Capítulo 31 - noite de núpcias

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Saindo do estacionamento da igreja, Hunter pôde enfim tirar o sorriso falso do rosto. Aurora, ele percebeu, também não tinha mais o sorriso educado, mas para sua surpresa, uma linha de preocupação parecia estar em seu rosto.

— Tudo bem? — ele perguntou.

— Claro — Aurora não sorriu, mas relaxou um pouco a postura. — Só estava um pouco nervosa. Havia muitos convidados e jornalistas.

— Normal. Mas pensei que estaria bem com a cerimônia para você. Era modelo de passarela, não achava que se sentia nervosa sendo o centro das atenções.

Aurora sentiu o rosto esquentar. Só de se imaginar desfilando para um monte de gente sentia duas pernas bamabearem, mesmo estando sentada no carro.

— Não foi à toa que parei a carreira assim que voltei para Nova York. Eu particularmente não gosto de ser o centro das atenções.

Hunter estava admirado com a revelação. Em sua investigação soube que Aurora Smith era uma verdadeira deusa quando se tratava de atrair a atenção para si. Imaginou que seria divertido conhecer as facetas de sua esposa, então sorriu.

— O que foi? — Aurora perguntou, desconfiada.

— Nada. Só estou imaginando o que mais eu vou descobrir sobre você. — Hunter estacionou. — Pronta para ser o centro das atenções mais uma vez?

Aurora colocou mais uma vez o sorriso ensaiado no rosto, então saiu do carro acompanhada por seu marido. Na verdade, depois do primeiro brinde, ela já estava mais alegre, sorrindo com maior facilidade.

Na valsa do casal, Aurora estava mais a vontade e mesmo os toques de Hunter já não tinham efeito grotesco, principalmente depois das felicitações de James.

— Onde está o seu padrinho? — Edwin perguntou depois de um tempo e Aurora sorriu.

— Fazendo uma coisa muito importante — Aurora gargalhou. — Venha, dance comigo, não quero que o padrinho do meu marido chegue perto.

Aurora pegou o irmão pela mão e começou a dançar desajeitadamente. Após uma música, Hunter se aproximou e Aurora o agarrou.

— Você está bêbada? — ele perguntou, com ela ainda em seus braços.

— Apenas alegre! Sou boa em ser o centro das atenções, mas preciso de combustível para isso, querido.

Hunter pensou que já estava na hora da retirada, ao mesmo tempo que observá-la "alegre" era novidade e ele estava curioso sobre isso. Em suas investigações, nunca soube que Aurora fosse de beber, agora ela dizia que precisava de combustível... Seria interessante ver o resultado.

Quando deu meia noite, o casal saiu para a casa que ganharam de Leonard e Antony em Pelham Bay Park. Aurora estava admirada com a vista e acabou tropeçando. Hunter a segurou e Aurora gargalhou.

— Acho que alguém aqui bebeu demais!

— E eu te garanto, querida, que não fui eu. — Hunter a levou para o quarto, onde a deixou e foi preparar a banheira. — Eu já volto, não saia daqui.

Aurora estava achando o longo vestido incômodo e o tirou, ficando apenas de lingerie, e vendo uma garrafa de vinho, foi até ela. Hunter voltou e ficou hipnotizado, mas ao vê-la com o vinho na mão, correu.

— Vamos tomar um banho, o que acha? Está muito calor, não?

Aurora o ignorou. Ela o beijou, aproximando ainda mais os seus corpos, girando a língua em uma dança sensual na boca do homem. Hunter foi pego de surpresa, mas logo seu instinto masculino acordou e seu desejo deu sinal de vida.

— Aurora...

— Você disse que eu viria até você — Ela sorriu, passando a mão no rosto dele, descendo pelo pescoço, e começando a desabotoar a camisa dele. — Você tinha razão, estou aqui e estou cheia de amor pra dar.

Quando ela chegou ao cinto dele e desabotoou, Hunter pegou em suas mãos e a parou.

— Não faça nada que vá se arrepender depois.

Aurora se afastou um passo e sorriu. Então, tirou a calcinha.

— Pode ajudar com o sutiã?
Hunter podia. Colocando um foda-se no autocontrole, ele a ajudou com o sutiã e com o banho e quando Aurora se virou para beijá-lo, não recuou. Sabia que ela poderia ficar furiosa com ele no outro dia, mas agora eram marido e mulher, e não era como se ele estivesse a obrigando.

Com o clima esquentando na banheira e sua ereção já pulsante, o homem vestiu a camisinha, afinal tudo o que não queria era fazer um filho na noite de núpcias. "Nem agora, nem tão cedo, não enquanto o perigo não passar", ele pensou.

Posicionando-se entre as pernas de Aurora, ele começou a entrar, devagar, mas notou que todo aquele fogo nela havia diminuído bastante. Hunter sabia, pela expressão no rosto dela, que havia sentido dor.

— Você é virgem?

— Sou — Aurora respondeu. — Isso não é problema, é? — perguntou assim que o homem se afastou dela.

— Deveria ter me contado. Eu poderia ter machucado você — Hunter levantou, tirou a camisinha e se enrolou na toalha.

— Você quase me estrupou na noite em que me levou para sua casa. Que diferença isso faz hoje?

— Faz muita diferença, Aurora — ele a olhou com frieza e saiu do quarto.

Aborrecida, Aurora lavou o rosto e saiu da banheira. Xingando em pensamento, vestiu uma camisola, um hobe e saiu. Hunter não se encontrava na sala. Com raiva, ela abriu a porta e saiu.

Caminhou por alguns metros, então notou que estava sendo seguida. Seus reflexos ainda estavam um pouco lentos por causa da bebida, mas Aurora ainda podia se defender, caso precisasse.

— Aurora! — James chamou, aproximando-se. — Aurora, espere!

— O que você quer? Seu dono mandou me caçar de novo? — Aurora explodiu com raiva. — Vocês dois se merecem sabia? Dois idiotas! Deveriam terem casado os dois já que são tão leais um ao outro. E eu não vou voltar agora, James!

Aurora continuou andando depois de gritar. James foi atrás dela e a agarrou por trás. Aurora sentiu seus braços fortes em torno de sua cintura ao mesmo tempo que escutou um som agudo.

— Mas o que...

— Shiu, fique quieta. Venha.

James a arrastou lentamente para um beco. Aurora mordeu a mão dele e o homem grunhiu de dor, mas não a soltou, apenas pedindo em pensamento que ela colaborasse, porque se não estivesse extremamente enganado, estavam sendo cercados pelo inimigo.

Contrato duploWhere stories live. Discover now