sexto capítulo

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quando bater as metas,
lanço o próximo capítulo :)
colocando meta alta pra dar tempo de eu acabar de escrever o próximo capítulo KJKKKKKKKKKK

Era dia vinte e quatro, São Paulo estava um inferno de tão quente, me levantei de cada e tomei um banho rápido, depois vestindo um short jeans desfiado na ponta preto e uma regata branca, eu abro a porta e saio do meu quarto, dando de cara com o meu irmão usando uma bermuda preta e uma regata branca, somado a isso, um gorro de natal. Eu ainda acho estranho que a gente, de vez em quando, acaba escolhendo o mesmo look.

— FELIZ NATAL, RICE – ele gritou animado e me abraçou.

— Ainda é dia vinte e quatro – falei em um tom calmo.

— Três anos longe te deixou assim? A partir do dia vinte e quatro é natal já.

Eu ri e concordei com a cabeça, depois dei outro abraço no meu irmão, eu senti muita falta dele, isso era inegável. Ele se afastou e descemos as escadas para tomar café da manhã.

Eu fiz um misto e peguei um pouco de café preto para iniciar meu dia, eu me sentia estranha e os motivos para isso eram mais que óbvios. O Bask confessou que gostava de mim, eu gostei dele, ele era velho demais para mim, eu deveria achar isso uma redflag, mas eu não ligava para nada.

Agora eu queria ele, mas era óbvio que isso não era algo recíproco, até porque, se fosse, ele não teria me mandado embora. Eu me sentei ao lado do meu irmão e começamos a comer, ele ficou falando sobre ter uma Norte clandestina, que teria amanhã e sobre como eu deveria aceitar participar.

— A Norte tá implorando por você, você deveria aceitar – Apollo diz e eu doou os ombros.

— Eu não to mais em forma para isso.

— Não existe isso, Rice, as pessoas sabem que você parou e ninguém vai te julgar, mas você deveria fazer para brincar, sei lá.

Dei um gole no meu café, eu sabia que ele não estava errado, eu tinha vontade de batalhar um pouco, sentia falta daquilo, mas não tinha certeza se deveria ou não participar.

— Depois de ir jantar com os nossos avós, eu vou para casa do Jota, um pessoalzinho vai tá lá, você quer ir? – meu irmão perguntou.

— Pode ser.

O resto do dia foi como sempre. Mas sinto que passou mais rápido do que o normal. Eu comecei a me arrumar para o natal, eu decidi usar um short saia de tecido vermelho e uma blusa de manga curta básica branca, além de um tênis all-star vermelho, eu fiz uma maquiagem básica e sai do quarto vendo, pasme, meu irmão de bermuda vermelha e uma regata branca.

— Você não tem uma ideia de look totalmente original, né? – falei brincando com o meu irmão e ele me mostrou o dedo do meio.

Como já mencionado, meus pais são separados, mas a família da minha mãe não era daqui então todos passamos o natal na casa da família do meu pai.

A noite foi tranquila, minha família perguntou se eu pretendia voltar, eu disse que não, lógico que recebi a reprovação de alguns familiares, dizendo que eu ia acabar sendo garçonete para lá e ficaria sendo pobre longe da minha família e fazendo eles gastarem dinheiro para me manter para lá.

— Ignora eles, Clari – meu irmão sussurrou para mim e eu deitei minha cabeça no ombro dele, não sei explicar muito bem, mas isso me trouxe conforto – isso é inveja.

Depois desse evento desconfortável, deixamos o nosso pai em casa e fomos para a casa do Jota. Tocava "Ive Brussell" do Jorge Ben Jor com o Caetano Veloso. Meu irmão odiava Bossa Nova, mas sempre ouvíamos porque eu gostava. Minha mente refletia sobre duas coisas durante o longo percurso até o nosso objetivo: Bask durante a nossa conversa de madrugada e o meu irmão e o que quer que tenha acontecido entre ele e a Sofia, além de eles nunca terem me falado sobre.

