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POV AMÉLIA

“Nixnut era um jovem bruxo poderoso que era conhecido por sua vasta sabedoria e pelos seus brilhantes olhos azuis como o céu. Ele vivia recluso em sua cabana, nunca saía pois estava obcecado em descobrir um meio para conseguir a imortalidade. Um dia, em uma de suas inúmeras experiências, ele finalmente criou uma pedra que o faria viver para sempre. Mas a Morte - que era muito egoísta - , ao ficar sabendo que nunca teria a sua alma e o seu corpo, decidiu se vingar. Quando ela apareceu para o jovem bruxo, fingiu o parabenizar por ser tão sábio, contudo disse que teria de levar a pedra, pois só ela poderia ser indestrutível. Depois de conversarem por longos minutos, ela disse que não levaria a pedra... se ele conseguisse passar por um desafio. Nixnut prontamente aceitou a oferta e perguntou o que teria de fazer, a Morte então, fez morrer uma pequena árvore do quintal do jovem, deixando-a com um aspecto de madeira queimada. Disse que se fizesse a árvore crescer novamente, ela o deixaria ser imortal. O bruxo tentou vários feitiços e poções para fazer a árvore voltar à vida, mas nada dava certo. Depois de refletir bastante sobre o desafio, resolveu tomar uma outra outra perspectiva... ao invés de fazê-la voltar à vida, ele fez literalmente o que as palavras diziam: fazê-la crescer novamente. E com um feitiço simples, os galhos esticaram rapidamente, tornando-se com mais de seis metros de altura. A Morte, embora satisfeita por seu plano ter dado certo, fingiu estar furiosa pela trapaça e disse que teria consequências por tal ato. Ela deixou ele ficar com a pedra, como prometido por ter passado pelo desafio, mas com sua foice tenebrosa, cortou-o ao meio de forma vertical. Cada metade ficou com um olho apenas, antes de crescer uma outra metade com um olho diferente. Agora ambas as metades estavam completas, ambas eram pessoas diferentes... contudo, ambas tinham um olho azul e outro escuro como a noite. As duas pessoas olharam-se com amor e receio, e logo questionaram a Morte. Então ela disse que por ter sido enganada, ela os condenava à eterna procura um do outro, e que se não se encontrassem, eles nunca chegariam a se sentir totalmente felizes e completos novamente. Antes que pudessem se abraçar e fazer juras, a criatura encapuzada desapareceu, levando consigo a outra pessoa, e deixando Nix desesperado... à procura de sua metade, Nut.”

Ele terminou e eu fiquei em silêncio, no começo eu achei a história legal e depois eu achei bem genérica e tive que me segurar pra não rir do final, alguns podem até achar uma história fofa mas eu só consigo pensar no cara sendo cortado ao meio. - Eca!

Grindelwald: — É só mais uma história falsa para ensinar que não se pode enganar a morte. — Disse quebrando o silêncio

— As pessoas precisam colocar amor em tudo, não é? — Dei uma pequena risada

Nunca me iludi com a ideia de que o amor resolveria todos os problemas ou que seria capaz de curar qualquer coisa. E até certo ponto, isso me ajudou a manter os pés no chão e não me perder em sonhos impossíveis sobre amor.

Sinceramente, posso dizer que quem acredita que o amor é a chave para todos os problemas é no mínimo ingênuo, ou até mesmo um pouco louco. Por mais que o amor seja uma coisa incrível, ele também pode ser devastador e até mesmo nos matar. Entender isso e não levar o amor a sério a ponto de ele se tornar nossa única razão de viver é um equilíbrio importante em nossas vidas.

Grindelwald: — O amor é extremamente superestimado. As pessoas tendem a colocar esse sentimento em tudo e isso é um erro, o amor só deve ser direcionado para o que realmente tem valor. O amor sem sabedoria é apenas tolinho e pateticamente cego.

