A campina

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                                                             OUTUBRO   

                                                                  NOVEMBRO 

                                                                               DEZEMBRO 

                                                                                        JANEIRO 

__ Você nunca faz nada.

__ Você está simplesmente... sem vida, Bella.

__ Acho que... que talvez você precise de ajuda.

__ Não acho que eu possa viver vendo você se esforçar ainda mais. Nunca vi ninguém se esforçar tanto. É doloroso ver isso.

Sentada em minha camionete repasso cada palavra dita por meu pai está manhã. Meu peito afunda lentamente em culpa. Estou realmente machucando ele. Não sei como para essa dor que me despedaça acada minuto. Ele está certo, deve ser realmente doloroso para ele ver a filha em esforço constante para fazer coisas básicas como, falar ou querer sair da cama. Nos últimos meses fui um fantasma para todos ao meu redor, uma sombra sem vida em comparação ao meu eu de antes, até os olhos dos meus professore passam por minha mesa como se ela estivesse vazia. O buraco em meu peito está cada vez pior. Dia após dia tenho tentado, não desmorona e realmente tenho me esforçado para não aparentar estar me despedaçando aos poucos, porem não tenho feito um bom trabalho em esconder minha inevitável ruína. Tenho me sentido como uma hospedeira indesejada, como se meu corpo quisesse parar de funcionar, mas não consegue porque eu estou aqui forçado ele a se levantar da cama, o forçando a comer a dar sorrisos falsos, forçando a conversa quando tudo que ele quer e deita em minha cama e não levantar mais. O tempo passa... mesmo quando cada batida do ponteiro dos segundos dói como o sangue pulsando sobre um hematoma. A dor não está desaparecendo com o tempo, as lembranças não estão desaparecendo, nada esta acontecendo, estou presa na mesma dor.

Manhã

Tarde

Noite

Sempre a mesma dor aguda que me paralisa, e me afoga na superfície.

 Olho para fora da camionete, respirando fundo uma, duas, três... odeio quando o buraco em meu peito se torna grande o suficiente para me impedir de respira corretamente. Me envolvo em um abraço, apertando minhas pernas contra o peito na esperança de força o buraco a diminuir. Alguns minutos se passam até que, eu finalmente consiga respirar livre mente. Prometi a Charlie que chamaria Jéssica para ir ao cinema mais tarde, porem não e isso que pretendo fazer. Os professores avisaram a ele minha falta a escola, o que me rendera mais uma bronca, porem eu preciso fazer isso, preciso ver com meus olhos algo "nosso" que ainda esteja inteiro. Tem que ter restado algo que me lembre de "nos" que não seja essa dor crescente em meu peito. Encaro o fim da estrada a minha frente. Eu consigo digo a mim mesma pegando o mapa e a bússola no banco ao meu lado. Estou contando com minha memória e alguns minutos de tutorial do YouTube de como usar um mapa e uma bússola, para poder chegar até a campina. Não e a ideia mais inteligente, mas eu preciso disso, repito para mim mesma, algumas vezes, só para convencer a minha última parte coerente que diz que, entra na mata sem preparo algum e a pior das ideias.  

 Após perde uns bons quinze minutos estudando a pequena agulha da bússola e marca no mapa minha rota. Quando me senti razoavelmente segura de que conseguiria, parti para fora da trilha.   

  O bosque estava cheio de vida, todas as pequenas criaturas aproveitavam o momentâneo tempo seco. Quanto mais eu me aprofundava do bosque, essas pequenas coisas iam desaparecendo e tudo ia se tornando calmo e silencioso... Solitário. Acada passo meu o desconforto aumentava, estava difícil respira, não devido ao esforço, mas poque o buraco em meu peito doía mais a cada passo. Eu poderia voltar para casa me jogar em minha cama e ficar la por muito e muito tempo, gostaria de fazer isso, mas não vou desperdiça o esforço gigantesco que o briguei meu corpo fazer até aqui.   

lua nova o recomeçoOnde as histórias ganham vida. Descobre agora