Capítulo 7 - Raio

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— O senhor não deveria estar aqui — ela comentou olhando para o homem que vestia uma camisa havaiana azul, ele era musculoso, tinha os olhos azuis iguais ao mar, os cabelos castanhos-claro, igual aos dela, era barbado, e tinha um colar com uma pérola nele.

— Eu sei, mas precisava saber se esta em segurança, Andy — ele disse próximo a ela.

— O que aconteceu? Parece preocupado — ela comentou nervosa ao notar o maxilar tenso de Poseidon.

— Roubaram o raio mestre de Zeus — ele contou — acham que foi você.

— Zeus acha que eu roubei o raio? Por que roubaria? — Andrômeda perguntou confusa com aquilo.

— Não sei, querida, mas meu irmão está convencido disto — Poseidon informou.

— Guerra?

— Sim, é bem provável que sim — o deus dos mares confirmou, deixando a garota nervosa — foi um dos semi deuses, mas não sei qual, nem por quê — Poseidon comentou, o homem olhava dos lados, tentando ficar o mais discreto o possível.

— Eu irei descobrir — ela disse se comprometendo a ajudá-lo.

— Tome cuidado com o Dionísio, e com o Quíron, eles sabem da história, se souberem que você também sabe, vão começar a fazer perguntas — Poseidon disse, sabendo de como os dois podiam ser com a Andrômeda.

— Vou tomar cuidado com eles — ela disse — dou minha palavra — ela deu sua palavra e Poseidon sorriu.

— Você é tão parecida comigo, minha pérola — Poseidon disse colocando sua mão no rosto dela — se cuide Andy, venho vê-lá quando puder — ele disse e logo começou a se afastar, entrando no meio da floresta.

— Até breve — ela disse vendo ele sumir entre as árvores.

Andrômeda, envolta no aroma salgado do oceano que emanava de seu pai. Ela decidiu voltar ao acampamento. Seus passos eram abafados pelas folhas secas sob seus pés, e o verde exuberante das árvores parecia fechar-se sobre ela como um abraço protetor.

O murmúrio do vento nas folhas sussurrava segredos antigos, e Andrômeda sentia-se parte desse mistério, como se a própria floresta a acolhesse em seus braços. A luz do sol filtrava-se timidamente através dos galhos, criando padrões dourados no chão. Ela sabia que o acampamento a esperava adiante, mas, por ora, preferia perder-se na quietude da mata, onde cada folha parecia guardar uma história e cada raio de sol, um segredo.

Enquanto Andrômeda se embrenhava na densa floresta, seus pensamentos dançavam entre as sombras das árvores. O raio mestre fora roubado, e a culpa recaía injustamente sobre ela. Mas por que alguém ousaria cometer tal ato?

Agora, a sombra dessa ameaça pairava sobre o Olimpo. Se Zeus e Poseidon entrassem em guerra, os céus e os mares tremeriam. O destino dos semideuses, dos deuses e do próprio mundo seria decidido em um conflito titânico.

— Andy?

A garota, com os sentidos dispersos, foi surpreendida por uma voz masculina que ecoou em seu ouvido. O susto a fez voltar à realidade, e ela se perguntou quem poderia estar tão próximo.

— Oi, Dio.

— Ta aprontando o quê?

— Só dando uma volta — ela disse olhando para a concha na mão dele.

— Dando uma volta? E por um acaso essa volta inclui um cara com jeito de praiano? Seu pai talvez! — Dionisio perguntou olhando sério para ela.

— Não — ela mentiu.

(1) Daughter of the Sea - Luke Castellan Onde as histórias ganham vida. Descobre agora