofrido um sério acidente de carro. Minha amiga, que dirigia, havia morrido a caminho do hospital de parada cardiorrespiratória. Foi difícil a adaptação. No começo, tudo me irritava, principalmente a morte de mina. Era difícil co...