Henry
Engoli dois analgésicos e me joguei na cama. Encarei o teto branco e limpo, me perguntando se aquilo iria bastar até que eu enfim colocasse um ponto final ao meu tormento.
Se as lutas eram suficientes.
Querendo me livrar do pensamento inoportuno, saltei da cama e desenrolei o lenço rosa, que peguei de Denali sem que ela visse, do meu punho estragado e joguei no chão. Desci a bermuda, peguei o celular e liguei para ela outra vez.
Precisava que ela adiantasse.
- Como você me ama, cara! - Latiu do outro lado.
- Não tem ideia do quanto. - Ironizei e revirei os olhos, a ação fez com que minha cabeça latejasse. Porra. - Mande uma das garotas. Mereço um prêmio por ter enfiado dinheiro no seu rabo. - Ela riu.
- Não foi só no meu que ele entrou.
Entrei no banheiro e deixei a porta aberta. Pus o celular sobre a pia e entrei no box.
Liguei o chuveiro, deixando-a falando sozinha enquanto tirava toda a sujeira do meu corpo. Lavei o cabelo, enfiei a cabeça sob o jato de água e à medida que a espuma ia escorrendo ralo abaixo, a dores ficavam cada vez mais insuportáveis.
Segurei a respiração e fiquei ali... A cabeça pesava, os pulmões imploravam por ar e eu passava a enxergar tudo embaçado. Quando a cabeça virou chumbo pela pressão, soltei o ar aos poucos.
Desliguei o registro e Denali ainda estava me esperando.
A sensação que eu tinha era que um caminhão havia passado por cima de mim. Tudo doía. Resmunguei. Denali esbravejou:
- Seu cretino, tenha paciência ou então procure você mesmo sua vadia.
Arqueei a sobrancelha com a explosão e gargalhei alto quando ela desligou puta. Eu entendia, lidar com a bagunça pós luta era infernal e não era só aquilo, ainda tinha as drogas porque tudo tinha um maldito preço a se pagar.
Peguei a toalha e enrolei a cintura.
Levei a mão ao cabelo, jogando os fios molhados para trás. Toquei com a ponta dos dedos nos machucados no meu rosto e senti o estrago.
Entrei de volta no quarto.
Foi inevitável não parar de súbito no momento em que meus olhos foram até a criatura quase agachada próximo à cama.
Arqueei a sobrancelha. Pensei em chama-la e perguntar o que queria, ponderei em ir até o telefone me informar com o hotel, mas aquela porra não tinha sentido, eu sabia que o uniforme não era aquele sobretudo gasto e nenhuma camareira entrava assim de modo abrupto e suspeito.
Denali? Me perguntei.
Mas aquelas roupas não eram de seu estilo, e o cabelo castanho claro ondulado, obviamente, também não eram seus.
Aproximei-me. Ela percebeu.
À mulher pegou o abajur ao seu lado e numa rapidez impressionante, levantou de onde estava, suspendendo o braço para lança-lo em mim. Meus olhos dobraram de tamanho, porque eu não esperava.
Respirei fundo sem paciência.
Peguei seu braço, apertando-o ao ponto em que sabia que machucaria, avancei com rapidez à parede mais próxima e pressionei-a para que impossibilitasse qualquer ataque. Ela arfou.
Quem malditamente era aquela mulher?
- Mas o que diabos é isso? - bradei nem um pouco satisfeito -Esse é o presente que a cadela mandou? - dei risada.
DU LIEST GERADE
EFEITO DO CAOS
Romantik+18 DARK ROMANCE DE VROMANCEPLUS. S i n o p s e Everest Thomas volta para Seattle depois de anos morando com a mãe. Após passar parte de sua vida num colégio, decide cursar serviços sociais na Universidade de Seattle e morar com a irmã após anos dis...