Capítulo 11
– Deve ter sido algum animalzinho por aí, fica tranquilo.
– ah sim, claro, é claro.
– ui ui ui príncipe medrosinho.
– eu? Lógico que não, sou muito macho.
– ah sim claro, lógico que é.
Sebastian se aproxima mais de Rose e leva sua mão direita até seu rosto.
– amanhã fugiremos juntos, dá pra acreditar?
– não – ela ri – não mesmo, parece uma loucura.
– uma loucura por amor, minha querida.
Sebastian aproxima seu rosto do dela e beija sua bochecha, fazendo a mesma sorrir e corar.
– mal posso esperar para viver contigo, meu raio de sol.
– ah Sebastian…
Rose não consegue dizer mais nada pois estava sentindo como se seu coração fosse saltar do peito, sentia um calor percorrer seu corpo, sentia vontade de beijá-lo, sentia vontade de se jogar em seus braços e ali ficar, sentia que o amava loucamente.Era uma manhã agradável, o sol estava radiante, e os pássaros cantavam sua alegre melodia, e alguém acordou de ótimo humor.
– A vida é tão bela, não é papai?
– quem és tu? E o que fizeste com meu filho?
– Ah papai, me poupe de suas brincadeiras.
– Ora essa! Não é comum te ver assim, ainda mais de manhã.
– não se pode nem ser feliz nessa vida! Vou te contar viu.
Sebastian sorri para seu pai.
– mas não me importo papai, sou um homem feliz, muito feliz! – ele começa a gargalhar – ah como eu amo ser feliz.
– pare com isso, está me assustando, se estiver pensando em se fingir de louco para assustar a família Windsor é melhor parar agora com esta brincadeira ridícula e imatura, pro seu bem.
– não estou brincando papai, estou feliz, é crime agora?
– não é, mas é melhor ficar esperto.
– por favor papai, me dê licença.
Sebastian sai de sua presença indo para a mesa tomar seu café da manhã junto aos outros.
– É efeito do casamento, não se preocupe.
– Ah, bom dia Rainha Odette, não a vi chegar.
– Desculpe meus modos, estava de passagem e acabei ouvindo a conversa.
– Sim sim, acontece.
– Allanah é uma jovem de muitíssima sorte em ter seu honrado filho como esposo, excelentíssimo jovem.
– eu que fico honrado, sei que meu filho será grandemente feliz ao lado de sua adorável filha.
– adoraria ficar para o café, mas já estou de saída.
– mas tão cedo?
– Sim, preciso resolver alguns negócios pessoalmente.
– ah sim, claro.
– com licença.
– toda.
Odette se retira, passando pela sala e vai direto à porta de entrada.
– ah… que canseira, vou me deitar um pouco.
Rei Damian estava se sentindo fadigado e sem forças.– Gostaria que eu mandasse alguém para acompanhar a vossa majestade?
– não será preciso Xavier, já já estarei de volta, não se preocupe.
– e quanto ao cocheiro?
– não será preciso, vou a pé mesmo, é perto daqui.
– Sim senhora.
Com um gesto de reverenciamento, Xavier abre a porta para a Rainha Odette.– Bom dia, é você o mago que dizem por aí?
– sim, o próprio.
– você teria uma poção do amor em seu humilde comércio?
– sim claro, só um momento.
O velho corcunda cego de um olho, com muita dificuldade empurra seu banquinho para o lado e subindo em cima dele consegue alcançar a prateleira de cima, pegando então um pote de vidro cujo líquido que ali dentro estava era de uma coloração rosada.
– aqui está, é necessário apenas uma colher de chá para enfeitiçar duas pessoas, mas ambas tem que tomar a poção no mesmo segundo.
– muitíssimo obrigada, e caso isto não funcione diga adeus a sua barraca, fui clara?
– s-sim senhora, muito clara,
Com um sorriso no rosto Odette lhe entrega o seu pagamento e esconde o pequeno pote de vidro dentro de seu vestido.Os trabalhadores do campo já estavam colocando a mão na massa naquela manhã, mas diferente do comum Rose estava muito desatenta.
– Rose querida, o que está fazendo?
– Estou colhendo os morangos papai.
– sim, mas com a cesta de tomates?
Rose olha pra cesta e realmente era a cesta errada.
– ai meu Deus, me desculpe, não prestei atenção.
– tudo bem querida, apenas fique atenta.
– Sim, ficarei.
John achou estranho o comportamento da filha, ela nunca fez isso antes, mas ela poderia estar apenas em um dia ruim, mas uns minutos antes ela tinha trocado o açúcar por sal na hora de preparar o café de seu pai, ele estava encabulado com aquilo.
Na tarde do almoço, John decide finalmente perguntar a sua filha o que estava acontecendo.
– Não papai, não está acontecendo nada.
– Rose Miller eu te conheço, conta pro pai, não precisa ter vergonha.
