❤️Seis❤️

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Reki Pov

Ódio é pouco para descrever tudo o que eu estou sentindo, o cara tentou abusar do Langa no meio do hospital!? E pior, ninguém foi ajudar! Que hospital de merda, ou o Adam falou que o Langa era namorado dele, o que seria bem estranho, o cara parece ter uns trinta anos! Sem contar o casal de idosos que espancou o Langa com nada mais nada menos do que uma estante. Vou ver se sobrou água quente na panela que usei para fazer o chá, vou fazer um de camomila para mim também.

Estou caminhando para fora da sala, afinal, não posso estar no quarto, tenho que dar privacidade ao Langa. Chegando na cozinha, ouço um som de porta abrindo, o belo bibliotecário estava pronto, me viro para vê-lo.

—Oi, Reki, o que está fazendo? —Pergunta passando a mãos em seus cabelos molhados.

—Fazendo um pouco de chá para mim, para ver se me acalmo, sabe? Fiquei com muito ódio daquele tal de Adam.

—Não posso dizer que não entendo.

—Você não quer ir se deitar? Daqui a pouco eu vou lá e te levo algum remédio para dor.

—Não, não quero parecer frágil.

Eu coloco a panela sobre a mesa e vou até ele, o fitando com cuidado.

—Não irá parecer frágil, irá parecer uma pessoa consciente dos seus limites, certo, meu bem? —Eu não consigo parar de chama-lo assim, é um velho costume falar assim quando estou preocupado, aí resulta em situações constrangedoras.

Langa suspira fundo.

—Está bem, e posso te fazer uma pergunta? —Assenti com a cabeça.— Certo, de onde você pegou esse costume de chamar as pessoas quando está preocupado de "Meu bem"?

—Olha, quando eu era adolescente e estava procurando emprego, o único que tinha era de babá, por conta disso, quando eu ficava preocupado com os bebês e as crianças pequenas, eu as chamava assim para parecer menos "assustador". Ai acabou pegando e sempre falo isso quando estou falando com alguém e estou preocupado.

—Ah. —Ele diz para si mesmo.

—No que está pensando?

—Em como deveria ser fofo você cuidando de crianças. —Ele fica todo coradinho e dá um pequeno sorriso envergonhado.

—Eu era a babá preferida dos pais. Foi uma tristeza para eles quando larguei esse emprego, mas algumas crianças ainda falam comigo quando me vêem na rua, já que cuidei de algumas uma vez por semana por três anos.

Ele arregala os olhos surpreso, sua reação me arranca um sorriso.

Três anos?? Três anos é muito tempo!

Eu dou uma risada, como alguém pode ser tão lindo?

—Concordo, mas não me enrole, pode ir indo para cama, senhor Langa. —Brinco.

—Está bem, vou indo, mas, você conhece o Miya Chinen?

Caramba! Quanto tempo não ouço esse nome! Será que ele e o Langa tem algo? Acho que não, se não, por que ele teria me chamado para sair?

—Claro! A gente andava de skate no mesmo lugar, o cara era muito bom. Por que a pergunta?

—Ele é um amigo meu, hoje eu estava falando com ele por mensagem e eu estava contando sobre ter te conhecido e tals, aí ele falou que te conhecia, mandou até uma foto e essas coisas.

Não pude evitar dar um sorriso e baixar a cabeça, ele falou de mim para os amigos dele? E tem uma foto minha no celular? Acho que ele nem notou o que disse.

—Já está falando de mim é? Posso ver a tal foto? —Levanto a cabeça e o vejo bem vermelhinho.

Ele tira o celular do bolso e me entrega aberto na foto... Um dia eu mato o Chinen por tirar foto minha dormindo! Por outro lado, estou fofo, mas agora o Langa vai ter uma foto minha que preste! Tiro uma foto minha no celular dele, espero que mande pro Miya para ele ter uma foto boa minha agora. Entrego o celular de volta para o Langa, quando ele o pega, dá para ver um sorrisinho no rosto dele.

