Capítulo Três

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O sol queimava no céu limpo de nuvens e o ambiente era quente, porém agradável. Selene se lembrou da Colômbia, país do qual seus pais eram nativos e sentiu em seu peito um calor de saudades. Para ela, era engraçado sentir falta de algo que só havia visitado poucas vezes, umas três vezes durante sua infância e pré-adolescência. Ainda se recordava da sensação aconchegante que as terras sul-americanas a faziam sentir, fora que naquela época Selene conseguia manter uma relação regular com seus pais, Sandra e Javier.

Desde então a jovem nutria um enorme desejo de retornar ao país, mas teve que adiar o sonho por falta de dinheiro e pelo emprego que havia arrumado recentemente. Mas, ainda queria visitar o país latino assim que finalizada o tratamento de Strong. Contudo, teve a sensação que sua estadia em Homeland seria muito longa e preferia ignorar esse sentimento. Ora, o que ou quem poderia prende-lá ali mesmo após o fim do contato com Justice? Pensou.

Naquela manhã calorenta, a jovem optou por usar uma blusa branca de alça fina e sem nenhum decote, uma longa saia bege e tênis branco. Uma coisa que havia aprendido em suas visitas a Colômbia era sempre usar branco em dias como aquele, pois a cor diminuía a sensação térmica. Selene também havia viajado na infância para outros países da América Latina, como México, Haiti e Brasil. Será que conseguiria ir a outros países tropicais? Pensou enquanto entrava na casa de Strong.

Ela o encontrou sentado na cama e parecia concentrado olhando um objeto, seria aquilo um livro? Mas antes que pudesse ver o que era, Strong a notou de supetão e guardou o livro embaixo de um travesseiro.

- Isso é um livro, Strong? Pensei que não gostava. - Indagou curiosa, se aproximou do macho e o olhou com certo divertimento.

- Não, não era. - Aquelas palavras saíram apressados de sua boca, como se o macho tentasse esconder algo ou até mesmo estivesse envergonhado. Selene riu.

- Então, o que era? Você tem um diário? - Strong riu baixo daquela pergunta e a jovem sentiu borboletas na barriga ao escutar aquele lindo som.

- Óbvio que não. - Respondeu. - Sua imaginação é fértil demais, fêmea.

Ela deu de ombros.

- E que mal há? Talvez expressar seus sentimentos em um diário faria bem para seu tratamento. Já tentou? - Ele negou com a cabeça.

- Já imaginva. - Suspirou.

Selene largou sua bolsa em cima de um cômodo e se direcionou para a borda da cama, perto da onde os enormes pés de Strong repousavam. Com cuidado mas sem nenhum receio, Selene começou a movimentar de modo circular o pé esquerdo do macho. Ela permaneceu por uns dez minutos naquele exercício até se direcionar para o outro pé.

Não era a primeira vez que tocava em Strong e não seria a última, mas sempre se surpreendia em como um macho tão bruto poderia ter uma pele tão macia e agradável de tocar. Será que seus lábios seriam macios assim? Balançou a cabeça negativamente, deveria parar de pensar assim de um paciente... logo de um que parecia não gostar dela.

Observando a jovem exercitar seus pés, Strong se sentia inebriado pelo cheiro leve e fresco que a fêmea tinha. Será possível um dia enfrascar aquele cheiro só pra ele, ou melhor, sentir direto da fonte? Ele sacudiu a cabeça, não poderia se render por um simples cheiro. Talvez um dia se enjoaria dele e pararia de sentir coisas estranhas por aquela fêmea, refletiu.

- Strong. - Foi a voz dela mais estridente que o libertou daqueles pensamentos sufocantes. - O que houve? -

- Como assim? - Se sentia perdido.

- Você está há uns trinta minutos me olhando dessa forma. Aconteceu algo? - Ela o perguntou, sua feição era preocupada mas no fundo seus olhos tinham um brilho diferente.

Strong - Novas Espécies Where stories live. Discover now