Capítulo 3 💎

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Jacqueline McQueen

A luz do dia me impede de conseguir abrir completamente meus olhos, minha cabeça está latejando...é, me empolguei no vinho na noite anterior. Mas que...por que Carter está dormindo na MINHA cama? Por que ele está pelado?? Levanto o lençol e percebo que eu também estava sem roupas. Essa não! Me levanto depressa, e trato de vestir minha lingerie e meu roupão.

-Jacque?

-Aaaai!-Levo um susto enquanto terminava de fechar meu roupão.

-Não grita, pelo amor de Deus!-Ele coloca a mão na cabeça. Carter tinha enfiado o pé na jaca junto comigo.

-Desculpa...-Pego um pente e me sento ao lado da escrivaninha.-Primeiramente, bom dia. Segundo, como viemos parar aqui...no meu quarto?

-Não me lembro muito bem, só lembro de você pulando em cima de mim e dizendo que me queria.-Dá um sorriso malicioso, me deixando extremamente com raiva.-Pra quem disse que nunca iria ficar com alguém mais novo você bem que aproveitou.

-Eu exagerei mesmo. Que droga. Me desculpa, eu tava bêbada e carente.-Penteio meus cabelos tentando me lembrar da besteira que eu fiz na noite anterior.-Quer tomar um café?

-Não precisa, eu já estou indo embora. Marquei um programa com Michael e Danny.

-Não conta pra ninguém, tá bom?

-Não esquenta.-Carter se levanta da cama e veste suas roupas, eu viro a cara para o outro lado. Minha vontade era enfiar minha cabeça em um buraco.-Se quiser repetir a dose, fica no sigilo.

-Não vai ter segunda dose!-Levanto da cadeira e vou até a janela, afastando as cortinas. Quando o sol bate na minha cara, a dor de cabeça piora.-Nunca mais eu bebo tanto!

-Mas e aí, vai na festa da Denise ou não?

-Eu não vou pra porcaria de festa nenhuma.E se você insistir eu queimo esse convite idiota na minha lareira.

-Bom, você ainda tem um tempinho pra mudar de ideia. Só vou pedir que pense com carinho, eu sei que a Denise é mala e chatinha, mas pense no Sam.

-Já acabou?

-Já.-Ele coloca a jaqueta em seu braço e vem até mim.-A gente vai se falando.-Deposita um beijo no meu rosto. Eu sei que ele não ia demorar mais que uma hora pra me mandar mensagem, Carter é o amigo pegajoso que às vezes chega a irritar.

-Vou abrir a porta pra você.

Vamos até a porta da frente da minha casa, onde eu a destranco para que ele pudesse sair. Ainda sentindo muita dor de cabeça, pego a minha caixinha de medicamentos, procurando algo para minha dor de cabeça. Também precisava de um banho. Eu estava muito doida para pedir arrego ao Carter...tá aí uma coisa que eu não pediria se estivesse sóbria, ainda mais sendo um cara mais novo!

Meu maior medo é provar um 30- e gostar, não sei se é preconceito da minha parte, ou se eu me reprimo por conta do preconceito dessa sociedade tão retrógrada! E aliás, nenhuma noite de aventura vai me fazer esquecer do Michael...não tem um dia que eu não pense nele! Aaah como eu queria que ele não fugisse de mim quando nos vemos em algum encontro de amigos...o que eu fiz foi realmente tão imperdoável?!

Michael Jackson

-Michael! Que bom que veio.-Danny Nucci, meu amigo desde o tempo da faculdade, me abraça fortemente do lado de fora da sua casa.-Anda, quero que conheça a sua futura afilhada!

-Me sinto honrado por ter me escolhido como padrinho.

-Você e a irmã do Carter, Diana.-Fala com muita convicção. Imaginei Jacqueline no lugar da Diana, se nós ainda estivéssemos juntos...-Ela tá com a Malú na área da piscina.

-Com licença...-Fomos até lá, e já avisto a esposa de Danny, Malú, com a pequena recém nascida nos braços.-Olha só...está caindo de sono!

-Tá nada, é porque ela não gosta de abrir os olhinhos do lado de fora.-Ela responde com muito humor.-Quer segurar?