—Quer que eu envie para ele?

—Leu minha mente.  —Sorrio para ele.

—Beleza... Pronto! —Ele sorri de volta.

—Agora você vai lá para cama.

—Por que eu tenho que ir? —Cruza os braços.

—Se você não for por vontade própria, eu vou te levar nos braços que nem uma criança. Você precisa descansar, nem foi para o trabalho hoje e nem vai amanhã, pode ir mandando mensagem para o seu chefe explicando.

—E o que eu digo? —Pelo menos não negou nada.

—Diz que suas costas pioraram.

—Elas pioraram? —Ele pergunta encarando meus olhos.

—Vou fingir que você não me perguntou isso. —Arqueio uma sobrancelha.

—Está bem. —Ele dá um sorrisinho e digita a mensagem, logo escuto um som. — O Kaoru disse que tudo bem.

—Kaoru?

—Meu chefe.

Kaoru... Onde eu já tinha ouvido esse nome? Muito familiar...

—Massa. Agora, para cama.

Ouço um resmungo do Langa.

—Por que, Reki?

—Bora. —Vou até ele e o seguro como se fosse uma criança e o levo até o quarto, o colocando na cama. —Pronto. — Abro a gaveta da mesinha do lado da cama e pego um remédio que tem lá e um copo d'água que estava em cima dela, copo que havia deixado aí umas duas horas antes do encontro. — Pega.

—O remédio estava aqui? Assim nem dá para fugir.

Eu rio.

—Não mesmo, nem tente.

—Por que você me trata como se eu fosse quebrar a qualquer momento?

—Trato assim pois já está quebrado, quando você melhorar as coisas serão diferentes, prometo.

Ele desvia o olhar de mim como se não tivesse gostado do que eu disse.

—Quer uma massagem? Como eu disse antes, pode aliviar dor muscular.

—Isso não seria se fosse por exercício?

—Não faço ideia. —Dou um sorriso. —Se preferir, pego umas bolsas de gelo, tenho umas três.

—Pode ser.

—Se referiu a massagem ou ao gelo?

—Tem algum problema se... For os dois? —Seu rosto ainda desviado do meu está bem corado, e o sorriso não abandonou meu rosto nem por um segundo.

—Claro que não tem, mas é melhor começar com a massagem, pode tirar a blusa? —Tenho certeza que agora sou eu que estou vermelho.

—C.. Claro. —Eu o ajudo a se levantar e a tirar a blusa que eu havia o emprestado e depois o ajudo a se deitar de barriga para baixo... É estranho aquelas costas serem tão lindas?

—Certo, vou ali pegar um gel para dor para passar em você. —Me levanto e pego um da minha escrivaninha e volto até ele, tiro a tampa e coloco um pouco nas minhas mãos. —Vou começar. —Aviso.

Passo com cuidado minhas mãos em sua coluna cheia de manchas roxas daquela estante, massageio suas costas por alguns minutos até eu perceber que seu corpo está mais relaxado, não vou mentir, eu estou muito nervoso, quem que conhece alguém há um pouco mais de um dia e começa a massagear suas costas na própria casa!? Mas o importante aqui não era vergonha ou coisas assim, o importante era que ele ficasse bem.

Seu corpo depois uns nove minutos estava bem relaxado, acho que a dor diminuiu.

—Langa, acabei. —O aviso, sem respostas, checo seu rosto, ele havia dormido. — Que lindo. —Sussurro para mim mesmo, pego um lençol e o cubro. — Durma bem, meu bem. —Apago as luzes e saio do quarto, estou feliz que ele tenha dormido com facilidade.

Um dia, eu acabo com o Adam e aqueles idosos desgraçados.

Um Capuccino (Reki × Langa | Renga | SK8 The Infinity)Where stories live. Discover now