Ele diz isso em tom meio irritado, e parece um pouco estranho, como se nunca tivesse tido uma experiência positiva com amor. Sorrio com os pensamentos de como até mesmo um vilão pode ter sentimentos por alguém. - É uma coisa engraçada de se pensar.

— Essas histórias de amor podem ser muito significativas na vida das pessoas…Sabe, lembrar de que ainda há beleza e alegria no mundo, mesmo em circunstâncias difíceis.

Não acredito mas também não vou julgar né.

Grindelwald: — Realmente acredita nisso? — Ele se inclina em minha direção

Ele está tão bonito, sentado na minha frente com os braços descansando nos joelhos e com olhos fixos a mim, é uma bela visão.

Não sei explicar mas toda vez que estou com o loiro eu me sinto nervosa, ele é Grindelwald muitas pessoas devem ficar nervosas ao seu lado, mas eu não deveria me sentir assim. - Eu sou uma Merlin, eu que deveria intimidar as pessoas.

Mas mesmo assim, sei que tudo isso não é nada além de uma tentativa de manipulação sentimental. Ele tenta me convencer de que podemos ser amigos, de que posso confiar nele e conversar sobre essas coisas mas eu sei que tudo é falso.

Não sou ingênua, sei que os charmes dele são apenas um meio para conseguir o que quer. Ele pode até parecer gentil e bonito, mas não cairei nessa.

Mas não custa nada admirar.

— O amor é uma emoção que causa fraqueza e quebra em uma pessoa, e por isso tem pouco valor na minha mente…

—...Só serve para ser usado como um recurso para manipulação.

Ele acaba minha linha de pensamento antes mesmo que eu tenha a chance de falar, como se tivesse lido meus pensamentos. E se isso aconteceu mesmo, então ele sabe que eu estava o admirando - Droga!

Me levanto e roo as unhas enquanto penso - Ele está no meu sonho, acho que é por isso que pode ouvir meus pensamentos.

Eu tento não mostrar nervosismo, sabendo que nervosismo é uma fraqueza e pode ser usada contra mim.

— Ouviu falar de Dumbledore por aí? — Pergunto com uma voz calma e relaxada, tentando mudar o assunto.

Grindelwald: — Sei de tudo que acontece em Hogwarts, se o velho Dumbledore está sumido é porque sabe que tem que se esconder.

— Sempre tão bem informado — reviro os olhos — Mas porquê você tem tanta raiva dele?

Ele vem até mim, e fica na minha frente.

Grindelwald: — Porque ele se opõe a mim e a tudo que defendo. Estou acima de tudo que ele representa e o odeio por não admitir que tenho razão.

— Não acho que as ideologias de Dumbledore estejam tão erradas assim. Ele tem algumas ideias interessantes e acho que deveríamos dar mais chance a ele.

Grindelwald: — E você se engana. O que ele prega é só um monte de baboseiras que os trouxas caem. Não existe motivo…

— Não me venha com outras palestras, estou cansada já.

Falei calmamente, mas ainda assim, é nítido a raiva que sinto no meu tom. Tá, eu não gosto dele, mas será que dá pra ter uma conversa normal sem ele acabar falando de supremacia de sangue?

Grindelwald: — Odeio quando você me interrompe.

— E é por isso que eu faço, porque você está sempre tentando ser superior a todos os outros. Você não é o centro do mundo, como pensa ser.

Me virei de costas para ele e pisquei freneticamente para tentar acordar. Eu não deveria, mas depois de ter dito isso, me senti tão mais aliviada. Afinal ele precisa de alguém para tirá-lo deste pedestal.

Grindelwald: — Quando estiver preparada para uma conversa séria, eu posso te explicar meus pontos e refutar todos os seus argumentos. Até então, apenas desconfie de tudo o que os trouxas falam e não seja uma idiota.

Como é? Quem ele pensa que é?...

Mas antes que eu pudesse responder, já não estava mas neste sonho.

...



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⏰ Last updated: Jan 24 ⏰

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Impenetrável - Gellert Grindelwald Where stories live. Discover now