—Entendi.

Dou uma última olhada em Jason, e me afasto da cozinha rapidamente.

Ok, isso foi bem estranho.

O que mudou?

🌼•☆•🌼

Escolho uma saia de alguns centímetros, e um croped comportado. Meus cabelos estão soltos, e eu uso um gloss de morango na boca. Estou uma típica adolescente de filmes americanos.

Saí a alguns minutos, de uma chamada de mais de duas horas com os meus pais. Os atualizei de muitas coisas, e minha mãe fez o mesmo. Eles vão ir para uma semana de férias, como uma terceira ou quarta lua de mel.

Espero que não voltem com uma criança.

Eu gosto e não gosto de ser filha única.
Minha mãe já tentou engravidar outras vezes, mas não deu certo. Ela teve dois abortos espontâneos, o que a deixou bem deprimida. Decidiram que não vão mais criar expectativas, quanto a uma gravidez.

A uns cinco meses, entraram numa fila de adoção. O processo é lento, burocrático.

—Vamos até a mangueira comigo?—Chamo Cold.

—Sério? Eu estou morto de cansaço.—Resmunga.

—Entendo. Aquela piscina estava um nojo.

—Estava. Foi um trabalho duro.—Os meninos estavam limpando a piscina, para que ela fique própria para o banho.—Você se importa de ir sozinha?

—Claro que não.—Sorrio. Dou um beijo na bochecha dele.—Eu vou lá. Trago algumas pra você.

—Agradeço.

Me afasto dele e faço o caminho até o pomar. Paro embaixo do pé de manga, e olho ao redor. Constato que não há ninguém por perto, dou impulso, pego num galho e subo. Não quero que ninguém me veja aqui. Afinal, estou usando uma saia.

Observo as mangas, e escolho uma bem madurinha.
Na primeira mordida, o caldo entra na minha boca e alguns fiapos ficam entre os meus dentes. Está deliciosa.

Quando estou na terceira manga, sinto minha barriga cheia.

—Ainda cabe só algumas.

—Ora, ora. O que temos aqui.—Me seguro num galho, deixando a minha manga cair. Tomo um baita susto. Parece até que eu estou devendo alguma coisa.

Lá embaixo, se encontra Jason. Com os braços cruzados, um sorriso no rosto e olhando para cima.

Minhas bochechas ganham cor, ao lembrar que estou toda aberta, sobre o galho. Ele pode ver a minha calcinha.

—Pode olhar pra baixo, seu idiota.

—Por que eu faria isso? A vista daqui é bem mais interessante.

—Isso é assédio, sabia?

—Desde quando? Eu não fiz nada.

—Está olhando o que não deve.

—E o que eu estou olhando?—Cínico.

—Minha calcinha, é óbvio.

—Se não estivesse gostando, não estaria abrindo as pernas ainda mais. Eu não poderia evitar, olhando pra cima, de qualquer maneira, eu verei você.—Sorri de novo.—Vem, desce. Eu te ajudo.

—Nem tente suas gracinhas.—Aviso.

—Eu não vou fazer nada. Não vou te tocar em lugar nenhum.—Diz sério.—Estou falando sério. Eu não sou um assediador.

—Seus olhares não dizem isso.

—Eu não vou fazer nada que você não queira. Não me aproveito de mulheres.

—Tá, tá. Me ajuda logo.—Digo.

Vou descendo, e quando chego no último, acabo me pendurando. Faltando somente alguns centímetros do chão.

—Vem.—Jason estende os braços. E mesmo sem confiar muito nele, solto as minhas mãos.—Te peguei.

Acabou que ficamos bem próximos um do outro. Nossos rostos somente a alguns centímetros do seu. Jason olha a minha boca, por tempo demais. Acabo ficando sem jeito, diante do olhar nada discreto dele. Tento o afastar, mas ele não permite o afastamento. Desce a mão para a minha cintura, a apertando de leve.

—Para com isso.

—Com o quê?—A voz está rouca. Ele está perto, muito perto.

Quando dou por mim, estamos nos beijando. Ele segura minha nuca com força, puxando meus cabelos. A língua se enrola na minha, nossas bocas encaixadas. Seguro nos braços dele, tentando me firmar. O beijo é alucinante. Cheio de desejo. Uma das mãos desce para a minha bunda, onde ele aperta com força, por dentro da minha saia. Ele toca a pele nua da minha bunda, segurando com firmeza.

Solto um gemido entre o beijo, que parece ter deixado ele maluco.

Mas o encanto do beijo parece acabar, quando sinto ele tentar afastar a minha calcinha.

—Para.—Ele para na mesma hora.

—Ok. Me desculpe.

—Não peça desculpa. Eu estava querendo, tanto quanto você.—Limpo a minha boca, e abaixo a minha saia.

—Não estou arrependido.—Ele sorri.—Sua boca tem um gosto gostoso.

—Olha, isso não vai voltar a se repetir.

—Nem você tem certeza disso.—Continua sorrindo.—Sei que gostou.

—Gostei, mas e daí?—Me irrito.—Não fique com essa sua cara de cínico, me olhando.

—Admita que você gostou das minhas mãos em você, da minha boca na sua.—Tenta se aproximar...—Admita.

—É melhor eu ir embora.—Me seguro para não gaguejar.

—Eu também acho. Ou eu não vou conseguir me controlar mais. —Sem querer, mas sem querer mesmo, acabo descendo o olhar e vendo a sua ereção. Desvio na mesma hora.

Isso não podia ter acontecido.
Não podia.

O irmão das minhas amigas.(Concluída)Where stories live. Discover now