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Não era nada fácil resistir aos encantos de Mick e eu nem tentei, eu era uma jornalista da Rolling Stone e eles me mandaram entrevistar Mick Jagger em Londres no final de Julho. Acontece que nós já nos conhecemos muito bem, o encontrei pela primeira vez na festa de lançamento de algum disco da banda e fomos para a cama na mesma noite, depois nos encontramos em Nova York e passamos um tempo juntos, certas vezes no meio da noite ele me ligava e chamava pra sua casa e eu sempre aceitava e voltava duas semanas depois.
Marcamos a entrevista para nove da noite no hotel que ele estava hospedado, apesar de toda aquela história fazia muito tempo desde a última vez que tivemos alguma relação sexual era como se fossemos completos estranhos de novo, no meio do caminho peguei uma chuva tão forte que nenhuma parte da minha roupa estava completamente seca, meus cabelos pingavam sobre todo o meu rosto e meus sapatos estavam encharcados.
— Você precisa de um banho — Mick murmurou enquanto passava a toalha sobre mim — Eu empresto alguma roupa pra você.
Fui para o banheiro e tomei um banho quente, era realmente daquilo que eu precisava. Quando terminei percebi que tinha deixado a toalha na cama, aquilo era uma das situações mais humilhantes que tive que passar depois de tomar um banho de chuva e lama quinze minutos atrás e no mês anterior sem quer derramar bebida no Jimi Hendrix, fiquei alguns minutos tentando me secar com o que tinha no banheiro mas no final tive que ir até a porta e chamar por Mick.
— Fecha os olhos! — eu gritei pra ele que estava sentado de frente pra porta onde eu estava.
— Por que? — ele perguntou sabendo a resposta.
— Eu deixei minha toalha na cama — disse apontando para ela — Fecha os olhos pra eu poder ir buscar
— Meu bem, eu já te vi pelada — ele disse depois de alguns segundos rindo para si mesmo — Eu já fiz mais que apenas te ver pelada na verdade.
Era exatamente o que eu esperava que ele fizesse, me ter em um momento vulnerável para jogar todo o seu charme para cima de mim, Mick não conseguia parar de sorrir buscando as melhores maneiras de tirar proveito dessa situação.
— Apenas feche os olhos.
E assim ele fez, colocou as mãos sobre os olhos enquanto eu atravessava o quarto pegando a toalha e voltando para o banheiro junto com a roupa que ele tinha separado para mim, era uma camisa social enorme que vestia em mim como uma espécie de vestido, até que dava para o gasto.
— Muito obrigado pela camisa, vou buscar um jeito de devolvê-la pra você — eu disse assim que sai do banheiro.
— Sem problemas — ele murmurou em resposta — Quer vinho?
