Capítulo 12 - Sentimentos

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Caleb

No dia seguinte na escola, quando entrei na sala avistei Garcia de longe e meu coração disparou, senti meu rosto queimar e sabia que minhas bochechas estavam ruborizadas, minha respiração ficou descompensada e eu arrumei a touca na cabeça na esperança de que isso escondesse o meu rosto.

Sentei no meu lugar atrás do Felipe e o mesmo se virou para me perguntar.
- Que foi, cara? Parece que correu uma maratona até aqui.

- O Caio não chegou ainda? - pergunto de volta mudando de assunto.

- Ele saiu com o Marcos, foram comprar alguma coisa para comer. - responde e eu balanço a cabeça - Que foi, hein? Cê parece meio assustado, sei lá.

- Não foi nada, cara, relaxa. - suspiro - sabe me dizer se a gente vai sair cedo hoje?

- Provavelmente não, por que?

- Vai ficar me interrogando agora, guri?

- Ih, tá estressado é? - ele ri - calma, a Garcia nem tá olhando para cá se é o que você quer saber.

Eu arregalo os olhos para ele que pisca e vira novamente para frente. Olho pelo canto do olho e confirmo que ela continua conversando com a sua amiga.
Respiro fundo e fecho os olhos, pensando em como eu tô agindo como um imbecil, fugindo dela como o diabo da cruz.

Depois de ontem eu prefiro me afastar, ou então ela pode achar que sou um maluco obcecado.
É complicado pensar que por ela ser da igreja as coisas são mais diferentes ainda... não compartilhamos dos mesmos pensamentos, em tudo somos incompatíveis.

Digo isso, porque caso eu tente me aproximar mais - de uma forma amigável - eu sei que posso acabar a afastando mais ainda. Afinal, minha mãe vivia falando que as pessoas da igreja não podiam ter amizade com o mundo, ou teriam inimizade com Deus, o que significa... que obviamente Annabeth Garcia não pode ser minha amiga.

As más companhias corrompem os bons costumes. - Dizia Anna, vulgo minha mãe.

E eu não quero ser uma má influência ou atrapalhar em sua vida com Deus. Por isso se eu queria afastar qualquer chance de Garcia me ver como alguém amigável, eu teria que ser o mais desagradável possível. Assim ela não pensa que tenho algum interesse e eu não saio perdendo nada.
Afinal, a ideia desde o começo era testar a paciência dela, então não será difícil ela me ver como alguém desagradável.

Tá bom, agora analisando melhor, nada disso faz sentido ou tem fundamento algum.

Não sou eu que devo me importar em me afastar, ela é quem devia estar preocupada se isso vai atrapalhar em sua vida com Deus.
Mas aí é que está... Eu não quero ficar esperando feito um mané ela decidir que não é bom sermos amigos e simplesmente começar a se afastar de mim, eu mesmo me darei o trabalho de fazer isso em seu lugar.

Gostaria de entender o porquê de eu estar cogitando ser amigo da Garcia. Meu cérebro vai explodir com tanta confusão desse jeito.

- Eai, Almeida! - Caio diz me despertando dos meus pensamentos e eu me viro para o mesmo o olhando desesperado - o que aconteceu?

- Preciso falar contigo, cara.

- Tô ouvindo.

- No intervalo. - aviso e ele assente com a cabeça.

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⏰ Last updated: Apr 28 ⏰

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