14-Lutas internas

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P.O.V Tom

Ao chegar em casa, dei de cara com Gustav e Georg na sala de casa.

-Eu não quero conversar.-falo passando direto por eles e indo para o meu quarto.

-Nao precisa falar, só viemos passar o tempo com você até você ir.-ouço Gustav falando e devia ter imaginado que eles viriam atrás de mim.

Entro no meu quarto e deixo a porta aberta para eles entrarem também, eles não têm culpa do meu desastre amoroso e do meu amor estar doente e eu não poder fazer nada.

Me sento na cama enquanto Georg fecha a porta.

-Olha, conhecemos ele também e também estamos preocupados. A gente sabe que você está muito apreensivo e com medo, também estamos. Também amamos ele.-Gustav fala de maneira calma.

-Podemos falar sobre o que você quiser pra se distrair ou sei lá.-Georg completa.

-Eu não sei exatamente do que falar e...

-Entao podemos ficar sem falar nada. Podemos jogar algum vídeo game.-Gustav me corta.

Acabo concordando com ele e saímos do quarto, descendo para a sala.

-Cara, vc quebrou o nariz do Bobby.-Georg comenta rindo enquanto sentamos no sofá.

-E eu não sinto remorso nenhum. Iria fazer mais que isso se o diretor não tivesse chegado.

Gustav liga o vídeo game e se senta no tapete.

-Ele não vai querer falar do Bill tão cedo.-Georg ri.

-Sinto falta dele.-Gustav fala, acho que sem querer.

Georg me olha apreensivo.

-Eu também sinto muito a falta dele.-comento sentindo meus olhos arderem.

-Ok, chega de falar. Só joguem.-Georg toma as rédeas.

Passamos a tarde jogando e sem muita conversa porque eu realmente não queria falar do Bill e sei que qualquer assunto iria parar nele.

A real é que a todo momento eu esperava que ele fosse entrar pela porta bem e alegre como sempre, mesmo sabendo que isso não é possível.

-Tom, sua mala está pronta?-papai pergunta, descendo as escadas.

-Ainda não, pai.-respondo

-Entao vá arrumar, saímos em meia hora.-ele torna a subir as escadas.

-A gente vai arrumar com você.-Gustav se levanta e desliga o vídeo game.

***×***

P.O.V Narradora

Suas mãos tremiam e suavam, sua cabeça parecia que ia explodir e seu coração... Bom seu coração estava quase saindo pela boca.

Ao seu redor ele via pessoas passando para lá e para cá, com rapidez.

Alguns médicos passavam perto dele e a única coisa que pensava era que horas iam o deixar entrar e ver seu irmão.

A viagem foi tranquila porque seu pai simplesmente deu um calmante para ele dormir durante todo o vôo.

Ele olha para um relógio que está acima de uma porta, nele marcam exatas: 10:00h.

Já não aguentava mais ficar sentado esperando, se fosse maior de idade já teria entrado junto de seu pai.

-Vamos, querido.-ouve a voz de sua mãe e a olha.

Ela tem um semblante cansado mas continua com um sorriso amigável em seu rosto.

Tom assente e segue com sua mãe pelos corredores.

A cada passo à frente, é como se o mundo desmoronasse atrás de si.

Seus ombros estão para cima e rígidos, está muito apreensivo e não sabe o que vai ver lá dentro só sabe que quer ver.

O nó que se formou em sua garganta parece ser uma pedra que dificulta até mesmo sua respiração. Seu coração palpitava tão rápido quanto as asas de um beija flor.

-Querido, ele precisa que você seja bastante forte.-sua mãe aperta em seu ombro e ele assente.

Ela abre uma porta e adentra, chamando ele com a mão.

Ele respira fundo e entra de uma vez no quarto.

Seus olhos buscam rapidamente o rosto familiar de seu irmão, ansiando ver algum sinal de melhora.

Bill está ligado a vários aparelhos ao redor de si.

Ele sente suas pernas faltarem, mas ele respira fundo algumas vezes e consegue chegar perto de seu irmão.

Seu coração está mais calmo e suas mãos ainda tremiam um pouco.

O outro está acordado e rapidamente olha para ele com um meio sorriso.

-Eu ainda estou vivo.-Bill fala com a voz fraca.

-E vai viver muitos e muitos anos.-Tom afirma mais para si mesmo do que para o outro.

Ele aproxima seu corpo do irmão e dá um rápido beijo em sua testa.

-Precisamos conversar.-Bill fala baixinho e Tom o olha apreensivo.

-Hora do remédio.-sua mãe corta a troca de olhares deles.

Bill sorri para sua mãe e Tom ajeita sua postura, ficando reto.

-Querido, pode ficar um minuto com seu irmão enquanto eu vou ali pegar alguma coisa pra ele comer?-sua mãe pergunta de forma gentil e por alguns segundos seu coração parece ter parado.

Ele não sabe sobre o que Bill quer conversar e talvez não queira saber agora, mas não pode desobedecer a ordem de sua mãe.

-Claro, mãe.-Tom responde e logo ela sai do quarto.

-Entao...-Bill fala assim que a porta é fechada.

-Olha, eu realmente não sei se quero ouvir o que você tem pra dizer.-Tom engole em seco e olha para o chão, evitando qualquer contato visual.

-Estao com suspeita de Lupus.-Bill fala de uma vez e ganha total atenção de seu irmão.

-O que?-Tom indaga, incrédulo.

-Sim, com todos os sintomas que eu tenho não esperava que fosse uma gripe.-Bill ri fraco.

O sinal claro de tentativa de piada se transformou em uma pequena crise de tosse que quase mata o seu irmão.

-Bill, pelo amor de Deus, isso é muito sério.-Tom ajeita o travesseiro atrás dele para que respire melhor.

-Nao é um bicho de sete cabeças, Tom. Pelo menos agora tenho outra coisa pra pensar ao invés de... Você sabe.-ele gesticula com as mãos.

-Sim, eu sei. Não precisa lembrar que eu sou apaixonado por você, inferno.-Tom joga as palavras e logo se arrepende.-Desculpe, eu não queria falar assim.

-Tudo bem. O amor é complicado mesmo.-Bill pega na mão do outro e sorri para ele.

Como pode estar tão bem assim?!

Bom, as lutas internas do pequeno Billy estão bem longe de acabar mas também não são tão recentes assim...

The color of hellOnde as histórias ganham vida. Descobre agora