OLHOS VIOLETAS| A marca da Maldição

capítulo 7

Capítulo 7

Com um sorriso no rosto ele começa.
– Emily...muito prazer em conhecê-la, eu sou Zadock.
Jack empolgado diz:
– mais conhecido como Sábio Zadock.
– eu não sou nenhum sábio, já disse que não mereço tal título – Jack ri – aceita uma bebida?
– ah não se incomode, só vim para...para ter uma explicação.
– entendo… – ele encosta na poltrona – o que quer saber primeiro senhorita Emily?
Ele cruza os dedos.
– antes de tudo, por que lá fora venta quente e aqui dentro está… normal? E esse fogo azul?
Ele ri.
– é mesmo uma coisa muito estranha para quem vem da Terra, os elementos são diferentes, este fogo é frio, muito frio, ele ajuda a controlar a temperatura aqui dentro sabe?
– entendi… eu acho.
– bom, por onde quer começar?
– quero saber como vim parar neste mundo e que mundo é esse? Como ele surgiu? Por que eu só tenho um bracelete? Como a maldição é quebrada? Eu posso voltar pra terra?
– você veio parar neste mundo através de uma tentativa de suicídio, este mundo é um alternativo criado por Rose Miller.
– Caramba essa fada de novo?
– Algum problema com Rose?
– não somente com ela, mas com todas as fadas que existem naquele mundo.
– por que essa raiva toda?
– e você ainda pergunta? É culpa dela minha vida ser um lixo.
– não entendo, você odeia Rose pelo que exatamente?
– foi ela que criou essa maldição, e pior, este mundo também.
– você deve ser o tipo que culpa a maldição pelos problemas da vida, certo?
– Mas é culpa da maldição, olha, melhor você ir direto ao ponto.
– creio que você já sabe o motivo de estar aqui.
– só pelo simples fato de eu ter me suicidado? Sabe o motivo de eu ter feito isso? Não né.
– Então me conte jovem, por que se suicidou?
– Minha vida é uma droga.
– o que seria isso? – sério que ele perguntou isso mesmo?
– como assim "o que seria isso"? Não está na cara? – olho para Jack e depois volto a olhar para ele – sério? – eles me encaram e depois se encaram entre si – a droga da maldição arruinou minha vida.
– como por exemplo?
– tudo sempre dá errado! Eu estar aqui já é um erro né.
– erros podem ser consertados.
– só quando são escritos a lápis… o que claramente não é meu caso.
– se falhar com a tinta da caneta, rasgue a folha e comece outra vez.
ele dá um sorriso caloroso
– você não entende, não sabe nada da minha vida.
– sim eu entendo, e sabe de uma coisa? Sei muito bem como você costuma pensar e ver a vida.
– sabe mesmo? É médium também? – debochei.
– sim eu sei, sei que você é uma jovem que culpa a maldição pelos seus erros e fracassos, sei que você pensa que tudo que aconteceu e o que está acontecendo agora é culpa de Rose Miller, e sei que você usa sua maldição como uma desculpa para não fazer tal coisa pois é amaldiçoada e azarada.
– Sim, e estou certa disso.
– não por muito tempo, acredite.
Jack baixa a cabeça e eu prossigo.
– Então me prove o contrário sábio Zadock, prove de que Rose não foi uma fada imunda que só trouxe problemas para nós Montforts, prove que o que vem acontecendo comigo não é por causa da maldição que ela lançou contra nós, ME PROVE! – meus olhos se encheram de lágrimas que logo escorriam pela minha bochecha – me prove...de que o Bullying que eu sofro na escola é por acaso e que minha única e melhor amiga se mudou para o exterior por acaso também, assim como a desilusão amorosa que eu tive pelo garoto que eu era apaixonada a 5 anos...
– se acalme Emily por favor – Jack se levanta e me oferece um copo com uma bebida rosada dentro, sinto o cheiro de coisa doce, dou um gole e me surpreendo com o sabor, algo que nunca tomei em toda minha vida!
– obrigada.
– se acalme, sei que é frustrante mas escuta ele, ele sabe o que diz…
concordo levemente com a cabeça.
– Escute Emily, está vendo esse bracelete que está no seu braço? – olho para o meu bracelete – ele impede que você possa sair deste mundo.
Quase derrubando minha deliciosa bebida eu falo:
– eu nunca mais vou voltar pra casa?
– ninguém nunca jamais conseguiu sair daqui…
Ele suspira.
– Então...
– antes que possa falar qualquer coisa, permita contar-lhe uma história...uma história que aconteceu a muitos anos atrás, quando reis e rainhas reinavam sobre a terra…
Ele apoia as mãos no joelho e se inclina para frente.