2 Capítulo

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Buenos Aires, Argentina

Eu já havia esquecido como Buenos Aires podia ser quente

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Eu já havia esquecido como Buenos Aires podia ser quente. Acostumada com o frio da Europa, aquele clima para mim agora era estranho, pensei tirando o terninho que usava naquela manhã. Caminhei entre as pessoas que andavam de um lado para o outro, grudadas aos seus aparelhos celulares ou em conversas entretidas. Ajeitei meus cabelos, colocando meus óculos escuros, enquanto me dirigia até a saída do aeroporto de Buenos Aires. Do lado de fora, vi a Mercedes preta à minha espera.

— Bom Dia, Sra Zenere! — O motorista falou de forma educada.

— Bom Dia, Alfred. — Falei entrando no carro.

Entrei no carro que estava com uma ótima temperatura graças ao ar-condicionado milagroso.

— Por Deus! Quando Buenos Aires ficou tão quente? — Resmunguei largando meus pertences sobre o banco.

— Sempre senhora, o clima aqui sempre foi quente — ouvi Alfred dizer em meio a um riso baixo. — Desculpe perguntar, mas como está seu pai?

— Tem razão, eu que já estou esquecida daqui — falei calmamente enquanto me acomodava no banco do carro. — Ele esta bem, esta em Madri. com a minha família.

— Isso é ótimo, gosto muito do Sr. Zenere! Para onde devo levá-la? — Ele perguntou olhando pelo pequeno espelho.

— Ao meu novo apartamento, Alfred, siga caminho por essa rua, que eu lhe darei as coordenadas.

O senhor assentiu, saindo daquele lugar.

Olhando pela janela do carro as ruas de Buenos Aires, eu podia recordar dos meus tempos vividos ali, e que belos tempos eu diria. Conhecia aquela cidade como a palma de minha mão. Afinal eu nunca fui apenas essa Valentina que só pensava em trabalho. Eu já tinha aproveitado um pouco da vida. Um pouco não, muito. Meus pensamentos vagaram por lembranças de todas as coisas que aprontei, mas aquilo agora havia ficado no passado. A Valentina imatura e irresponsável não jazia mais aqui.

— Vire à esquerda no próximo quarteirão — Falei para o senhor que obedecia minhas coordenadas perfeitamente bem.

Finalmente chegamos ao prédio onde agora eu iria morar. Alfred rapidamente saiu do carro caminhando em passos largos até a minha porta, onde em um gesto a abriu.

— Obrigada — eu falei com um sorriso.

Alfred era meu motorista desde quando era mais nova e morava com meus pais. Ele era um senhor de idade muito prestativo por sinal. Sempre estava disposto a trabalhar, não importa quando fosse.

Caminhei para dentro do saguão do prédio, onde rapidamente os funcionários se colocaram em seus devidos lugares. Era cômico como eles se portavam em minha presença, as pessoas geralmente se acuavam comigo. Talvez seja o jeito rude e arrogante que eles imaginavam que eu teria, e eu não fazia questão de desmanchar essa imagem. Hoje para ser respeitada, as pessoas tinham que temer sua presença.

The Stripper // ValentiniWhere stories live. Discover now