Capítulo 22 - desvendando o mistério

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Hunter saiu do quarto, determinado a desvendar o mistério por trás dos estranhos eventos que aconteceram naquela noite. Com passos firmes, deixou Aurora aos cuidados de James e se dirigiu ao escritório do gerente local, um homem de semblante sério e autoritário.

— Preciso das imagens das câmeras de vigilância — Hunter solicitou, com uma expressão séria.

O gerente pareceu um pouco surpreso, mas não questionou o pedido, afinal aquele era o homem que praticamente financiou todo o evento do dia anterior.

— Claro, senhor. Posso perguntar o motivo? — indagou o gerente, enquanto buscava pelas imagens em seu computador.

Hunter olhou para as telas, buscando seu alvo e ignorando o gerente. Seu coração deu um salto ao ver a mulher de cabelos claros, Aurora, desferindo golpes poderosos em um homem que a acompanhava.

Os olhos de ambos estavam injetados de pura raiva. Era como se Aurora estivesse possuída por uma força sobrenatural.

— O que diabos aconteceu aqui? — sussurrou Hunter, totalmente perplexo com a cena diante de seus olhos.

Enquanto observava, com a raiva dominando o seu ser ao ver sua noiva desprotegida tendo que lutar por sua vida, os golpes cada vez mais violentos que Aurora desferia, algo ainda mais perturbador aconteceu.

O homem torceu o pulso dela e houve um estralo. Aurora deu um soluço, mas com raiva ela o dominou e pegou um jarro de água, depois o obrigou a beber, forçando-o com uma determinação quase sobrenatural. Era evidente que possuía habilidades impressionantes.

Hunter não podia deixar de se perguntar o porquê daquela brutalidade, sequer sabia que ela era boa em lutar. Ela estava agindo totalmente em desacordo com as investigações que mandou fazer dela.

Tomado pela curiosidade, Hunter voltou seu olhar para as imagens e percebeu que Aurora também havia ido ao quarto dele. A câmera capturou seu semblante, agora abalado, ao ver o homem desmaiado no chão.

Hunter observou atentamente as imagens captadas pelas câmeras de vigilância, enquanto um arrepio percorria sua espinha. Nas sombras da tela, viu Aurora ver a pulsação dele, quando, de repente, as luzes do quarto se apagaram. O suspense pairava no ar, e Hunter mal conseguia conter a ansiedade enquanto aguardava o momento em que a iluminação retornaria.

Quando finalmente a luz voltou, a visão revelou um cenário intrigante. Hunter viu a si mesmo, despertando do sono profundo, o peito nu e a expressão confusa. Ao seu lado, Aurora estava desgrenhada, com os cabelos bagunçados e a respiração ofegante.

Decidido, Hunter desligou o monitor das câmeras e pediu urgentemente uma cópia das gravações. Assim, ele deixou o hotel determinado a confrontar Helena. Há muito ela o perseguia e dessa vez passou dos limites.

Encontrando-se com Helena na garagem do local, Hunter encarou-a com um olhar firme e inquisidor.

— Eu sei o que aconteceu, Helena. Não tente negar — ele disse, sua voz carregada de tensão.

Helena, visivelmente desconcertada, tentou argumentar em sua defesa.

— Você está enganado, Hunter. Eu não tenho nada a ver com isso. Deve haver algum mal-entendido. Foi Aurora quem me enganou. Eu...

Determinado a obter a verdade, Hunter não aceitou suas negativas. Com autoridade, ordenou:

— Entre no carro. Vamos para um lugar onde possamos conversar longe de ouvidos curiosos.

Relutante, mas sentindo-se pressionada pela intensidade do momento, Helena cedeu e seguiu as ordens de Hunter. Em poucos minutos, estavam a caminho da casa que ele possuía na cidade. O silêncio reinava no interior do veículo, apenas quebrado pelo ruído do motor e pelas batidas aceleradas do coração da mulher, que pensava em um modo de se livrar do que quer que estivesse por vir.

Enquanto dirigia, Hunter olhou de relance para Helena e percebeu a tensão estampada em seu rosto. Ele segurou o volante com força, os nós de seus dedos estavam brancos e seu semblante estava muito fechado.

— Hunter...

— Agora não.

Hunter parou o carro em frente a uma enorme propriedade. Eles entraram, então o homem a encarou.

— Por que fez isso? Aurora é minha noiva e eu jamais deixaria vivo qualquer um que ousar a machucar.

— Hunter, eu...

Hunter sacou sua arma e apontou para Helena. A destravou e viu a mulher ficar pálida.

— Posso perdoar o que fez comigo, e acredite, minha cabeça dói como o inferno. Agora me diga, você brigou com Aurora? Não ouse mentir para mim, sei maneiras de te torturar por muito tempo sem deixar você morrer.

Helena engoliu em seco.

— Não, ela me dominou e eu não consegui alcançá-la.

Hunter analisou a questão e pensou que seria razoável dado que ele viu nas imagens.

— Onde está o homem que armou com você? — ele perguntou com a arma ainda apontada para ela.

— Eu não sei...

Hunter deu um tiro na direção dela. Helena deu um grito e pulou, depois olhou horrorizada para Hunter.

— Vou perguntar apenas mais uma vez, onde ele está?

— Ele mora no Texas. Eu juro, não sei onde está. Ele abusou de mim, não é justo o que você está fazendo comigo.

— Você fica aqui até segundas ordens.

Hunter saiu da sala e Helena tentou alcançá-lo, mas dois homens a seguraram. Ela gritou, mas isso não importava para ele, tudo o que queria era decepar as mãos que ousaram encostar em sua noiva.

Contrato duploWhere stories live. Discover now