Capitulo 1

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                              Ava Volkers                         Cannes - França

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                              Ava Volkers
                         Cannes - França

Odeio ter que acordar com o barulho frenético do despertador, embora eu quase não tenha dormido essa madrugada, ou talvez todas. Depois de incontáveis reviradas na cama o dia finalmente havia começado.

Levanto - me, ainda posso sentir os olhos pesados, meu corpo tem um leve espasmo ao meu pé tocar o chão gelado. Essa foi uma noite fria.

Me direciono ao banheiro, atiro água no meu rosto, levo meus olhos até meu reflexo no espelho. Não me surpreendo ao ver as olheiras mais profundas e aparentes. Solto um suspiro enquanto as cubro com algumas camadas de corretivo. Na falsa ilusão de me parecer saudável. Escovo os dentes, penteio o cabelo, logo vou em direção ao guarda roupa e pego meu uniforme que se consiste em uma camisa branca, saia plisada escura, meia calça, e o blazer da mesma cor.

Logo desço para a cozinha do residencial, pego biscoitos no armário e vou em direção à biblioteca, hoje as minhas primeiras aulas estão vagas. Sempre que passo pelas portas da biblioteca fico impressionada com todos os detalhes. Decido me sentar no fundo perto das janelas, quando no meio do meu percurso escuto vozes e resolvo dar uma espiada.

Logo as vozes se cessam e por um momento achei que teriam notado a minha presença e meu coração acelerou, e então posso ver a silhueta de um garoto alto, de costas, cabelos pretos um físico definido, e na sua frente uma garota prensada contra a estante de livros, ela parecia estar com raiva, e então percebo que estavam discutindo. Eu não consigo ouvir a conversa, mas posso ver que ela está alterada. E é quando vejo a garota pegar livros e jogar contra o garoto, que tenho vontade de rir.

— SEU CANALHA — ela grita para ele.

— VOCÊ ACHA QUE PODE ME TRATAR ASSIM SÓ POR— ele a interrompe e
quando ele diz algo ela parece pensar, abaixa a cabeça por alguns segundos, parecendo envergonha e sai correndo enquanto as lágrimas descem sem controle.

Quando o garoto se vira posso ver que ele olha para a minha direção, então me abaixo com a cara no chão, conto os segundos até que posso escutar os passos se aproximarem. Respiro com dificuldade e a adrenalina me deixa em êxtase por 5 segundos.

— Perdeu alguma coisa aqui querida? — a mesma voz que ouvi a segundos atrás me tiram do transe e agora se direciona a mim.

Puta que pariu.

Assim que desgrudo meu rosto do chão e olho pra cima me deparo com aqueles olhos pretos puxados me fitando, que tanto me intrigam, era ele, Kai Hanpeki. Eu o encaro por um momento, completamente presa naquele olhar e sem acreditar que ele havia me notado.

Oque ele tem de filho da puta, com certeza tem de bonito também.

Fico parada o admirando ele parecia ainda mais atraente de perto, essa foi definitivamente a maior vergonha da minha vida inteira, estou praticamente de boca no chão, enquanto o garoto mais lindo que já vi em toda a minha vida, está na minha frente me encarando com curiosidade e diversão.

— Eu perguntei — o garoto recomeça, se abaixando e colocando um joelho para poder ficar mais perto do meu rosto. — Perdeu alguma coisa, minha querida?

Engulo em seco e desvio o olhar, fingindo apalpar o chão e olhar em baixo das estantes, fingindo procurar algo.

— Perdi meu anel estou tentando procurar. — apalpo ainda mais embaixo das estantes, tentando passar confiança. - Será que você não o viu caído por aí?

Ele solta uma risada cínica e arqueia as sobrancelhas, nitidamente não convencido. Ele rapidamente me analisa rapidamente observa meu rosto, meu corpo, o chão e as minhas mãos.

— Me diga — ele me provoca e me lança um olhar entediado — Você está deitada nesta mesma posição a 5 minutos e não achou o seu maldito anel?

Respiro fundo, não acredito que ele sabia esse tempo todo que eu estava ali.

Me levanto rapidamente e recomposta, sem nem querer olhar em seu rosto e olhos extremamente hipnotizantes.

Estou saindo do local, quando, ele me puxa pelo pulso, fazendo com que meu corpo colida com o seu de propósito.

Solto um pequeno gemido de frustração e me afasto, mas o garoto apenas se aproxima cada vez mais de mim. Na tentativa de me afastar acabo sendo prensada contra a estante de livros, ele apoia um braço ao lado a minha cabeça e o outro em torno na minha cintura me prendendo.

— Vai fugir depois de escutar uma conversa íntima, sem nem me pedir desculpas? — ele me provoca novamente, não se importando em esconder sua diversão. — Cadê a sua educação querida?

Uma risada escapa da minha boca, não consigo acreditar nisso.

— Educação? Minha educação está muito bem, eu só não devo ela a com alguém como você.

— Quem você pensa que é coisinha enxerida? Alguém precisa te ensinar as boas maneiras. — ele não parece irritado ao contrário parece estar se divertindo.

Sinto que vou desmaiar preciso sair daqui.

— Desculpa ter ouvido sua conversa pessoal. Agora se não se importa, eu preciso ir. —minto, essa seria a minha deixa.

O garoto percebe e afrouxa seu corpo. Praticamente voo enquanto saio apressadamente do meio das estantes repletas de livros e o garoto problema. Começo a andar o mais rápido possível e quanto mais me distancio sinto seu olhar queimar minhas costas. Não arrisco olhar para trás, com medo que ele possa vir atrás de mim.

Kai Hanpeki havia falado comigo? Ele havia me notado novamente?!

Totalmente atordoada pelos últimos acontecimentos esbarro com Ally minha melhor amiga, ela me encara confusa e eu a puxo para o refeitório, quando adentramos a porta do refeitório, ele já estava bem cheio, fomos em direção a uma mesa e nos sentamos, Ally está animada enquanto me conta o quão romântico o seu namorado é, finjo estar prestando atenção até que distraidamente elevo meu olhar até a porta de entrada do refeitório e lá estão entrando 3 garotos.

Bato o olho diretamente nele, era Kai, o garoto que não sai da minha cabeça por um motivo inacessível, que nem eu mesma sei. Eu o odiava com todas as minhas forças desde os 14 anos.

Quando ele subitamente bateu no garoto com quem dei meu primeiro beijo, eu apenas tive a oportunidade de encostar os meus lábios uma vez na vida nos lábios de outra pessoa, e ele ainda atrapalhou, quando o garoto havia finalmente encostado os lábios nos meus, Kai o puxou e o bateu até o eu não aguentar mais gritar pra ele parar, e a partir daquele dia ele passou a me ignorar, e espalhar mentiras sobre mim, mentiras essas pelas qual eu pago até hoje, não tenho amigos, apenas Ally, ela é do grupo de Kai, mas é diferente de todos os outros, todos nesta escola me odeiam por causa das mentiras dele, e eu o odeio por fazer as pessoas me odiarem.

Poison -  KaiWhere stories live. Discover now