Capítulo 32 - O cerco

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Eles estavam em um local deserto. James respirou fundo antes de cochichar:

— É meu trabalho proteger você, então só dessa vez, fique quieta.

Antes que pudessem continuar, sombras emergiram da escuridão. Inimigos, silenciosos como a noite, avançavam. James preparou sua postura defensiva:

— Depois conversamos.

A troca de palavras foi abruptamente interrompida pelos primeiros ataques. No calor do momento, sentimentos não resolvidos ficaram suspensos no ar, obscurecidos pelo perigo. Ao enfrentarem os inimigos, Aurora e James perceberam que, por mais complicada que fosse a relação deles, a lealdade ainda os mantinha unidos contra qualquer ameaça.

Aurora ajudava como podia, agindo o mais silenciosamente possível para não chamar a atenção de James e o homem dava o sangue e o suor para mater sua donzela em perigo a salvo.

A tensão alcançou seu ápice quando eles se viram cercados, sem saída aparente.

— Isso não vai acabar bem — sussurrou James, recarregando sua arma com pressa.

— Eu ajudaria, sabe, se tivesse uma arma — Aurora respondeu, tacando o foda-se na sua anormalidade, precisava sair viva dali, ou pelo menos que um deles saísse vivo dali para proteger Megan.

— E desde quando você sabe atirar? — James perguntou, desacreditado.

— Aprendi com Megan, você era meu namorado, deveria saber disso.

Mais um tiro foi ouvido e James segurou Aurora enquanto caia no chão. A jovem ainda escutou o vento tinindo em seus cabelos, o que a deixou ainda mais apreensiva por não poder fazer nada que os ajudasse naquela situação.

Justo quando parecia que o destino estava selado, um estranho surgindo das sombras interveio. Vestido em trajes escuros, manejava uma habilidade notável, movendo-se com uma elegância mortal. Quando uma brecha surgiu, os três entraram em um carro e o homem acelerou.

— O que vocês estavam fazendo na estrada a essa hora? — o homem perguntou, tirando o capuz para poder ter uma melhor visão da estrada.

— Eu estava tentando proteger uma suicida — James falou engatilhando uma arma. Ele virou e a entregou para Aurora, no banco de trás. — Você disse que sabe atirar. Pode cobrir Vicent?

— Eu conheço você! — Aurora falou quando pegou a arma. — Foi você quem me salvou no aeroporto!

— Olá de novo! Acho que sou seu anjo da guarda, então, não? — Vicent sorriu.

— Vamos ver se consegue voar então — Aurora abriu a janela do carro e atirou, acertando em cheio o pneu do carro traseiro.

— Você é boa —  Do outro lado James fez o mesmo, mas errou, então atirou no para-brisa. — Mas não faça movimentos arriscados quando a prioridade é salvar sua vida.

"Nenhum movimento meu é arriscado, todos são calculados", Aurora pensou, mas não disse nada. Com Vicent no volante e os dois atiradores cobrindo-o, logo conseguiram uma fuga espetacular.

Não demorou e entraram em uma propriedade cercada por segurança. Aurora ficou boquiaberta com a extremidade do local, nem Hunter era tão obsecado assim com a segurança da sua casa...

— Sejam bem-vindos! — Vicent sorriu, então pegou vinho e serviu para os dois. — Estarão seguros aqui, caso precisem do telefone, tem um no escritório, que fica bem atrás daquela porta. Eu preciso fazer uma coisa, volto logo.

— Obrigada! — Aurora levantou a taça de vinho. Quando o homem saiu de seu campo de visão, ela a pousou na mesa.
James bebeu seu vinho de uma vez, estava com sede. Ele foi até a porta do escritório, entrou e trancou-se lá dentro. Aurora sentou no sofá e passou a observar a beleza do lugar com curiosidade.

Contrato duploWhere stories live. Discover now