𝟎𝟎𝟑.

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PEGAR NO SONO FORA mais fácil do que pensei. Apenas tive tempo para me livrar da blusa de Damian, tirar a mala de cima da cama e, enfim, me jogar nela.

Apesar da conversa maluca de ontem e a confusão eminente que ela causou em mim, o meu cansaço era maior. Muito grande para alguém que havia apagado por quatro dias, mas resolvi não ligar para isso aquela hora, eu só precisava esquecer desse caos por algumas horas.

Eu só não esperava que fossem somente duas. Duas horas de sono até alguém bater na porta. Vários fatores da minha vida me levaram a ter um sono bem leve, portanto, enquanto Alfred pensava se tentava outra vez ou não, eu já estava a um passo da porta terminando de vestir aquela camisa novamente.

— Bom dia senhorita.. — Diz após eu abrir a porta.

— Só Melantha, Alfred.

— Como quiser, senhorita Melantha. — Ele.. debocha? — O café já está pronto, mestre Damian lhe aguarda na mesa. — " Ótimo, esse bundão vai junto mesmo " eu penso, mas não digo nada, apenas aceno com a cabeça e fecho a porta em minha frente.

Se Damian não fosse um pé no saco, essa viagem seria mais fácil.

Suspiro com o pensamento, ando até a mala jogada no chão e me ajoelho em sua frente erguendo a cabeça somente para ver que horas eram.

Três e cinquenta e cinco da madrugada. Outro suspiro me escapa, eu ainda estava com sono, mas nada que um banho gelado não resolva. Procuro uma roupa e pego também uma toalha, me levanto do chão e vou para o banheiro.

Até em Drakória, com os treinamentos intensos acontecendo, Krustos sempre valorizou uma boa noite de sono. Mesmo assim nunca consegui dormir por mais de seis horas, os pesadelos não deixavam.

A água gelada sempre fora boa para me ajudar com os pensamentos, tudo ficava em seu devido lugar depois de alguns minutos. Porém, desta vez, não há nada que possa me convencer de que não estou sozinha.

Desligo o chuveiro depois de pronta, olho para as peças de roupa enquanto me enrolo na toalha. As vestimentas desta terra são diferentes, eu gosto.

Após vestir a última peça de roupa – Uma jaqueta amarela – penteio os cabelos e reorganizo a mala que ainda estava no chão.

Dou uma boa olhada pelo quarto pela primeira vez, apesar de ser grande e confortável, era vazio e sem graça.
Meu quarto em Drakória era igual, porém menor. Nada de decoração, apenas o necessário.

Imagino como teria sido a vida se as circunstâncias fossem diferentes. Quem sabe eu teria um quarto normal de garota. Quem sabe eu seria uma normal.

Ignoro o pensamento e checo as horas novamente, tendo exatamente vinte minutos para descer e me alimentar antes de sair. Com esse pensamento minha barriga ronca, implorando por comida, me fazendo descer com minha única mala em mãos.

Depois de muitos passos procurando pela cozinha, sala de jantar, ou qualquer sinal de vida dentro daquela mansão, recordei-me de que ninguém havia sequer feito um tour para mim.

Mas então, alguém me encontrou.

— Você se perdeu? — A risadinha engraçada e insuportável de ouvir se fez presente. Tudo o que pude fazer foi revirar os olhos quase que, imediatamente, ao ver Damian atrás de mim.

— Não, é que de onde eu vim preferimos livros de biblioteca no lugar de bacon e ovos. — Retribui sua ironia. A risada cessou, mas seus lábios ainda franziam em um sorriso sarcástico.

— Tudo bem — Ergueu as mãos em rendição. — Cada um com seus gostos. Aproveite. Estarei esperando na entrada.

— Eu 'to sendo irônica, idiota! — Ele gargalha. O som sendo melhor do que esperava, me pegando de surpresa.

— Siga-me, alienzinha. — Como é que é?!

Apesar de ter sentido uma raiva enorme com esse "apelido", preferi ficar quieta e deixar Damian me guiar. Ou então, perderia meu réu primário.

Ao chegar na sala de jantar, consegui desfrutar um pouco do café magnífico que Alfred, provavelmente, havia preparado. Me senti satisfeita, saciada após muitos dias.

Porém, assim que terminei minha refeição, tinhamos de sair.

Bruce levou Damian e eu, de carro, até seu aeroporto particular. Por questões de segurança e privacidade, só havíamos nós três e os pilotos por lá. E o jatinho, vale mencionar que Bruce tinha um enorme e lindo jatinho. Mas claro, por que ele não teria, certo?

— Damian. Sei que vocês dois não se dão tão bem, mas é importante lembrar, que você é o mais próximo dela. O que a torna sua responsabilidade. — Damian escutava seu pai atentamente. Como se fosse a coisa mais importante que ja houvesse sido lhe direcionado. — Filho, preciso que cuide dela. E que esteja ao lado dela.

— Vou estar. — Se quer pareceu desconfortável ao dizer isso. Apesar de implicar com Melantha, o garoto não possuía nenhum real motivo para tal atitude.

— Melantha. — Bruce lhe chamou. Em um pulo, por medo de ter sido pega bisbilhotando a conversa alheia, Melantha se aproximou.

— Sim?

— Quero que saiba que pode confiar em mim e em meus filhos. Lhe garanto que estará segura em São Franciso. — Ele me olha. — Mas espero que ao entender sua missão, você cumpra seu destino.

O que Bruce tanto queria dizer sobre destino e missão? Que droga, não era só pra eu aprender a usar essa bizarrice dentro de mim?

Mesmo confusa, apenas concordei com a cabeça. Damian se despediu de seu pai e entrou no jatinho, fiz o mesmo rapidamente.

Já dentro da aeronave, o garoto sentado em seu devido acento, desfrutava de todo o luxo que o jatinho possuía. Bebendo algum drink chique enquanto verificava seu celular.

Me apressei em sentar na poltrona reservada a mim, que para a minha infelicidade, ficava justamente ao seu lado. Ficávamos separados apenas pelo corredor.

O piloto anunciou a partida do voo e por ser minha primeira vez tendo essa experiência, me deixou nervosa. O que, obviamente, Damian não deixou passar despercebido.

— Nervosa, alienzinha? — Perguntou abrindo um sorriso ladino.

— Não me enche, garoto. E vê se se para de me chamar assim!

Em meio a uma pequena turbulência inesperada, o jato se mexeu me causando um pequeno susto.

— Essa é sua careta de assutada?! — Damian riu.

— Eu espero que seus irmãos não sejam iguais a você. — Me virei pra janela – Que estava fechada – me concentrando em relaxar. Enquanto isso Damian ria da minha cara.

Não é possível que alguém seja tão idiota assim.





Não é possível que alguém seja tão idiota assim

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— Oi meus amores! Como estão?

— No momento eu estou na praia aproveitando minhas férias. Por esse motivo, não to escrevendo tanto assim.

— Sem contar que também prezo muito por uma escrita boa, gosto de dar o meu máximo nas minhas escritas para vocês.

— Enfim, me contem o que acharam do capítulo de hoje! E até breve.

𝐃𝐑𝐀𝐊𝐎𝐑𝐈𝐀 𝐋𝐄𝐆𝐀𝐂𝐘 - 𝒟𝒶𝓂𝒾𝒶𝓃 𝒲𝒶𝓎𝓃𝑒Where stories live. Discover now