— No que você tá pensando? – Rogério perguntou.

— Você e a Sofia.

— Você já conversou com ela sobre isso?

— Eu deveria? – questionei olhando para ele, que deu de ombros e acelerou um pouco o carro.

— Vocês são melhores amigas. Eu entendo que você fique chateada por ela ter escondido isso de você, mas acho que vocês são amigas, deveriam conversar sobre.

— Eu não to chateada, só não... Sei lá, você gostava dela?

— Não como eu gosto da Triz.

— Qual é a diferença? – minha voz saiu mais alto do que eu esperava, mas ele não se assustou ou retraiu, apenas continuou dirigindo como se nada estivesse acontecendo.

— Você ter ido embora foi um luto, Rice, todo mundo ficou mal e, bem, ela gostava de verdade de mim e sempre estava nos mesmos locais que eu, eu também sentia atração por ela e isso era recíproco, enfim, nós acabamos ficando por um tempo, depois eu vi que ela estava se apegando e eu não queria machucar a Sofia, eu gostava muito dela como amiga e ela é sua melhor amiga, então decidimos parar. Mas, com a Triz, sei lá, além de não ser só a atração que me chama atenção, acho que tudo o que eu tive dúvidas com a Sofia, tive a certeza com a Triz.

— Você acha que a triz se sente da mesma forma sobre você?

— Bem, eu espero que sim – riu fraco ao terminar a frase.

Assim que chegamos na casa do Jota, corri até o Guri, ele estava do lado do Barreto vendo o amigo fumar enquanto ria e se divertia. O Guri era quieto e calmo, mas extremamente calculista, ele era cuidadoso e gentil. Não achei cadeiras disponíveis e acabei me sentando em uma das coxas do meu melhor amigo, depois começando a fumar como todos que estavam ali enquanto meu irmão foi conversar com o Bask e com o Jota.

— Você vai batalhar na Norte clandestina amanhã? – Lip perguntou e eu dei os ombros.

— O que eu ganho se eu for?

— Me deixar feliz – Guri responde e eu reviro os olhos.

— Não é o suficiente.

— A oportunidade de perder pela primeira vez pro Bask – Doprê murmura provocante e solta fumaça pelo ar.

Meu deus, o Doprê era gato, nunca tinha notado isso antes.

— Perdeu alguma coisa na minha cara, Little Roger? – questionou rindo e eu apenas abaixei a cabeça e traguei o cigarro que tinha entre os dedos.

— Para de encher o saco dela, Doprê – Lili disse e deu um soco de leve no braço do menino.

'— Eu vou comer alguma coisa – Aviso o Guri e me levanto, depois jogo meu cigarro na lixeira mais próxima e entro na casa.

Eu estava com vergonha do Doprê. Muita vergonha. Será que ele era feio, será que meu gosto mudou, será que eu não via ele o suficiente ou será que eu só estava tão concentrada no resto que nunca notei ele? Na cozinha, em cima da mesa, tinha uma garrafa de vodka, minha reação foi pegar um copo grande de vidro e colocar ela dentro, depois tomando vários goles longos de olhos fechados tentando ignorar o líquido queimar minha garganta.

— Japa? – Escuto a voz do Doprê e, pelo susto, me engasgo, engolindo aquele líquido com um gosto estranho e tossindo loucamente – não sabia que eu tinha esse efeito nas meninas – brincou.

— O que você tá fazendo aqui? – perguntei quando me recuperei e ele se aproximou do meu rosto, me dando um beijo no canto da boca.

— E aí? – foi o que ele respondeu. Eu entendi.

— Não vão notar? – perguntei e ele deu os ombros.

— Que notem, seu irmão não aguentaria cinco minutos de porrada comigo.

Ele segurou a minha mão e me guiou até o quarto do Jota, depois trancou a porta e me beijou.

como tudo deve serWhere stories live. Discover now