Capítulo 13 • Pensar Sobre

151 27 3
                                    

O shopping nunca pareceu tão cheio quanto esse momento. Eu agradeço já que não quero que o sr. Arrogante tente alguma coisa contra mim pois eu definitivamente não confio nele ainda. 

Encaro o horário no meu celular e vejo que estou quase quinze minutos adiantada e isso é bom. Não gosto de atrasos e não gosto ainda mais de deixar ninguém esperando por mim. 

Deixo meus filhos com a família Ferreira na sala de cinema e saio com a desculpa de ir ao banheiro. Maria Helena quase veio atrás de mim se não fosse a persuasão da senhora Rita. Ainda bem que eles vieram afinal. 

Subo mais um andar até chegar na cafeteria onde marquei com o Rico. Minhas mãos suam, eu sinto que vou desmaiar a qualquer momento e agradeço por ter chegado mais cedo pois consigo me acalmar antes dele chegar. 

Peço uma água gelada ao garçom e tento me distrair mexendo no meu celular. As fotos com meus pequenos me fazem sorrir, eles sempre me acalmam e fazem meu coração sentir paz. 

— Demorei? - a voz rouca e num inglês carregado me faz ter a certeza de quem é

Me viro e encaro seu rosto. Agora consigo ver algumas semelhanças entre ele e meus pequenos. Os olhos num tom profundo de verde, os cabelos negros emoldurando o rosto perfeitamente quadrado e algumas pintas decorando o torço. 

É, esse idiota é o pai dos meus filhos!

— Não muito. - consigo dizer — Sente-se, por favor. - ele faz o que digo com os olhos focados nos meus 

É impressionante como esse homem é bonito. Eu quero demasiadamente achá-lo horrível, horripilante, mas tudo que acho é que nunca vi um homem tão lindo como ele. 

E eu o odeio por isso. 

— Boa escolha. - ele diz e olha o lugar — Bem diferente dos que já visitei. 

-— Achei que seria familiar para você. - ele afirma — Afinal, julgando pelo jeito que seu inglês é informal, acredito que já esteve nos Estados Unidos.

— Eu estive. - ele não diz mais do que isso e percebo que, sem querer, deixei no ar que me interesso por ele — Onde estão meus filhos?

— Meus filhos estão com a minha família. - eu pontuo que eles são meus e não dele 

— Pensei que você não tivesse mais nenhuma família já que todos estão mortos. - seco, frio e igual um cavalo

Ele não sabe ser delicado ou não o faz propositalmente?

— Pelo visto seus pensamentos estão errados sobre mim e minha família. - ele levanta uma sobrancelha e, depois de me encarar por uns segundos, afirma — Vai me dizer logo o que quer ou vai ficar me olhando com essa cara estranha?

— Cara estranha? - ele parece verdadeiramente curioso — O que você quer dizer com isso?

— Que você está me olhando como se esperasse me pegar em alguma mentira, ou descobrir alguma coisa sobre mim que o fizesse ter alguma vantagem sobre mim. - dou de ombros — E eu estou aqui apenas por curiosidade!

— Estou vendo. - é tudo que ele diz e, por alguns segundos, quero levantar e ir embora, mas espero o que esse idiota tem a me falar 

— Fala logo!

— Ansiedade não é algo bom para uma menina tão nova quanto você, sabia?

— Minha idade ou minha ansiedade não lhe diz respeito. - cruzo meus braços e me aconchego na cadeira 

— Posso pedir um café antes? 

— Se não demorar demais. - ele não afirma, apenas levanta um dedo chamando a garçonete — Isso vai ser engraçado! - sussurro quando o vejo tentar explicar para a garçonete o que ele quer

Juntos Pelo Amor | Série JUNTOS ™Onde histórias criam vida. Descubra agora