Cinderela

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Capítulo quatro: Cinderela

Gostava de pensar que sabia muito sobre muitas coisas, no entanto, tudo que eu sabia mesmo era que a ignorância era me dada como um prato cheio. Nunca entenderia como algumas coisas aconteceriam, por mais que tentasse muito compreender a forma com a qual o mundo se desenrola.

É estranho.

Pensar no amanhã era estranho e, não apenas isso, pensar nas coisas que estão por vir me assusta. Minha formatura era em alguns meses e, mesmo que eu odiasse concordar com um idiota metido a capitão do time de basquete, ele tinha razão: eu nunca havia sido beijada em toda minha vida, contudo, não era apenas isso, eu nunca havia feito algo relativamente divertido em meus cinco anos de faculdade.

Pensar sobre, me dava um ar depreciativo. A vida não parece ser boa para mim, ou talvez eu não esteja vivendo uma boa vida. Eu não saberia se continuasse na mesmice ao qual me encontro.

— Por que está tão calada? — Alissa questiona, debulhando em seu sanduíche de atum.

Queria dizer a ela que meu coração estava inquieto; minha mente preocupada. Mas sequer tive coragem de dizer que encontrei seu grande ídolo hoje mais cedo, na lavanderia. Talvez eu fosse apenas uma covarde

— Não é nada de mais. — dou de ombros, tomando meu suco natural de caju. Quem tomava suco de caju, afinal? Talvez fosse uma das frutas mais odiadas desse mundo, mesmo que eu não entendesse o motivo.

— Olha, se fosse há quatro anos atrás você me enganaria perfeitamente — diz — Acho que passamos dessa fase, não é? — suspiro. Ela tinha razão.

— Eu encontrei Jeongguk hoje cedo, na lavanderia — digo por fim, revirando os olhos com a reação exagerada da garota, que pareceu se engasgar com o lanche, batendo contra o peito.

— Porra, tá falando sério? Caralho, você tá com uma sorte da porra esses últimos dias!

— Qual a necessidade de tantos palavrões em uma só frase, Alissa? — repreendo-a, no entanto, o que recebo de volta é um sorriso falso e o dedo médio. Sorri, ela não tinha jeito, de qualquer forma — Ele está atrás de alguém que finja ser sua namorada.

— Como é?

— Ele me pediu para fingir ser sua namorada... depois de me chamar de feia e desengonçada — desvio o olhar, sentindo as bochechas enrubescerem por ter de admitir que o idiota havia me tirado de boba.

— D.U.F.F? — assenti — É... complicado — ela bebe um pouco da bomba atômica, também conhecida como coca-cola, mas faz isso com uma feição peculiar; fora de seu habitual.

— Espera! Acha que sou isso? — questiono, um tanto abismada. Não, não era possível que aquela idiotice realmente existisse.

— Você não é útil, Alex. As pessoas não se aproximam de você com a intenção de se achegarem a mim, então, acho que não... — diz como se não fosse nada, mas aquilo fez meu coração apertar no peito.

"Desengonçada, feia e fofa." Meu Deus, eu sou meio D.U.F.F!

Então é isso? — ela me encarou, como se não entendesse — Eu sou meio D.U.F.F? — algo em meu coração estava odiando aquela palavra.

BAD BOY (Jeon Jeongguk)Where stories live. Discover now