5: Torre Eiffel

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— Jeongin? Esse é seu nome? É bonito! — Hyunjin sorriu com a boca cheia.

— Me impressiono que demorou duas semanas pra você nos contar seu nome enquanto você sabia os nossos desde o começo — Seungmin riu e apreciou a vista do pôr do sol.

Jeongin assentiu com a cabeça, e, pela primeira vez, Seungmin pôde jurar que viu um sorriso brotar de sua face sempre neutra e sem emoção.

Sentiu seu estômago revirar quando parou para observar os dois ao mesmo tempo. Como podia existir duas pessoas tão lindas quanto aqueles garotos? Ele não conseguia compreender. Parecia louco pensar nisso, porque ele sabia que era gay, mas será que era normal sentir-se daquele jeito com os dois? Seungmin possuia outros amigos homens, mas, com nenhum deles se sentiu igual à como ficava quando estava junto com Hyunjin e Jeongin, e isso era louco, porque não conseguia imaginar como seria sua vida se gostasse de duas pessoas ao mesmo tempo.

Imerso em seus próprios pensamentos, não conseguiu perceber quando, por cerca de um minuto, foi chamado e cutucado sem parar por Hyunjin e Jeongin. Ele balançou a cabeça levemente e esfregou os olhos, olhando para eles.

— Alôu? Você tá me escutando, Seungmin? — Hyunjin cruzou os braços e fingiu uma cara de bravo.

Seungmin forçou um fraco sorriso e uma risada baixa, negando com a cabeça à pergunta.

— Ugh! Que chatisse! Eu perguntei se você topa ir na Torre Eiffel comigo e com o Jeongin, dããh.

— Ah, sim, claro que sim. Vamos! — Ele desceu da ponte e foi até sua bicicleta. — Você pode ir comigo, Jeongin.

Ele torceu os lábios e balançou a cabeça a fim de afastar qualquer pensamento que viesse, mas o caminho até a praça da torre foi bem mais tranquilo que imaginou, já que foi se distraindo enquanto pedalava e focava em não matar Hyunjin atropelado de propósito.

Quando eles chegaram, colocaram as bicicletas próximas uma a outra e sentaram-se na grama. Estava anoitecendo, o sol já quase não podia ser visto, e Seungmin estranhou Jeongin não dar nenhum sinal que iria voltar para casa. Preferiu não perguntar, afinal não sabia se tinham intimidade suficiente para esse tipo de questão. Um dia, talvez, ele tivesse coragem.

Jeongin tirou o caderno do grande bolso de seu moletom e mordeu a ponta do lápis. Ele folheou o objeto algumas vezes e olhava em volta sem parar, mas nada parecia vir à sua mente.

— Desenha o bonitão aqui — Hyunjin fez pose.

Seungmin quase sentiu vontade de rir, mas foi distraído ao ouvir um barulho de miado por perto. Quando olhou para a direção do barulho, não conseguiu evitar ficar surpreso, afinal, não é sempre que se é seguido por um gato preto e muito menos o mesmo gato da qual ele alimentava todos os dias. Seungmin cutucou Hyunjin e apontou.

— Ei, olha, ele é o gato que a gente dá comida! Ele nos seguiu até aqui, caramba! — comentou, procurando algum resquício de comida em sua bolsa. — Uhm... Será que gatos comem bolacha recheada?

— Gatos comem até ratos, uma bolacha não vai fazer mal... Eu espero — Seungmin respondeu, e quando foi buscar aprovação de Jeongin, sentiu arrepios pelo corpo todo.

Oh, senhor, como aquele garoto era lindo. Suas sobrancelhas erguidas, boca aberta em um sorriso genuíno e os olhos quase fechados enquanto admirava o gatinho preto. Ele foi engatinhando lentamente até o felino, que não estava há mais de dez metros de distância, mas se encontrava encolhido encarando os três.

— Jeongin — Hyunjin sussurrou —, aqui — ofereceu a bolacha, e não conseguiu esconder a felicidade ao ver o rosto do garoto tão entretido em chamar o pequeno animal para si.

O garoto na ponte. | 3inजहाँ कहानियाँ रहती हैं। अभी खोजें