28 - Aquele em que ela chega lá.

908 64 46
                                    

🎨 | Boa leitura!

📄 SEREN MIRAGE

Não bebi tanto para ficar super louca, só estou um pouco sonolenta e relaxada demais, o melhor estado possível do álcool. Dormi o caminho inteiro até em casa e fui acordada pelo Vinnie logo depois de ele já ter deixado o carro na garagem do prédio.

— Caramba, que horas são? — pergunto no meio de um bocejo quando entramos no apartamento.

— Duas da manhã.

Vou até a cozinha para tomar água e ele me acompanha, mas fica parado perto da porta olhando para mim. Parece me analisar, me encarando desse jeito. Sinto minhas bochechas esquentarem e tento não me importar muito, mas não consigo ficar quieta.

— O que foi? — pergunto.

— Nada. — dá de ombros. — Vou para o meu quarto. — ele se vira devagar e vai embora.

Fico olhando ele passar pela sala até sumir no corredor. Ele me olhou desse jeito intenso quase a noite toda. Estando com as meninas, era fácil de ignorar, mas agora estamos sozinhos e eu não sei o motivo de ele continuar olhando para mim desse jeito.

Vou para o quarto dele. Não o vejo, mas percebo a luz do closet acesa. Deve estar se trocando. Sento na cama para retirar as minhas sandálias e começo a massagear meus pés depois de ficar descalça. Vinnie aparece e eu quase tenho um mini infarto. Ele está só com uma toalha enrolada na cintura. Abro a minha boca chocada e fico encarando o homem seminu na minha frente.

Sem dizer nada, Vinnie passa pelo quarto e vai até o banheiro para tomar banho. Jogo-me para trás na cama e fico encarando o teto enquanto alguma coisa parece borbulhar na minha barriga e descer para as partes íntimas. E não ajuda o fato de eu ter bebido, porque isso induz o meu corpo a achar que posso virar uma grande safada. As coisas que eu estou imaginando agora não deveriam ser descritas.

Alguns minutos se passam até que eu ouça o chuveiro desligar. Seguro a respiração quando ouço a porta do banheiro abrir. Não posso olhar para ele, por mais tentada que esteja. De repente, ele para ao lado da cama e me olha de cima. Está usando uma calça de pijama e só isso. Consigo ver algumas gotas de água descendo por seu abdômen e minha boca saliva no mesmo instante, especialmente por causa do meu ponto de vista.

— Você está bem? — ele pergunta.

— Sim. — a palavra sai quase em um sussurro.

— Sóbria?

— Total.

— Certo. — assente devagar e desvia os olhos como se pensasse. — Eu ouvi uma coisa lá no bar. — volta a olhar para mim, para eu inteira, dos pés à cabeça.

— Ouviu o que? — tento manter minha voz firme apesar do calor nas coxas e os batimentos cardíacos acelerados.

— É verdade que ninguém nunca te fez ter um orgasmo?

Meus olhos se abrem junto com a minha boca e eu fico completamente petrificada. Vinnie olha paciente para mim, ainda de cima, nenhum de nós parecendo se importar com o fato de que eu estou deitada enquanto essa conversa toma um rumo que condiz com uma cama.

— Estava ouvindo a nossa conversa? — é o que eu escolho dizer.

— Foi sem querer. — dá de ombros. — É verdade? — insiste.

— Isso não é da sua conta! — esbravejo.

— Pode se tornar da minha conta se você deixar. — me olha intensamente.

— O-o que? — gaguejo.

— Pense só. Você vai ter que procurar alguém que finalmente saiba fazer isso. Vai te custar tempo, porque você vai precisar sair em encontros e conhecer as pessoas. Às vezes, vai gastar tempo e depois descobrir que o cara é só mais um que não consegue. Vai ter que começar tudo de novo e talvez você nunca saiba qual a sensação de alguém fazer isso por você.

Room Haters ᵛᶦⁿⁿᶦᵉ ʰᵃᶜᵏᵉʳOnde as histórias ganham vida. Descobre agora