17. Daddy issues (p.1)

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Atenção: Este conto é um age gap, a diferença de idade é grande, mas não há interação de cunho sexual entre uma menor e um adulto. Contudo, se não for um tema que te agrade, por favor, não leia. Te poupe e nos poupe de futuros desentendimentos.

•••

Oi, meu nome é Maria e sou filha de pais separados, mas que moram no mesmo teto. Desde pequena, notei o quanto meus pais eram diferentes dos outros pais, eles mal interagiam entre si, não sorriam muito um para o outro e não mantinham muito contato físico.

Até que cresci e descobri que meus pais eram separados, mas não queriam romper definitivamente o contato por minha causa, eles pensavam que se um deles saíssem de casa, eu ia sofrer muito.

Como se isso fosse mudar o fato de que eles se separaram de mim também, o que é pior do que ter só um deles fora da minha vida e dando o mínimo de atenção.

Todavia, esse afastamento deles, que me causou alguns problemas mentais, pessoais e profissionais, foi suprido por ele: Pedro Vancouver, melhor amigo do meu pai.

Pedro entrou em nossas vidas quando eu tinha 10 anos, e ele tinha 35 anos. Obviamente era o homem mais lindo que eu já vira na vida, parecia um ator de cinema. Bonito, perfumado, bem arrumado e de sorriso fácil. Toda vez que me via, ele abria um sorriso ENORME.

Claro que eu criei uma paixonite boba de criança, ele era o único adulto que me dava a devida atenção. Ele me dava atenção, tipo, mesmo mesmo. Ouvia as minhas histórias, elogiava as minhas roupas, me dava presentes mesmo quando não era o meu aniversário e me ajudava na lição de casa quando eu tinha sorte dele chegar e me encontrar estudando na mesa da cozinha.

Meus pais odiavam que eu estudava lá ao invés de estudar na mesa totalmente organizada e acoplada para os meus estudos, com direito a tudo que um estudante poderia pedir. Na verdade, eles não gostavam de casa nada do que eu dizia ou fazia. Não se interessavam em ouvir sobre o meu dia, sobre as poucas conquista que eu tive durante os estudos, que eram poucas.

Nunca fui a melhor estudante, mas eu gostava muito de matemática e ganhei algumas olimpíadas.

Com Pedro em nossas vidas, parei de contar e mostrar as coisas aos meus pais e ficava ansiosa para ver Pedro e contar tudo para ele.

Eu suspirava quando o vi, também lhe abria um grande sorriso, mas acho que ele só me via como uma criança e filha do seu amigo, até porque eu nunca teria idade para ter qualquer envolvimento com um homem mais velho.

A primeira vez que me sentei em sua perna para abrir um presente que ele tinha me dado, com 11 anos, parecia que eu ia derreter. Mas Pedro, não, ele só estava lá normal e esperando para ver a minha reação ao ver os patins que eu tanto queria. Ele tinha noção de como seu cheiro me deixava leve, sua mão no meu braço me deixava envergonhada de um jeito bom e seus abraços me enchiam de esperança.

Vocês podem perceber que uma hora isso ia dar muito errado. Pra mim, obviamente. Eu tentava sentir coisas e borboletas no estômago pelos garotos que todas as minhas amigas gostavam da escola, mas não, ninguém chegava aos pés de um homem como Pedro. Eles nem tinham barba ou roupas elegantes como os ternos que ele usava.

A minha alegria caiu por terra aos 15 anos, quando já estava pronta e imaginando que agora teria idade suficiente para dizer a Pedro sobre meus sentimentos, quando ele apareceu com uma mulherzinha em nossa casa. A perua de tinha nome da vagabunda e eu fiquei tão furiosa e com o coração batendo rápido no peito que não sabia que gritava ou se chorava.

Era o aniversário da minha mãe, ela o convidou, mas ninguém tinha convidado aquela broaca que se apresentou como Emanuella. Eu queria muito chamar ela de feia, mas ela era uma mulher alta, negra, usava saltos alto e um vestido que nunca ficaria bem em mim. A pele dela brilhava, assim como os seus dentes brancos ao sorrirem para o meu Pedro.

Tempo de DesejoWo Geschichten leben. Entdecke jetzt