O Reino Extinto

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Isolde

Eu estava com um pressentimento ruim. Não apenas pelo fato que eu estava entrando em um lugar que foi dizimado por monstros sugadores de sangue. Olhei ao redor das paredes do castelo que estavam desgastadas, mas era óbvio que estavam cobertas de sangue seco e velho. O lugar fedia a podridão e morte.

Senti uma presença ao meu lado e me coloquei em alerta colocando a mão na minha clava.

- Calma, sou eu - o príncipe Tristan sorriu erguendo as mãos.

Respirei aliviada.

- Desculpa, só estou um pouco assustada com esse ambiente.

- Eu sei, é assustador mesmo.

- Onde será que está esse artefato? - perguntou Chion.

- Eu estou sentindo uma forte de magia vindo debaixo do castelo - respondeu o príncipe Tristan.

- Eu também estou sentindo - completou Lancelot, pegando seu arco. - E eu estou sentindo uma magia estranha que eu não senti da última vez que estivemos aqui. Vamos estar preparados para qualquer coisa.

Peguei a minha clava e me coloquei em posição. Começamos a descer para baixo do castelo, entrando em partes mais sombrias. Meu coração começou a acelerar e eu senti um frio na espinha.

- O reino de Edimburgo era tão próspero quanto Liones - contou o príncipe Tristan, só para preencher o silêncio medonho. - Mas os vampiros começaram a exterminar o povo, as defesas do reino, e atingindo a realeza. Então, meu pai e seus companheiros acabaram com os vampiros antes que eles invadissem toda Britânia.

- Será que vai ser assim no futuro? - perguntou Chion. Olhamos para ele. - As ameaças que nós já enfrentamos podem voltar para nos assombrar?

- Não é bom pensar assim - respondi. - Pode atrair coisas ruins.

- Estamos em um castelo que foi massacrado por vampiros que retornaram - rebateu Chion com ironia. - Então, já estamos enfiados em uma coisa ruim.

- Estamos perto - avisou Lancelot.

Apertei o cabo da minha clava. Sentia meus ossos ficando rígidos e o mal pressentimento aumentou. Me assustei quando algo tocou a minha mão, olhei para baixo e vi que o príncipe Tristan estava segurando a minha mão. Senti meu coração disparando dentro do peito. Os olhos verde e azul me encararam, sentindo o mesmo temor que eu sentia. Entrelaçamos os nossos dedos e continuamos caminhando.

- Acho que é aquilo - apontou Lancelot.

Tinha uma armadura enferrujada de um cavaleiro sagrado, segurando uma espada desgastada.

- Essa espada enferrujada é o artefato? - debochou Chion.

- Eu sinto magia vindo dela - declarou o príncipe Tristan.

- É porque tem magia - confirmou Lancelot.

O loiro começou a caminhar em direção a espada. Quando seus dedos chegaram perto de alcançar a espada, uma névoa caiu sobre nós.

- Em posição! - esbravejou Lancelot.

Soltei a mão do príncipe Tristan e me coloquei a sua frente empunhando minha clava. A névoa se tornou mais espessa e começou a nos cegar.

- Essa espada não deve ser tocada por mãos indignas - uma voz soou ao nosso redor.

- Quem está aí?! - berrou o príncipe Tristan.

- Sou o guardião da espada. Mãos indignas não devem toca-la. Um de vocês deverá provar que é digno de carregar a espada da luz.

Nanatsu No Taizai: A Ascensão dos VitoriososWhere stories live. Discover now