-Quero!-Eu amo crianças...e quando vejo uma, acabo me sentindo como uma criança também. Pego a pequena com delicadeza e a aconchego em meus braços. Ela ia chorar, mas eu começo a balançá-la devagar, e a mesma acaba se acalmando. Incrível como ela tinha as características de Danny, somente os olhos azuis eram herdados de sua mãe.-Ainda bem que agora ela está aqui com vocês. Devem ter sofrido muito com a bebê internada no hospital.

-Os piores momentos da minha vida foram aqueles...não conseguir pegar nela direito, ficar só 20 minutinhos com ela...parecia uma eternidade.-Danny responde em um tom de alívio.

-Até hoje não entendi porque queriam que meu parto fosse normal, eu avisei que aquele mísero 1 centímetro não ia dilatar. Quase custou a vida da menina. E sem contar que as mulheres da minha família tem histórico de parto cesariano, comigo não seria diferente.

-Irresponsáveis, isso sim. Mas o importante é que agora ela está bem, e com vocês.-Ajeito o chapéuzinho que ela usava.-Já decidiram o nome?

-Letizia!-Danny responde prontamente, sabia que ele escolheria um nome italiano.

-Letizia Viola Nucci.-Malú completa.

-Belo nome, parabéns! Vai ser um prazer ser seu padrinho, Letizia.-Seguro a mãozinha dela, imagino como seria o rostinho do meu filho. Não demora muito para a bebê reclamar de fome, mas logo a mamadeira dela chega. Entrego Letizia para que Malú a alimentasse.-Pensei que ela era amamentada.

-Ela está rejeitando meu leite, Michael...fiquei tão triste com isso. Não quer pegar de jeito nenhum.

-E o leite que ela toma é caríssimo, vou ter que diminuir as cotas da cervejinha...-Malú pega um chocalho que estava no carrinho e joga em Danny, o acertando. Eu acabo rindo alto.

-Cerveja, Danny! Toma vergonha na sua cara!

-Vocês não mudam nada!-Dou muita risada em ver esses dois "se amando". Nem mesmo com a maternidade Malú deixa de ser bruta.

-Seu amigo que me irrita. Mas enfim...e as namoradinhas, Michael??

-Depois da Jacqueline? Ninguém. Só tive alguns encontros casuais mas não passa disso.

-E como ela está?

-Não sei. Não quero saber, e tenho raiva de quem sabe. Ela morreu pra mim no dia que ela demonstrou indiferença diante do ato grave que ela cometeu.-Respondo friamente. Parece que superei essa história, mas até hoje eu choro me lembrando da estupidez dela.-Eu vejo vocês agora, e imagino como seria a minha família...

-Não sabia que tinha tanta mágoa da Jacque.-Diz Danny.-Mas me parece que ela está bem arrependida. É nítido! Trabalhamos na mesma escola a muito tempo, ela não tem mais a alegria de viver que tinha a 5 anos atrás. E cá entre nós, não entendo como ela conseguiu ficar tão rabugenta com o tempo, parece uma senhora.

-Bom, aí já não é mais problema meu. Não tenho nenhum vínculo com essa mulher, e eu não gosto de ouvir notícias de gente que não agrega em mais nada na minha vida. Me desculpem a grosseria, mas é que ainda me dói...-Meus olhos marejam, assustando os dois.

-Michael, vamos mudar de assunto então.-Letizia chora quando Malú tira a mamadeira de sua boca.-Já acabou, mocinha! Olha só!

-Sabe o que me dói? Eu fiz tanta coisa pela Jacqueline, ajudei ela com o trabalho de conclusão de curso, que ela tinha tanta dificuldade. Estava mobiliando uma casa em Los Angeles para nós, queria muito me casar e ter filhos com ela, e não tive nenhuma demonstração de gratidão da parte dela. Olha como ela me retribuiu...-Cubro meu rosto com uma das mãos, e deixo as lágrimas caírem.-Se ela está arrependida agora, não é problema meu. Não voltarei a dirigir a palavra pra ela, nem mesmo um oi...

-Michael...-Danny me abraça.-Eu entendo a sua mágoa, eu entendo. Mas não acha meio pesado você dizer que não vai perdoar a Jacque? A gente nunca sabe o dia de amanhã.-Eu inspiro e respiro profundamente.

-Não desejo o mal dela, Danny. Não mesmo. Ela ainda é nova, está em tempo de se tornar uma pessoa melhor e menos egoísta. Mas não ao meu lado, não comigo.

De Volta Aos 25Nơi câu chuyện tồn tại. Hãy khám phá bây giờ