𝟎𝟎𝟐.

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A MANSÃO DE BRUCE era enorme. A caverna horrenda que há em baixo disso tudo, chega a ser desrespeitosa com o luxo daqui de cima. Me sinto envergonhada ao andar por aqui com essas roupas.

Perdi as contas de quantas vezes fiquei impressionada com algo desde que sai do elevador. Sim, há um elevador secreto que os leva para a caverna. Mas, de acordo com Alfred, é segredo e não devo revelar a ninguém.

O senhor de terno continua me guiando pelos corredores enormes — que dão a impressão de não acabar nunca. Há quadros de artes famosas nas paredes, todos emoldurados em ouro, lembro-me do Castelo Real de Drakória — onde só haviam as mais belas artes do reino, era quase como um museu, meu refugio após os treinos da guarda.

Após virar a direita, pude ter a visão de uma enorme escada que, aparentemente, levava ao salão, a entrada da mansão.

E o corredor que parecia não acabar nunca, acabou em uma porta escura de madeira. O escritório.

Alfred bate duas vezes e abre a porta ao receber permissão, entro logo atrás. Bruce está em sua poltrona, atrás de sua mesa, com as mão cruzadas em cima dela. Ele não vestia mais sua roupa de academia, sua vestimenta era séria, perfeita para se negociar algo com alguém. — O que este cara quer comigo?

Sinto a presença de mais alguém na sala, sem ser Alfred que acabará de sair, mas não me importo de procurar. Afinal, acho que posso dizer certeiramente quem é.

— Muito bem. — Inicia coçando a garganta. — Melantha, você conhece a profecia de Onerk?

— Me pergunto como você conhece.

— Estudei sobre você. Não foi fácil conseguir arquivos sobre alguém de outro planeta, principalmente de um que.. — Bruce se cala ao perceber o que estava prestes a dizer. — Enfim. Sei da sua história, e sei da sua capacidade. Você foi treinada desde os sete anos por Krustos, o maior guerreiro de seu planeta, e um velho colega de missão.

— Conhece Krustos? — Perguntei levemente espantada.

— Conheço muitas pessoas de Drakória. — O que ele quis dizer com isso? — Por hora, o que tenho para lhe pedir é algo muito importante, faz parte do seu destino, apesar de que não deve ser eu a lhe explicar sobre isso.

— Em São Francisco, meus filhos Jason e Dick, esperam por você. Meu filho mais novo, Damian, que você conheceu mais cedo, irá te acompanhar até lá. — O que?!

— Espera! Você esta brincando, certo? — Ele franze a testa. — Estou aqui há um dia e..

— Quatro! Na verdade — Damian, que estava "escondido" pelo escritório, se manifesta pela primeira vez.

— O que!? — Me assusto com o tempo passado. — Não importa! E eu não falei com você. — O garoto me fita com raiva.

— Eu mal conheço vocês! Minha vida está um caos completo, e você pretende me mandar para "São sei lá o que" com esse garoto mimadinho?! Definitivamente não! — Damian avança um passo, pronto para retrucar, mas Bruce o interrompe.

— Sei que é difícil, Melantha.. Mas lhe garanto, você terá benefícios também.

— Não, você não sabe de nada! Não sabe o que é perder, literalmente, tudo! — Sinto algo diferente em mim, o ferver do sangue nas veias, meu coração bate mais rápido e o calor me invade. Minha raiva era tanta que eu poderia.. — Você não me conhece, não sabe nada sobre mim!

— Melantha, se acalme! — Bruce diz enquanto se levanta da poltrona, sua face assustada e impressionada.

De repente, Damian surge ao lado de seu pai. Minha raiva crescia e meu peito parecia querer explodir. Apertei minhas mãos, cerrando os punhos, querendo me controlar. Levantei a cabeça e pude ver meu reflexo nos vidros das janelas. Meus olhos brilhavam, em verde vivo, e as veias do meu rosto pareciam brilhar junto.

Enquanto encarava meu reflexo aterrorizada, Damian fora mais rápido ao pegar um copo com água da mesa de seu pai e jogar em meu rosto logo em seguida. O novo susto me trouxe de volta a realidade, fez minha raiva cessar e meu rosto voltar ao normal. Mas em poucos segundos eu já estava pronta para gritar com o garoto.

— Qual o seu problema?! — Gritei.

— Primeiro me diz qual é o seu

— Chega! — Bruce interviu, nos deixando quietos. — Você está bem, Melantha? — Acenti com a cabeça, a adrenalina ainda correndo em mim.

— Este é um dos motivos para você ir. Seus poderes ficaram adormecidos por muito tempo, é hora de você aprender a usá-los ou então vai se descontrolar mais vezes.

Ele tem razão, e eu odeio isso. Mas a ideia de aprender mais sobre isso e o medo de acontecer novamente me obrigam a aceitar sua proposta.

— Quando partimos? — Pergunto em um suspiro.

— Amanhã, as cinco da manhã. 

— Está bem. —  Faço menção de sair, mas Bruce continua. 

— Em seu quarto há uma mala com roupas novas e alguns produtos que você irá precisar. Minha filha, Stephanie, foi quem comprou tudo. Espero que lhe agrade.

— Obrigada. — O mais velho acente.

— Damian, leve-a até o quarto. — Com um suspiro de raiva, Damian passa por mim em direção a porta e sai pela mesma.

Me despeço de Bruce com um olhar e saio da sala também.

Minha mente está a um milhão por hora. Eu tenho poderes? Como? Apenas a realeza Drakóriana possui poderes. Bruce me deixou confusa ao extremo com suas palavras, o que há com a profecia do rei Onerk? A cada segundo uma nova pergunta se forma em minha mente, e eu ja não aguento mais isso.

Estava tão distraída que acabei esbarrando em Damian quando o mesmo cessou seus passos.

— Este é seu quarto. — Indicou a porta em nossa frente. — Esteja pronta até as quatro e trinta de amanhã. — Disse me olhando de cima a baixo. — E eu quero essa minha camisa de volta. — E saiu. Me deixando em choque. Essa camisa é dele?!













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— O que acharam do capitulo de hoje?

—  Sinto muito pela demora, estava com bloqueio e queria escrever algo bom. Se consegui não sei, mas 'ta ai!

— Edits no tiktok :: veesmic 


beijos e até a próxima! 

vee. 

𝐃𝐑𝐀𝐊𝐎𝐑𝐈𝐀 𝐋𝐄𝐆𝐀𝐂𝐘 - 𝒟𝒶𝓂𝒾𝒶𝓃 𝒲𝒶𝓎𝓃𝑒Where stories live. Discover now