terceiro capítulo

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quando bater as metas,
lanço o próximo capítulo :)

Eu acordei estando deitada no sofá de casa, olhei para o lado vendo Sofia e Maria dormindo em um colchão, Bask e Apollo em outro, além de ver o Jotapê, Kakau e Barreto dormindo de conchinha nessa sequência.

Me levantei e fui até o lado de fora, depois me sentei no chão do quintal e encostei minhas costas na parede da casa. Eu queria fumar um cigarro, mas eu sabia que não era uma boa descobrirem que eu gostava tanto assim de fumar, o tempo estava fechado, mas não estava tão frio, eu ainda usava a mesma roupa de ontem, um vestido lilás fofo, eu nunca estaria usando ele na Inglaterra.

— Bom dia – escutei a voz do meu irmão, levantei a cabeça lentamente e vi ele sorrir olhando na minha direção – posso sentar com você?

Antes que eu pudesse responder, ele se sentou, eu encostei minha cabeça no seu ombro e me senti protegida, segura. Rogério nunca foi só um irmão para mim, ele me protegia tanto quanto um pai, mas ele era bem mais compreensível que um, então estar próximo a ele era saber que nada poderia me abalar.

— O Bask sentiu minha falta? – perguntei.

— Óbvio, todos nós sentimos.

— Bem, eu não imaginava que ele sentiria.

— Você ficava com a gente todos os dias e, do nada, se mudou para outro país e demorou dois anos para voltar, é impossível alguém não ter sentido falta de ti. Mas, e você? Você sentiu falta de alguém?

— Óbvio que eu senti – respondi rindo – bastante, por sinal.

— Você quase nunca fala nada sobre lá e ainda tem o fato de você ser bem low profile, então, sei lá.

— Começo foi difícil, mas eu sabia que lá era a melhor oportunidade que eu tinha para trabalhar com letras sem passar fome.

Nós dois rimos. Meu irmão colocou sua mão por cima da minha com carinho.

— Você é boa em tudo o que faz, você não passaria fome fazendo letras, você daria um jeito.

— Você não entende. Eu preciso ser grande, Rogério.

— Você é enorme, Rice, relaxa, você vai conseguir o que você quiser, você tem muita ambição para sua idade, isso é perigoso.

— Vai cantar Vienna para mim, vai? – perguntei rindo.

— Slow down, you crazy child, you're so ambitious for a juvenile. But then if you're so smart tell me, why are you still so afraid? – cantou com uma voz calma e bonita, deixei um sorriso transparecer no meu rosto e me senti acolhida pelo meu irmão.

— Você faz tanta falta – confessei.

— Você também.

— Como tá sendo aqui? Você tem planos para tentar o nacional de novo?

— Nah, mas o Bask tem sentido muita vontade, mas, de qualquer forma, o Jotape tentou, né? Eu torci muito por ele, mas o Kroy acabou indo, ele foi muito bem.

— E o Guri?

— Ele tá no ápice dele, de verdade, acho que ele vai tentar esse ano.

— No que você tem focado?

— Música, preciso ganhar dinheiro e batalha não paga bem, né? Preciso lançar mais músicas. Mas, e você? Onde tem trabalhado?

— To trabalhando como atendente em uma cafeteria, mas, assim que eu começar a faculdade, vou trabalhar de social midia em uma editora perto dela.

— Você se sente muito sozinha?

— Mais do que você provavelmente imagina, mas eu tenho feito amigos.

— Você tá com medo de se mudar para a Irlanda?

— Eu acho que vai ser muito bom para mim, para falar a verdade. Fui para lá nas minhas férias do ano passado e achei as pessoas bem mais sociáveis e gentis.

— Crescer longe da gente tem sido difícil?

— Acho que faz parte da experiência de crescer, né? – Falei contornando a pergunta principal.

— No começo, quando você foi embora, foi quase como um luto. A Sofia e o Bask meio que sumiram por umas duas semanas, eu visitei ele algumas vezes e a Maria me disse que sempre checava na Sofia, depois eles voltaram, a Sofia se recuperou mais rápido que o Bask, ele ficou bem abalado. O Tavin demorou para ficar bem também, mas ele não sumiu.

— E ele já está com alguém?

— Não que eu saiba, por quê? Você ainda tá interessada?

— Não, mas eu sinto que ele tá.

— Ele tá mesmo, mas acho que ele já notou que não é recíproco.

— Que bom, eu não gostaria de decepcionar ele.

— Você namorou alguém para lá?

— Nada sério, se tivesse sido, você saberia.

— E como eles eram?

— Em que sentido?

— Eles eram frios demais?

— Eu devo ter tido uns seis paqueras, acho que a maior parte deles eram bem calorosos, mas eu acabei me tornando um pouco menos afetuosa.

— Você que terminou com todos?

— Maior parte deles. Teve alguma fofoca interessante enquanto estive fora?

— Maria e WL namorando, Jotapê e Kakau, né? Eu fiquei com a Sofia por um tempo, mas não deu certo.

— Nossa.

— Nós decidimos não ter nada e não te contar nada.

— Pois? – perguntei.

Eu não me sentia chateada, mas sentia como se tivesse perdido algo importante e me senti confusa, por que eu não poderia saber?

— Imaginei que você fosse ficar chateada comigo e eu não queria brigar com a minha irmã.

— Por que eu ficaria chateada?

— Porque eu fiquei com a sua melhor amiga, ué? – respondeu como se fosse algo óbvio.

— E?

— Eu ficaria muito chateado se você ficasse com um amigo muito próximo meu.

— Mas eu namorei o Tavin.

— Mas não é a mesma coisa, vocês se gostavam e eram mais novos, se fosse hoje em dia, acho que ia ser diferente.

como tudo deve serWhere stories live. Discover now