Nineteen

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Acordei de manhã com meu celular vibrando sem parar, várias mensagens de um número desconhecido me enviando fotos, e era Blair entrando em um carro novamente. Que ela tem alguém eu já tinha convicção. Mas eu optei por não saber demais pra não me decepcionar demais. Ao ver as imagens não consegui controlar o ódio coberto por calafrios que percorreram meu corpo. Posso brigar com ela? Não! Pois não temos nada! Mas que caralhos. Eu e meu sono regulado, já eram 18:00 e eu peguei a minha máscara e fui pro racha cheia de ódio pra variar. Cheguei próximo e as apostas já tinham sido lançadas e quando começou esperei alguns minutos como sempre e entrei com um drift esquerdo na pista acelerando atrás dos competidores, a galera sempre ia a loucura e eu conseguia aliviar meu ódio. Por muito pouco eu perco aquele racha, pois na terceira e última curva olhei pro lado e vi Blair dentro de uma Ferrari com um fudido dirigindo. Acelerei cortando aquela Lamborghini, entrando na linha de chegada em um drift de lado pra conseguir olhar eles perfeitamente. Fiz o sinal do rock com a mão fazendo mais uma volta e saindo da pista em alta velocidade, sempre algumas pessoas tentam me parar pois obviamente a curiosidade em saber quem está por trás daquela máscara do pânico é absurda, mas meu carro já é preparado pro disfarce, até porque eu sempre corro sem placa.
Mas hoje saindo de lá duas quadras a frente eu já tinha tirado minha máscara quando vi a sirene acesa me mandando encostar, o que me deixou ainda mais furiosa acelerando em alta velocidade pelas ruas de downtown, entrei em alguns becos e vielas e entrei diretamente em uma avenida levemente movimentada, achei que tinha despistado a viatura quando vi eles estavam em 3 viaturas inclusive duas delas era OPP o que me daria um b.o fudido, consegui achar um beco escuro que dava direto na garagem onde guardo minha outra moto. Abri no controle o portão e entrei de ré rapidamente senti passando por algo que fez o carro balançar assustada estacionei e vi as viaturas passando. Desesperadamente fui ver do que eu passei em cima, e era um cachorrinho, parecia ainda meio filhote
— Que droga Callie, Que droga!
Eu gritei enquanto toquei no cachorrinho vendo que ainda respirava, liguei no veterinário e disse que era uma emergência, pois não via possibilidade de levá-lo de moto.
Chegaram e eu fui com ele até a clínica, onde examinaram por algum tempo e disseram que ele tinha fraturado uma patinha. Permaneci ali como se o cachorro fosse meu, e provavelmente ele tem dono, mas não tinha coleira e nem chip e nem mesmo suas vacinas tinham sido tomadas. Aproveitei e já pedi que deixasse a saúde dele em dia. Quando o vet voltou disse que ele estava em estado regular mas que permaneceria ali a noite, eu decidi ficar e esperar meu coração ainda estava dilacerado pelo pobre coitado. Quando me disseram que ele ficaria bem, ele perguntaram o nome e eu disse logo que atropelei sem querer que não faço ideia de quem seja. Me disseram que ele estava sujo e em condições de rua, para que eu o adotasse e assim o fiz. Seu nome seria Daemonium, grande? Difícil de falar? Sim! Mas eu quero, e quem manda em mim sou eu.
Psico pouco, falando sozinha igual Idiota na própria mente.
— Certo então vamos registra-lo, vacinar, chip e tudo que ele tem direito. Não é mesmo Daemonium?
— Esse será o nome? — Me olhou espantado.
— Sim,mas por quê?
— Nada, apenas incomum. Surpreendentemente é um cachorro de raça e de porte grande. Vc tem razão e provavelmente pode ter dono, — Falou o veterinário analisando o cachorrinho.
— Agora já era, tava mal cuidado, e eu quis. E se eu quero e não for meu, eu tomo! Vou procurar o dono, e pagar pelo cachorro e se ele não quiser vender, fica sem dinheiro e sem cachorro. Pode continuar com os procedimentos.
— Certo. — Sorte então, não é todo dia que se encontra um cane corso puro pelas ruas.
— É porque foi destinado a mim. — Sorri de lado.
— É recomendável que ele não tenha contato com a rua ou outros cachorros até a segunda dose da vacina. E se você realmente vai ficar com ele, bom começar a pensar em treiná-lo essa raça e extremamente forte e tem uma das mordidas mais fortes existentes podendo ser letal.
— Certo. Vou deixá-lo com você e volto já.
— Ok.
Sai dali e fui diretamente pra garagem onde atropelei o cachorro, fui andando pela região. E encontrei uma senhora varrendo a rua do lado de fora, e com isso perguntei se ela sabia de alguém com criação de cachorros de porte grande com filhotes.
— Meu filho, ele tem alguns.
— Posso falar com ele por favor?
— Ele está dormindo.
— Acorde-o, um de seus cachorros provocou um acidente na rua envolvendo um de meus carros.
— Senhora não podemos pagar pelo estrago de seu automóvel, por favor não temos condições.
— Minha senhora gostaria de falar diretamente com seu filho.
— Maldita hora que o nigga fugiu, vou chamá-lo só um minuto.
Vi ela se retirando e pensei, quem diabos coloca o nome do cachorro de nigga? Vi um cara que parecia um morto ambulante, andando abrindo a boca de sono todo descabelado, mais feio que bater em mãe por causa de comida.
— Opa, tudo bem? Vc cria cane corsos?
— Sim, eu mesmo! O que você quer?
— Seu cachorro provocou um acidente onde tive que levar pro veterinário e a conta não está ficando nada barata pois ele teve uma lesão.
— Hm, quebrou seu carro? Não posso pagar, mal tenho dinheiro pra comer, por mim aquele cachorro pode morrer lá. Vive fugindo
— Entendi, quais os valores que você vende seus cachorros?
— São caros pois são puros, mas o nigga não vale nada, eu quase o matei essa semana pois da muito trabalho, um capeta aquele cachorro.
— Entendi, vou ficar com ele. E cobrir os custos, caso eu queira comprar outro entro em contato novamente.
— Valeu moça.
— Sem problemas.
Sai dali, e agora tenho um cachorro exatamente da raça que sempre quis, fui diretamente pra uma winners comprar uma caminha, brinquedos, ração e tudo que o pestinha precisa. Comprei tudo preto e cinza como eu gosto. Vou ficar com daemonium com minha avó por enquanto, mas assim que for crescendo vamos nos mudar pro meu apartamento novo. Pois não quero o risco dele machucar minha avó.

SlaughterWhere stories live. Discover now