8: extremos pt.3

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Seungmin não teve tempo e nem capacidade de reagir. Sentiu a mão esquerda de Hyunjin segurar com força sua bochecha enquanto o braço direito rodeou sua cintura, trazendo seus corpos para mais perto do que já estavam. Seus peitorais se encostando, rostos vermelhos e inchados, respirações desreguladas e mãos trêmulas. Um beijo desajeitado, mas cheio de necessidade, foi o que Hyunjin começou.

No começo, o choque não permitiu Seungmin corresponder, mas isso não foi suficiente para separarem suas bocas. Hyunjin soltou o rosto de Seungmin e arrastou a mão direita até sua nuca, mostrando o quanto estava necessitando daquele beijo. A boca entreaberta dele foi a ponte necessária para que decidisse introduzir a língua, sentindo levemente o gosto salgado das lágrimas dos dois que haviam escorrido pelos rostos há menos de dez segundos. Só então que Seungmin permitiu-se de verdade sentir.

Enlaçou seus braços ao redor do pescoço dele e correspondeu. Sentia suas línguas se tocarem e o frio que fazia ali fora já não importava. Seus corpos estavam quentes. As bocas se encaixando da maneira perfeita como se fossem feitas uma para a outra, a textura áspera de suas línguas fazendo os movimentos necessários para o beijo se tornar ainda mais necessitado, e então, Seungmin chorou. Mais que já estava chorando, seus olhos transbordaram todas as lágrimas que nunca se permitiram sair, mas não parou o beijo. O gosto salgado do choro misturado com o gosto da refeição... Não era tão bom, mas os dois não queriam saber. Precisavam se beijar, sabiam disso, e foi por esse motivo que Hyunjin também chorou.

Quando os dois precisaram se separar por conta da falta de ar, ele acariciou os cabelos de Seungmin sem força e apoiou seus olhos no ombro direito dele. O abraçou com toda a força que tinha restando - que, na verdade, não era muita - e começou a soluçar. Não sabia que conseguia chorar por mais meia hora seguida no ombro dele. Seus sentimentos reprimidos por tanto tempo foram revelados. Todos eles. Desde os mais sombrios até os mais românticos. Toda a confusão, tristeza, vontade, todo o medo, o amor, todo o pavor... Tudo foi colocado pra fora.

Seungmin tentou ficar em silêncio. A verdade era que não sabia o que dizer, mas acabou chorando tudo que precisava também. Abraçou Hyunjin de volta e não se preocupou com o tempo que ficaram ali.

Apenas precisavam muito chorar e depois ficar em silêncio, então foi o a que fizeram até que o relógio decidiu bater 05:00 da manhã.

Hora de ver Jeongin.

O abraço teve que se desfazer, eles então se entreolharam com olhos cansados.

Hyunjin foi o primeiro a quebrar o silêncio:

— Eu te amo, Seungmin. Me desculpa. Estou apaixonado por você há mais de um ano. Estou confuso e assustado — ele disse, ofegante.

Seungmin fungou. Ele secou as últimas lágrimas de seu corpo com as costas da mão antes de responder.

— Eu pensei que... Que estivesse apaixonado por Jeongin. — Sua voz saiu cabisbaixa.

— Eu estou. Eu... Me perdoa, Seungmin. Estou tão confuso, não sei o que sinto. Mas eu... eu... — Hyunjin sentiu um nó na garganta. — Eu não sei, isso é normal? Eu quero beijar você, quero amar você, quero me casar com você e quero fazer amor com você, mas... Mas eu também quero isso com o Jeongin.

Hyunjin só não voltou a chorar porque não tinha mais água no corpo.

— Você nem gaguejou. — Seungmin reparou. — Eu não sei se é normal, mas... b-bom... meio que me sinto assim também.

Os dois começaram a sentir os corações baterem cada vez mais rápido. Era o mesmo sentimento. Os dois eram iguais, no fim das contas.

Respiraram fundo juntos uma, duas, três vezes.

— Então... nós nos amamos?

— Eu acho que nós nos amamos.

— E estamos apaixonados pelo Jeongin.

— ... E estamos apaixonados pelo Jeongin.

O garoto na ponte. | 3inWhere stories live. Discover now