– Já disse que não é nada, só estou meio distraída hoje.
John abaixa o tom da voz e se aproxima um pouco.
– Está naqueles dias femininos?
– o que? Não!
– menos mal, o que é então meu solzinho?
– pai, já disse, acho que dormi mal esta noite, só isso.
– o segredo ainda é segredo?
– Sim pai, não precisa se preocupar.
John pega um pão na cesta.
– o que houve com este pão? É tão pequeno.
– aí não! Esqueci de colocar o fermento.
Rose leva as mãos até o rosto e começa a se lamentar.
– não fique assim querida, acontece.
– não, não acontece…
– tenho certeza de que ele continua gostoso, veja só.
John dá uma mordida no pão e faz uma cara de surpresa.
– está… gostoso.
Ele tenta disfarçar a expressão de desgosto e tenta engolir o pedaço que mordeu.
– não minta.
Rose pega um pão da cesta e também morde um pedaço cuspindo imediatamente.
– isso está horrível papai.
Ela leva as mãos ao rosto de novo se lamentando.
– me desculpa por isso, só estraguei os ingredientes.
– está tudo bem, somos humanos e cometemos erros às vezes, e tá tudo bem.
John se levanta e abraça sua filha beijando o topo de sua cabeça.
– Está tudo bem, filha.
A verdade era que Rose estava muito nervosa, pois naquela noite iria fugir com o príncipe, aquilo ainda era uma loucura enorme, e se alguém descobrisse seria um problema enorme e não só para ela, mas também para seu pai, um homem respeitado e de bom caráter que não sabia de nada que sua filha estava passando no momento, mas que mesmo assim tentava ajudar de alguma forma.O brilho da lua irradiava e iluminava a noite escura no reino, as estrelas estavam brilhantes no céu, e a Rainha Odette colocava uma colher da poção do amor nas taça das altezas, logo em seguida a encheu com vinho.
– já está servindo o vinho Rainha Odette?
– ah sim queria ter essa honra, tem algum problema Rei Damian?
– não, claro que não.
– bom, então vamos brindar!
– sim! Onde estão os noivos?
– Estou indo chamá-los imediatamente vossa majestade.
– sim, vá chamá-los agora Xavier.– já vamos brindar? Ainda são 19:50, o jantar está longe.
– são ordens do Rei, meu senhor.
– esse velho, não cansa de puxar meu pé.– Gostaria de dizer esta noite, de que estou imensamente feliz por este momento tão esperado, vida longa aos noivos!
Odette ergue sua taça e assim todos na mesa erguem suas taças para brindar, logo após, todos bebem vinho.
Aquela foi a noite mais feliz para todos ali presentes naquele jantar.– Allanah? O que faz aqui?
– Ah, olá Sebastian… eu estava um pouco tonta então vim tomar um ar fresco.
– entendo, também estou um pouco tonto.
Sebastian se senta ao lado de Allanah naquele banco, então Allanah toma a palavra.
– não sei se é normal, mas depois do jantar estou sentindo algo estranho…
– você também?
– como assim “também”?
– bom é que eu… ah, conte primeiro.
– certo, não sei como lhe dizer isto… na verdade parece que… não sei, você está…eu estou… apaixonada por você, me desculpe.
– Allanah – ele pega em suas mãos – também estou meio diferente depois do jantar, sinto que você é o amor da minha vida.
Eles se olham por longos minutos.
– não consigo explicar…
– nem eu, só sei que te amo muito agora.
– o que fizeste comigo Sebastian Montfort? Meu corpo te deseja…
– eu que pergunto minha estrela da manhã, meu coração é todo teu, assim como minha alma e corpo, todos lhe pertencem.
Sebastian aproxima seus lábios de Allanah e a beija intensamente fazendo a mesma se estremecer e render-se ao beijo e continuar, se entregando completamente aquele momento.Cansada de esperar Rose volta pra casa irritada e muito triste, pisava firme no chão enquanto lágrimas desciam pelo seu rosto, já deitada em sua cama sentia seu coração se apertando no peito, sentia suas lágrimas escorrerem uma após a outra sem parar.
– por que?
Sua voz falhava quando falava.
– por que me enganou…? Por que não foi me encontrar Sebastian? Você prometeu…
Ela tapa a própria boca tentando abafar sua voz e seu choro, ela só queria gritar bem alto, aquilo era sufocante demais, ela não podia gritar, nem contar pra alguém como se sentia, seu coração foi partido e ela não tinha alguém para lhe apoiar, pois aquilo já era ridículo o suficiente.
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OLHOS VIOLETAS| A marca da Maldição
FantasyUma Maldição de Família. Uma garota azarada. Um mundo alternativo. Um romance de época. Os olhos violetas. Acompanhe a jornada de Emily e viva cada momento com nossa protagonista.