Capítulo 15 - Lanchonete

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- bom dia - mamãe diz com um fio de voz.

apenas o ignoro sem nem olhar em sua cara e dou uma mordida na torrada.

- não vai dá bom dia para o seu pai, filho? - Christian se senta.

- não seja sínico, papai - digo com desdém.

- como vai na faculdade? - diz pegando um pão de queijo - espero que esteja indo bem - dá uma mordida.

- não tente bancar a imagem de bom pai - bato na mesa.

- filho... - mamãe chama minha atenção.

- eu estou pagando pela faculdade, assim como paguei pela casa que você vive, e por essa comida que você come.

- você já parou pra pensar que talvez você só fez o mínimo? mas eu faço questão de te devolver tudo em dinheiro - fecho os punhos.

- com que dinheiro? o da minha empresa? - debocha.

- Christian, por favor... - mamãe diz.

- cale a boca! - menciona para mamãe - eu só estou tentando mostrar para esse moleque mimado, um futuro decente para ele.

- cale a boca você! - grito - esse é o futuro que você quer, e não eu!

- e que merda você quer para o futuro? se tornar um drogado de merda?

- chega! - me levanto - você nunca foi um bom pai para mim, e agora que você não vai ser mesmo.

- deixa de ser ingrato garoto.

- o que é gratidão para você? apanhar desde novo e ser forçado a fazer algo que você não queira? - ele fica em silêncio - se você acha que vou me tornar igual você está muito enganado.

ele se levanta e menciona me bater.

- o que vai fazer? me bater? você sabe muito bem que agora eu sei me defender, você só bate na mamãe porque não passa de um covarde. - me aproximo de seu rosto - eu tenho nojo de você, papai.

mamãe me olha com medo e Christian fica sem reação por minhas palavras.

apenas saio dali e vou em direção ao meu carro para sair dessa casa o mais rápido possível.

antes de eu entrar, Thor vem até mim e abana o rabo contente em me ver. quase me esqueço de dar comida para ele.

- oi garotão - me abaixo para acariciá-lo.

ele dá um latido e coloca as patas em mim.

- calma ai, já vou colocar comida para você.

ele se senta ao lado da casinha de forma educada até eu trazer a comida.

pego um pouco de ração e alguns pedaços de carne para alimentá-lo bem.

coloco em seu pote e ele só come até eu dar o meu sinal.

- pode ir ‐ em seguida ele come com muita vontade.

encho seu outro pote com água e saio dali entrando no meu carro.

(...)

- mais um - digo ao barman e ele me serve o segundo shot de whisky.

não estou com cabeça para ir a faculdade agora, se meu pai queria me irritar ele conseguiu. por mais que eu queira ver Sofia, posso acabar descontando minha raiva nela sendo que ela não tem nada haver com isso.

viro o shot e então acendo um cigarro.

"e que merda você quer para o futuro? se tornar um drogado de merda?"

Medo de amar vocêWhere stories live. Discover now