Um Capuccino (Reki × Langa | Renga | SK8 The Infinity)

💙Três💙

Langa Pov.

Eu sou muito sem noção. Eu deveria ter falado naquela hora ontem que ele perguntou que eu me sinto confortável com ele, mas... Vai que teria perguntas? De "Então por que você está estranho comigo?" "Por que não me falou o motivo de ter chorado?", primeiro que ele me conhece a um dia, não sabe o meu normal, e não tenho necessidade nenhuma de me abrir com um garoto que eu conheci ontem só por ele ser provavelmente a pessoa mais bonita e engraçada e gentil que eu já vi! Me poupe! Está bem, ele não falou nada disso, mas todo mundo sempre pergunta isso.

Se as respostas fossem sinceras, eu teria respondido à primeira pergunta dizendo que era pelo medo de me apaixonar novamente e me lascar logo após eu superar aquele filho da mãe que eu namorava que me deu crises de ansiedade e outros problemas e outra pessoa bem problemática que me causou... Medos.

Já a segunda resposta... Um pouco mais complicado, eu estava tranquilo organizando os livros devolvidos da biblioteca em seus lugares quando um casal de idosos entrou na biblioteca, a princípio pareciam ser muitos fofos, fui até eles para entregar o mapa da biblioteca e perguntar se queriam ajuda, normal, aí a senhorinha sussurrou algo no ouvido do senhorzinho, aí deu ruim, deu muito ruim, o senhor estava com uma bengala que usou para acertar minha barriga, lembro que soltei um grito, Kaoru estava olhando para seu livro então não viu o que houve e só falou "Silêncio na biblioteca!", eu coloquei a mão no abdômen, afinal, estava, não, está doendo e o senhorzinho chegou do meu lado e sussurrou.

—Um viadinho que nem você trabalhando em uma biblioteca de respeito!? Quem você pensa que é? Se manda e vê se cai de cima de um prédio, seu nojento.

Mal sabia ele que o nojento ali era ele, porém, tentei ser educado.

—Moço, calma, eu não lhe fiz nada, só cuido dos livros, organizo e essas coisas.

Ai a senhorinha que havia começado a falar merda.

—Você acha que pode falar conosco? Na minha época essas coisas não existiam, morre garoto. — Ela tacou a bolsa em mim... Sinceramente acho que tinha chumbo naquela bolsa.

—Ai! Poderiam parar! —Falo alto o suficiente para o Kaoru prestar atenção no que está acontecendo.

Queria deixar claro, tinha uma estante nem tão grande do meu lado, cheia de livros, isso mesmo, o senhorzinho que parecia ser fraco, empurrou ela em cima de mim e eu me virei para proteger o rosto mas mesmo assim coloquei as mãos nele para evitar machucados no chão, caí com uma estante em cima de mim, Kaoru tinha ido correndo até lá.

—O que está acontecendo!? —Ele perguntou.

—Tem um monstro na sua biblioteca! —Acho que a senhora que tinha dito, eu não vi pois não dava para me mover.

—Do que a senhora está falando? Esse homem trabalha aqui! —Kaoru respondeu.

—Homem!? —O senhor riu. — Isso é uma bicha, não um homem! Eu sou um homem de verdade! Achei que fosse entender, meu filho.

Isso mesmo, aquele casal eram os pais do meu chefe, senti mais pena dele do que das minhas costas.

—Então também não sou, agora, saíam daqui, ou esqueceram que a entrada de vocês é proibida nesse local? Se não se retirarem, eu chamo a polícia. —Achei corajoso.