terceiro capítulo

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quando bater as metas,
lanço o próximo capítulo :)

Eram três da manhã, eu abro a porta do meu quarto e vejo que a luz no quarto do meu irmão já estava desligada, não demorou muito para a porta dele ser aberta revelando o seu melhor amigo sem camisa e de bermuda cinza, eu respiro fundo tentando me controlar e me acalmar pelo que eu já sabia que ia acontecer. Eu usava um moletom preto do meu irmão, minhas peças íntimas – que eu tinha combinado porque sabia que isso aconteceria – e meias.

Ele se aproxima e me comprimenta com um beijo, fecho meus olhos e me permito mergulhar naquela sensação, eu acabo ficando na ponta do pé e ele me puxa pela cintura aproximando mais os nossos corpos, depois começamos a andar até os dois estarmos totalmente do lado de dentro do meu quarto e ele aproveita para fechar a porta com o pé.

Com os olhos fechados, eu desejava não estar ali, não porque eu não estava gostando, mas porque eu estava gostando mais do que eu deveria, eu sentia borboletas insuportáveis que tinham desaparecido do meu estômago a anos, porém sabia que ele não iria querer ter nada além daquilo ali comigo.

Ele se afastou e nos deitamos na minha cama, ele sorriu para mim e beijou a ponta do meu nariz, eu posicionei a minha mão direita na sua mandíbula marcada e ele aparentou se posicionar bem ali, era uma sensação interessante e confortável.

— Seu irmão demorou para dormir hoje.

— Eu notei que você demorou para aparecer dessa vez.

Eu me encolhi e ele acabou posicionando sua mão na lateral da minha perna, fazendo carinho naquele local e fazendo eu me sentir aquecida, enquanto isso, eu deixei meu dedo deslizar seu rosto dele tocando nas maçãs do seu rosto, ele era divertido e aconchegante.

— Isso aqui é algo casual, não é? – ele perguntou, eu concordei com a cabeça de imediato.

— É, somos amigos, claro – murmurei e ele concordou com a cabeça.

— Seus amigos sabem o seu gosto? – senti minhas bochechas corarem e senti vontade de rir, mas antes que eu pudesse, ele beijou meus lábios de novo e eu mergulhei nele.

Eu senti borboletas estúpidas no estômago pela quinquagésima naquele momento, ele enrolou um dos meus fios de cabelo no seu dedo enquanto ria e beijava meu nariz. Eu queria que ele ficasse fazendo isso para sempre, como assim ele queria que isso fosse algo casual e não ficássemos juntos de fato?

— O que você fez hoje pelo horário da tarde? – ele perguntou, eu dei os ombros.

— Nada demais, li um pouco de "Iracema" de José de Alencar, escrevi um pouco de um conto novo que eu comecei a produzir.

— Sobre o que é o seu novo conto? – senti minhas bochechas corarem e ele beijou minha testa.

Era sobre você, Jorge. Tudo o que eu pensava e escrevia era sobre você.

— Nada demais.

— Se não é nada demais, por que você não me conta? – perguntou rindo, eu neguei com a cabeça e afundei minha cabeça no seu peito.

— Melhor guardar para mim, sabe? – ele concordou com a cabeça.

— Você é tão linda, Temakinha – ele disse mudando de assunto, sua mão foi até a minha cintura, depois deslizando pela extensão da minha perna, eu sorri e implorava por dentro para que aquelas borboletas parassem – eu esqueço as vezes que você é irmã do Apollo, como você é tão mais gostosa que ele?

— Vai se foder – respondi rindo e ele acabou rindo também.

— Você não quer que eu te chame de gostosa? – neguei com a cabeça.

— Eu fico com vergonha.

— Por que você fica com vergonha disso? É a realidade.

— É só que, sei lá, aqui em São Paulo, eu ainda me sinto meio criança, mesmo que eu não seja mais.

— Se fosse na Irlanda, você ficaria com vergonha também?

Neguei com a cabeça.

— Eu sou adulta lá desde que eu tenho, sei lá, quinze anos? Aqui é diferente, meio que eu sou cuidada por todo mundo, eu fico meio tímida, sabe?

— Você fica ainda mais gostosa quando você fala sério – ele respondeu rindo e eu, novamente, coloquei a cabeça no seu peito e abracei a sua cintura.

Nós conversávamos entre sussurros, até nossas risadas eram sussurros, eu gostava de encaixar minha cabeça no seu peito e sentir seu coração batendo, ele era cheiroso e confortável, queria sumir dentro dele e ter minha alma misturada com a dele.

— O que você acha que meu pai ou o rogério fariam se te encontrassem aqui? – Jorge riu baixo e deu de ombros.

— Me cobririam de porrada, mas, por você, vale a pena correr esse risco.

— Você contou para alguém sobre o que tá rolando entre nós dois?

— Não tem nada rolando, é só sexo, não? – perguntou um pouco confuso e eu desviei o olhar, depois concordei com a cabeça.

— É, mas, sei lá sobre o que aconteceu e acontece de vez em quando – ele negou com a cabeça.

— Tavin ficaria puto se descobrisse e o Apollo me mataria, ninguém pode saber disso aqui.

De certa forma, aquilo me machucou, ao mesmo tempo que ele demonstrava ser capaz de tudo para ficar comigo, ele não seria capaz de brigar com o meu ex por mim, sendo que nenhum de nós devia nada para o Otávio.

— Você contou? – foi a vez dele perguntar, eu neguei com a cabeça em seguida.

Confesso que eu pensei em dizer para a Sofia, mas acho que, depois de ela não ter me contado sobre ter ficado com o meu irmão, me chateou um pouco.

Considerei dizer para o Guri, mas, mesmo que eu amasse e confiasse no Guri, eu sabia que ele me indicaria cair fora antes que isso que eu já sentia pelo Jorge se materializasse em algo verdadeiro e mais doloroso do que já é, mesmo que, por enquanto, não estivessemos em uma época tão dolorosa.

— Por que eu contaria para alguém?

— Por que você não contaria? – seus olhos me confundiam, era difícil me concentrar em mentir enquanto tudo o que eu queria era dizer a verdade olhando para os seus olhos.

— Eu sou seu segredinho, Jorge – falei e joguei uma das minhas pernas para o outro lado do seu corpo, ficando por cima dele, ele sorriu e passou suas duas mãos pelas minhas coxas até chegar na minha cintura – Eu já tenho dezoito anos, já sou velha o suficiente para guardar esse segredo.

— É difícil não ficar louco por você, sabia?

como tudo deve serWhere stories live. Discover now