IVY ERA UMA bela garotinha, morava no acampamento illariano, onde homens eram jogados para tornassem guerreiros. Ao lado de seu pai, sua vida nunca foi boa, era maltratada, espancada, abusada, vivia de migalhas de comida, e ninguém conseguia explica...
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IVY ACORDOU mais uma vez sentindo algo gelado bater contra suas costas pequenas, faziam duas semanas que acordava sendo chicoteada por seu pai, que era a punição por ter ido a floresta e ficado fora de casa, faziam duas semanas que sofria. A criança chorou baixo enquanto sentia o couro contra suas costas e asas, rápido e duro, se chorasse alto ou gritasse, ganharia em troca cortes de faca na parte interna de suas coxas.
Ivy suspirou quando contou as cinquenta chicotadas, havia acabado por hoje. Sentia o sangue escorrer, sujando seu único cobertor. Com dificuldade de se levantar, apoiou os braços cansados na cama, estava mais magra, ficou uma semana sem tocar em qualquer tipo de alimento, apenas conseguia beber água escondida uma vez por dia. Com as pernas fracas, andou em direção ao banheiro, havia ouvido o barulho da porta, finalmente seu pesadelo havia saído de casa.
Com dificuldade, Ivy conseguiu encher a banheira, era difícil para alguém tão pequena e machucada erguer os pesados baldes de água. A doce garota tirou seu pijama rosa, para depois entrar na banheira, a água logo tornou-se vermelha, seu sangue não parava de sair, a enfraquecendo ainda mais.
Ivy sabia que precisava de ajuda, não conseguia cuidar de ferimentos em suas costas, e para isso teria que ir ao Monjo, curandeiro do campo, indo contra a regra de seu pai de sair de casa novamente. Mesmo sentindo suas costas e asas latejando, vestiu uma camisa que dava espaço as suas asas e uma calça, a pequena menina amava vestido, mas se os colocasse seria mais um manchado de sangue.
Com dificuldade e a cabeça baixa, andou pela extensão do campo, queria passar totalmente despercebida e conseguiu, vez ou outra tropeçava nas pedras, sentindo os pés descansos doerem. Após andar mais do que aguentava, a pequena mão se ergueu para bater na porta de madeira, pronta para pedir ajuda.
— Manjo!— Chamou fraca, sabendo que o amigo estava lá dentro.— Por favor!
Ivy caiu quando o homem abriu a porta, suas mãos amorteceram o impacto, causado uma dor forte em seus pulsos. Manjo arregalou os olhos ao estado da menina, a camisa grudada em suas costas.
