— Você está pronta para ir pra casa?
Maya levantou o rosto para encontrar uma Carina sorridente a encarando. A verdade é que a loira estava hipnotizada pelo pequeno ser humano em seus braços. Liam dormia tranquilamente com a boca entreaberta no colo da mãe, alheio às pessoas a sua volta.
— Eu não acredito que isso realmente está acontecendo. - Maya sussurrou, com medo de acordar o pequeno. ‐ Sinto como se meu peito fosse explodir de felicidade a qualquer momento.
— Eu sei, é difícil de acreditar. - Disse Carina com um sorriso no rosto. ‐ Eu estou tentando não chorar desde que chegamos aqui. Mas precisamos ir embora, está tarde.
— Ok. - Maya respondeu. - Você dirige? Eu quero levá-lo.
Carina assentiu, o sorriso sem sair do seu rosto em nenhum momento. As mulheres se despediram dos amigos ainda presentes na estação e caminharam em direção ao carro. Um sentimento de tristeza incomodava Carina devido ao processo que havia recebido, mas ela iria lidar com isso outra hora. Agora, sua prioridade era sua família.
Carina abriu a porta do apartamento e a segurou aberta para que Maya entrasse. O local estava uma zona, cheio de caixas espalhadas com coisas das duas para a mudança. Estavam à procura de um novo lar, onde pudessem recomeçar sem lembranças tristes pairando por cada cômodo do lugar.
— Ainda bem que já tínhamos comprado o berço. - Carina falou, observando Maya caminhar em direção ao quarto e colocar Liam delicadamente em seu berço.
— Ele parece tão em paz. - Maya comentou, admirando seu filho que ainda dormia. - Você acha que ele vai gostar de mim? - Comentou insegura.
— Bambina, ele já ama você. - Carina comentou se aproximando e abraçando a esposa por trás. - Você viu a facilidade em que ele dormiu em seus braços. É compreensível, você é muito confortável. - Sorriu.
Maya não respondeu. De repente sentiu seu coração bater mais forte e seus olhos encherem de lágrimas. No silêncio do quarto, a ficha de que agora era mãe começou a cair.
— Ei, o que aconteceu? ‐ Carina perguntou em pânico ao escutar o choro da esposa. Maya permaneceu em silêncio enquanto mais lágrimas escorriam em seu rosto. - Maya, fale comigo. - Disse, virando a mulher em seus braços para que ficassem frente a frente.
— Eu acho que esse é o dia mais feliz da minha vida.
A loira falou entre soluços, abraçando a esposa. Carina sentiu seus próprios olhos encherem de lágrimas e permitiu que elas caíssem enquanto agarrava firme a mulher em seus braços. Sentia como se finalmente tivesse conquistado tudo o que queria. Sua esposa estava bem, se cuidando e lutando para reconquista-la todos os dias. E agora havia Liam, seu filho, filho delas, a prova viva de que o amor das duas era forte e inabalável.
— Obrigada por não ter desistido de mim mesmo depois de tudo. - Maya falou, segurando o rosto da morena em suas mãos. - Obrigada por me dar outra chance e acreditar em nós duas.
— Você é a minha vida, Maya. - Carina respondeu emocionada. - Desistir de você seria como desistir de viver. Não estava nos meus planos.
Maya sorriu entre lágrimas, inclinando para beijar a esposa. Seus lábios tocaram suavemente os de Carina num gesto cheio de ternura e amor. Um sorriso cúmplice iluminou seus rostos enquanto trocavam carícias e olhares repletos de declarações silenciosas. Naquele momento, o mundo parecia desacelerar, permitindo-lhes saborear a doçura da conexão que compartilhavam.
— Eu te amo. - Carina falou quando terminaram o beijo. - E eu amo nossa pequena família.
— Nós sempre podemos aumentá-la. - Maya disse com um sorriso no rosto. - Eu ainda quero ver você grávida.
— Eu serei uma grávida insuportável. - Carina riu, lembrando de como os hormônios a deixaram.
— E eu ainda irei amar você da mesma forma. ‐ Maya respondeu, se inclinando para beijá-la novamente.
Assim que seus lábios se tocaram, o choro de Liam as assustou. Com suspiros resignados, se afastaram, deixando o momento romântico para acudirem o filho recém-nascido. Aquele choro inesperado, porém, serviu como um lembrete da nova vida que estavam construindo juntas e da responsabilidade que compartilhavam como mães.
— Acho que vou ter que me acostumar com as interrupções. - Maya disse rindo enquanto pegava o filho do berço. Quase que de imediato, Liam parou de chorar e se acomodou em seus braços. As duas trocaram sorrisos cúmplices observando o filho, que olhava curioso para as duas. — Eu definitivamente posso me acostumar com isso. - acrescentou, encantada com a nova jornada que tinham pela frente.
Na serenidade daquele momento, perceberam que, apesar das incertezas da maternidade, estavam envoltas em amor incondicional e prontas para abraçar cada novo desafio.
