c a p i t u l o 17

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Quando Everest desligou, fechou os olhos e abaixou a cabeça. Eu vi o seu corpo se movimentar com a respiração profunda. Mechas claras e onduladas cobriram o rosto devido ao cabelo quase totalmente seco.

- O que Denali falou a você? - Sondei.

- Isso importa? Foi você, não é? - perguntou, ácida - Meu Deus, Henry, qual o seu problema? Você fez aquilo com Marco?

Travei o maxilar. Ah, querida, eu tinha vários problemas, e um deles eram as pessoas linguarudas que a rodeavam.

- Diga querida, qual é a acusação da vez? - Cruzei os braços. A ferida deu uma fisgada, mas não me importei com a dor. - Vocês, irmãs Thomas, parecem gostar de me incriminar - A minha voz era uma bagunça grave, saindo por entre os dentes.

Everest desceu o olhar pelos meus braços e após engolir a seco, os desviou. Ao inferno que ela desviaria.

- Então era o seu plano desde o início? Feri-lo pra que eu não tivesse opções e viesse? Você é sujo!

- Se quer mesmo saber, então não aja como uma maldita covarde e olhe para mim, não se atreva a olhar para outro lugar! - Grunhi, quase rosnei e ela trouxe as orbes de volta para mim, arregalados - Você me demoniza ou me subestima, eu não sei. - Falei, rindo forçadamente e joguei uma mecha do cabelo para trás - Passarei por cima de Marco e qualquer outra pessoa que ousar deixa-la longe de mim. Eu nunca escondi isso, Everest!

- Você foi matá-lo então?- o choque em suas palavras era real, o desespero também. Everest olhou para os lados, a ficha provavelmente estava caindo. - Você foi matá-lo. - Ela repetiu, chegando a sua conclusão, e segurou no sofá com força, parecendo sobrecarregada. Avancei um passo - Não se aproxime! - bradou, a mão estendida.

Aquiesci, o maxilar travado e com vontade de ir até ela.

E eu senti por minha little fox, mesmo que por alguns segundos. Era óbvio que Everest não tinha noção de onde se enfiara. Do que seu pai fazia. Do buraco que ela se atreveu a voltar. E do eu era capaz de fazer.

Pelo pouco tempo que tive até então, descobri poucas coisas sobre sua vida, mas que me contentaram por hora.

Descobriria eventualmente, no entanto, de sua própria boca.

Everest foi embora com a mãe quando tinha apenas seis anos, que foi na época em que Big tomou o comando da pequena gangue do Norte de Seattle. Eu fiquei intrigado com o motivo de terem ido só às duas, mas não descobri nada mais sobre isso.

Ela ficou um ano sem estudar e eu até consegui algumas fichas de tratamento psicoterápico em sua infância que perduraram até o ensino médio. Mas só mostravam as quantidades de horas semanais e algumas outras informações não tão relevantes. Aos oito, foi para o Canadá e ficou por lá até que fez dezoito anos, então voltou a ficar com a mãe, ajudando-a a cuidar de uma doceria média e bem movimentada em São Petersburgo. Meu informante não conseguiu descobrir mais, mas era o suficiente.

Ela só recebia visitas de Gaia Thomas, sua mãe. Eu fiquei curioso porque a mulher ainda usava o nome de casada já que ela e Big, provavelmente não estavam juntos.

- Porque está assim? Você o conhece ao quê, menos de duas semanas? - eu quis saber, controlando a porra da raiva. - Gosta dele?

- Ele está morto? - perguntou, a voz trêmula. E ignorou a minha pergunta.

Não que eu me importasse, mas se Marco tivesse morrido, Everest poderia sentir ainda mais medo de mim, talvez até me odiar. Só que naquele instante eu estava me fodendo para isso.

- Você gosta de Marco, Everest? Responde-me! - Rosnei a pergunta, fechando as mãos ao lado do corpo.

Eu não sabia os seus gostos. Mesmo que ele tivesse o dobro de sua idade, era uma possibilidade que ela nutrisse alguma coisa, já que passaram alguns dias juntos. Ela era linda, impossível de não se olhar. Se fosse o caso, seria uma pena. Eu faria questão de acabar o que comecei.

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