Capítulo 25 - A decisão

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— Precisa de um médico, está gravemente ferido — o segurança falou enquanto os guiava para longe da carnificina.

— Estou bem, é apenas superficial — Hunter respondeu com dificuldade. — Leve-me até James.

O segurança não podia recusar uma ordem direta, então obedeceu. Dirigiu por horas até chegarem em casa, onde viu outra carnificina. Empregados mortos e feridos, o local destruído e poucos homens intactos.

— O que aconteceu aqui? — o segurança perguntou assim que encontrou um dos seus colegas.

— Fabian nos traiu. A casa foi atacada. A senhorita Aurora conseguiu escapar, mas... — ele parou, criando um suspense na área.

— Continue — Hunter falou, sentindo que algo muito ruim estava para acontecer.

— Uma cópia de todos os seus dados foi levada. Ao seu lado sua noiva não estará mais segura, senhor.

Aquelas palavras ficaram na mente de Hunter. Aurora não estaria mais segura em suas propriedades, então como ele cumpriria o acordo?

— Onde ela está? — ele perguntou com o coração acelerado, o medo de ela estar a mercê do inimigo o dominando.

— Fora da cidade. Em uma cabana em Bear Mountain State Park.

— Prepare o carro. Você vem comigo e você — falou para o segurança que estava com ele antes — fique aqui e faça o que for preciso.

Quando os seguranças acenaram com a cabeça, Hunter entrou em casa. Estava tudo revirado, havia o cheiro pungente de sangue e corpos espalhados por todo lado. Ele foi até seu quarto, onde tudo também estava um caos e procurou algo para estancar seus ferimentos. Os amarrou com dois pedaços de pano e desceu as escadas novamente.

O caminho até Bear Mountain State Park não era tão perto, de forma que Hunter mandou seu segurança comprar algumas coisas na farmácia e mercado mais perto de sua casa. Quando chegaram na cabana, pediu o paletó do segurança, não queria que Aurora se assustasse com seu estado.

Bateu à porta e James o recebeu com a arma em punho.

— Pelo menos não vou precisar matar o que sobrou daqueles inúteis — James resmungou quando o deixou entrar. — Está horrível, tem sorte de estar vivo.

— Quantos sobraram? — Hunter perguntou referindo-se aos seus seguranças que estavam consigo na estrada.

— Quatro. E nenhum sabia nada sobre você. O traidor está morto, para sorte dele. — James tinha um brilho assassino no rosto.

— Onde ela está?

— No quarto, não saiu de lá desde que chegamos. Fala pouco, acredito que ainda esteja processando tudo.

— Mande que cuidem de Helena. Vou vê-la.

Assim que James assentiu, Hunter colocou um semblante mais suave no rosto, arrumou sua postura e bateu à porta do quarto.

— Aurora está acordada?

Aurora não demorou para abrir. Ela estava em péssimo estado, como um zumbi ambulante. Hunter a recebeu em seus braços e a acalmou enquanto ela chorava. Olhou para James, mas ele ignorou, então tentou persuadi-la a descansar, não poderia falar que estava prestes a deixá-la quando ela não havia sequer dormindo direito.

— O que aconteceu com você? — Aurora notou o rosto dele e tentou tocá-lo.

— Também tive uma noite difícil — ele ofereceu uma verdade.

Aurora tentou argumentar, e recusar-se a dormir, então ele a acalmou:

— Descanse. Eu estou aqui agora. Não permitirei que nada lhe aconteça. Não sairei do seu lado até que acorde.

Como esperado, logo depois ela dormiu, então ele foi cuidar de seus ferimentos com a única pessoa que confiava. A adrenalina percorria as veias de Hunter enquanto James lhe fazia curativos.

— Roubaram meus arquivos da casa — Hunter falou tão logo a tortura acabou.

— E o que vai fazer agora? — James perguntou, acendendo um cigarro.

— O que posso fazer? A essa altura o inimigo tem espiões em cada propriedade minha. Aurora não está mais segura.

— Pode enviá-la para o exterior.

— Ouvi dizer que ela tem uma irmã osso duro. Qual a possibilidade de se encontrarem no exterior?

— Meg ainda está na escola. Mal completou 18 anos, é marrenta, mas não pode fazer muita coisa — James defendeu.

— Pesquise alguns lugares. Brasil, Chile, Perú. Qualquer um na América do Sul, estará longe de casa e ainda mais longe da irmã.

***


Hunter estava melhor, ainda sentia dor, mas o trabalho tinha que continuar. Pensando nisso, pegou alguns dias de licença no hospital e refez todo o planejamento de seguranças, depósitos e datas. Remarcou todas as encomendas nacionais e dobrou a segurança das internacionais. Suas cargas eram valiosas demais para serem perdidas.

Ainda assim havia uma coisa que ele não podia perder. Um pendrive com uma informação muito importante estava em sua posse, mas Hunter não confiava em mais ninguém além de James para guardar.

O segurança, no entanto, procurou vários meios de guardar o pendrive em segurança, mas sabia que em todos os lugares que procurasse não teria sucesso, até que teve uma ideia genial.

— Você fez o quê? — perguntou Hunter quando James contou a ele o que fez.

— O carro era dela, afinal, não? — o loiro respondeu abrindo uma cerveja. — Acredite, conheço Aurora muito bem e ela cuidará muito bem dele, logo suas informações estarão bem protegidas.

Hunter suspirou. James era bom no que fazia e tinha sua total confiança e mesmo que muitas vezes não concordasse com ele, sabia que o loiro era o especialista.

— E agora?

— Tenho contatos no Brasil. Enviaremos Aurora e o carro para o Rio de janeiro no próximo sábado — James respondeu. — eles estarão seguros lá.

Hunter não respondeu. Eles ouviram um barulho e logo sacaram suas armas.

Fazendo um sinal com a mão, James se afastou de Hunter e saiu da cabana pela saída de emergência. Hunter escondeu-se atrás de um armário. Logo o primeiro tiro veio. Hunter estava mais lento devido ao seu ferimento, mas estava concentrado, até ouvir um toque de celular, mas no meio da confusão não sabia de quem era ou de onde veio o som. Aqueles segundos de distribuição foram o suficiente para que ele fosse atingido no peito.

Hunter caiu, a dor invadindo seu corpo e o sangue jorrando a fim de escapar todo de seu corpo. A arma caiu de sua mão e em seus últimos momentos de consciência viu uma figura alta se aproximar. O som do gatilho destravando foi a última coisa que ele escutou.

James deu cinco tiros no homem, que estava de costas para ele e caiu aos seus pés. Colocando um novo pente na arma, passou por cima do morto e foi até Hunter, que ainda sangrava e estava desmaiado. Arrancando a camisa do inimigo, fez um torniquete no amigo e o tirou cuidadosamente do local.

Dirigiu sem rumo até ter uma base de para onde ir e como salvar Hunter que estava cada vez mais fraco. Conseguiu contato com um conhecido, um médico clandestino, era sua única chance de não deixar o herdeiro da família Johnson morrer sem um filho para dar a Anthony.

James era experiente, não apenas no combate, mas também no volante. Ele dirigiu em alta velocidade, fez manobras arriscadas, mas chegou no tempo recorde na casa do médico, seu amigo. Ele só não contava que, mesmo sendo um bom motorista, havia uma armadilha esperando por ele.

Contrato duploWhere stories live. Discover now